segunda-feira, 2 de abril de 2018

Presença negra em Curitiba ganha exposição na Casa Romário Martins


O protagonismo dos negros na formação e desenvolvimento de Curitiba é o tema da exposição aberta na Casa Romário Martins. A mostra “Presença Negra em Curitiba” retrata os muitos ofícios que os negros desempenharam no surgimento da cidade. Foram carregadores, calceteiros, extratores e beneficiadores de erva mate; tiveram ofícios qualificados, como eram os de pedreiro e carpinteiro nos séculos 18 e 19.
As mulheres negras também se dedicaram a várias tarefas, trabalhando nas casas e nas roças, laborando no comércio urbano. No decorrer do tempo, constituíram associações, produziram arte de qualidade admirável e tornaram-se profissionais de destaque em vários campos de atuação - na advocacia, na engenharia, na docência, entre outros.
Em pleno século 21, quando a sociedade brasileira se vê diante da necessidade de inadiáveis mudanças, ganha espaço a luta das populações menos favorecidas por se fazerem ouvir e terem seus direitos respeitados. Nessa direção, ecoa forte também a voz negra ao afirmar e reafirmar seu papel secular na construção do país”, destaca Marcelo Sutil, diretor de patrimônio da Fundação Cultural de Curitiba. 
De acordo com Sutil, a Fundação Cultural preparou esta exposição visando colaborar nesse processo de desvelamento da presença e da participação dos negros na formação de Curitiba, dos primórdios da Vila ao tempo das discussões e conquistas atuais “Sem omitir o passado, mas buscando sempre o protagonismo de seus personagens, surgiram temas como trabalho, acontecimentos e locais emblemáticos, como a Igreja do Rosário, personalidades, religiosidade e o mundo da cultura; presentes, também, registros de manifestações populares que remetem ao grande e salutar debate dos negros na sociedade contemporânea”, explica.        
A exposição conta com o acervo do Museu Paranaense, da Comunicação Social da FCC, da Secretaria de Comunicação Social da Prefeitura, da Sociedade Treze de Maio e do Centro Cultural Humaitá. Acervos particulares também foram disponibilizados para compor a exposição.  O projeto teve a parceria da professora doutora Joseli Mendonça, do Departamento de História da UFPR, que prestou assessoria técnica na definição dos temas que integram a exposição. O pesquisador e cenógrafo Márcio Marins também colaborou com imagens e informações sobre a religiosidade. Realizado pela Diretoria de Patrimônio da Fundação Cultural o projeto teve a orientação de Maria Luiza Gonçalves Baracho e Marcelo Saldanha Sutil.

A Casa Romário Martins está situada no Largo Coronel Enéas, 30 (Largo da Ordem - São Francisco) e está aberta à visitação das 9h às 12h e 13h às 18h (3ª a 6ª feira) e das 9h às 14h (sábado, domingo e feriado). A entrada é franca.

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