Há
exatos 45 anos, pela imprensa, chegava ao imaginário popular a lenda da Loira
Fantasma. A personagem, que já foi tema de peça de teatro e curta-metragem, a
partir desta quarta-feira (20) ganha as redes sociais pela página do Facebook Fantasmogênse: em Busca da Loira Fantasma.
O
lançamento faz parte da proposta vencedora do segundo edital para Histórias em
Quadrinhos (HQ), lançado em 2019 pela Fundação Cultural de Curitiba (FCC) e
apoiado pela Lei de Incentivo à Cultura. Aos poucos, os leitores acompanharão o
que já foi produzido sobre a loura misteriosa, desde as matérias dos jornais locais
de 1975 até a repercussão cultural, anos depois, no teatro, cinema e na
literatura.
PROJETO CULTURAL - “A ideia da página é fomentar a curiosidade das pessoas sobre essa lenda
urbana, que já teria sido vista em outros lugares do Brasil, e criar ambiente para
o lançamento da grafic novel da Loira”, conta o desenhista Antônio Éder, um
dos autores do projeto e ex-aluno da Gibiteca – o espaço cultural da FCC
voltado para desenho, ilustração, cartoon e animação.
O
ponto alto da iniciativa será uma graphic novel, elaborada em parceria com o
também desenhista André Stahlschmidt. Ela deverá ser publicada até o fim deste
ano, se as medidas de prevenção contra a covid-19 não adiarem a data.
A
publicação terá 135 páginas de desenhos em preto e branco sobre a loura misteriosa
e os personagens que a tornam lembrada mesmo quase cinco décadas depois do seu
aparecimento – taxistas que a teriam conduzido, o policial que afirmava tê-la
visto e alvejado em um dos táxis e mulheres confundidas com a Loira, além de
repórteres que colocaram o caso nas capas dos jornais.
Em
2014, Loira Fantasma ganhou um capítulo no livro “Bocas Malditas: Curitiba e
suas Histórias de Gelar o Sangue”. Nele os leitores também podem conferir
detalhes sobre Maria Bueno, o Maníaco da Tesoura, o Mendigo Macabro e o
Fantasma do Pilarzinho, entre outros personagens que habitam o imaginário dos
curitibanos.
A LENDA - Um boato sobre um taxista que
comunicou à polícia o caso da passageira desaparecida do carro, no meio do
trajeto, teria dado origem à lenda. Apesar de meter medo nas pessoas, a loura
não fazia mal a ninguém e o temor que representava se resumia a aparecer e
desaparecer sem deixar pistas. Os ataques da loura contra taxistas e os tiros
que teria recebido de um policial não foram provados.
Mesmo
assim, a história era tida como verdadeira por quem a acompanhava e assustava
os moradores da Curitiba de então – uma cidade com menos de 700 mil habitantes
e há menos de dois meses de ficar hipnotizada com um fenômeno natural
igualmente inesquecível: a neve de 17 de julho daquele ano.
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