sábado, 4 de fevereiro de 2017

“Poema Sem Rosto”: Ivana Lima estreia mostra individual detendo o olhar na infância

A infância é o tema central da exposição de gravuras digitais da série intitulada “Poema Sem Rosto” de Ivana Lima, que abriu nesta quinta-feira (2) e segue até 26 de março, no Museu Alfredo Andersen, em Curitiba.
As gravuras foram produzidas entre 2012 e 2015 a partir de fotografias pessoais da artista e de amigos dela, ilustram situações cotidianas, mas nenhum personagem pode ser identificado, pois não possuem rosto. E é a falta dele que permite o preenchimento, a identificação, a projeção da própria memória.
Revelar momentos marcantes, este foi o critério que usei na hora de selecionar as imagens, todas têm uma história e são muito importantes na vida de quem cedeu seu uso, por isso elas são cheias de alma”, conta Ivana. A partir das fotos ela utiliza como meio, técnica e ferramenta o computador para suas criações. Mesmo recorrendo a softwares de edição de imagens, a artista trabalha com conceitos similares aos empregados na execução de uma pintura artesanal. Tal e qual, a possibilidade de manipular texturas, cores e formas é infinita. E essa multiplicidade toma conta de cada imagem criada por Ivana que recria momentos e nos dá a possibilidade de fazer parte dele. O uso de tal suporte, sem dúvida, é uma forte tendência dentro da arte contemporânea, está em plena expansão e permite um novo entendimento e expressão do mundo.
“Poema Sem Rosto” não só detêm o olhar na infância, mas levanta questões referentes à identidade. “As memórias de infância para mim também estão relacionadas ao sentimento de pertencimento. A infância nos traz a noção de que pertencemos a uma família, a um estado, a uma cultura, a uma nação. No meu entendimento compreender quem somos, e de qual contexto fazemos parte, possibilita que possamos construir uma identidade cultural que valorize os saberes, a inteligência e a sensibilidade”, declara Ivana.
Ao todo estarão expostas 25 obras distribuídas em três salas, além de outras instalações da artista como um “projetor de monóculos”. No dia da abertura, 2 de fevereiro, haverá também o lançamento do catálogo da exposição: uma caixa reunindo imagens das obras no formato de cartão postal com haicais de Darya Goerisch, especialmente compostos a partir das gravuras.
Este projeto foi incentivado pela Caixa por meio da Lei Municipal de Incentivo à Cultura.

O Museu Alfredo Andersen está situado na rua Mateus Leme, 336, São Francisco, e a exposição “Poema Sem Rosto” pode ser visitada de terça a sexta-feira, das 9h às 18h e aos sábados e domingos, das 10 às 16h. A entrada é gratuita. Mais informações: 3222-8262 / 3323-5148. Acompanhe: http://poemasemrosto.blogspot.com.br

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