terça-feira, 21 de março de 2017

Nova exposição de Paul Garfunkel é destaque no Museu Guido Viaro

A exposição “Paul Garfunkel - Pintor Viajante” foi aberta no Museu Guido Viaro, em Curitiba. A nova mostra do mais paranaense dos pintores franceses, considerado o “Debret do século XX” por críticos do porte de Adalice Araújo e Pietro M. Bardi, tem a curadoria de Antonio Carlos Suster Abdalla que, após explorar o acervo da família, selecionou 70 obras, muitas delas jamais expostas, entre óleos, aquarelas e desenhos. A exposição vai até o dia 29 de abril, sempre das 14 às 18 horas, sendo que o museu - situado na rua XV de Novembro, 1348, em frente à Reitoria - não abre aos domingos e segundas-feiras.
A concepção da exposição explora o caráter itinerante da obra de Garfunkel, que por décadas percorreu o país. Nas palavras de Karlos Rischbieter, “ele registrava tudo em cadernos, blocos, folhas soltas. Tudo: pessoas, animais, casas, paisagens, tudo o que lhe aparecia à frente. E era um registro de ‘repórter’ no bom e original sentido da palavra. Com traços poucos e leves, uma espécie de sumiê ocidental, ele captava o seu assunto como se tivesse o poder de uma máquina fotográfica que, por uma capacidade extraordinária, só enxergava e reproduzia o essencial”.
Nascido em Fontainebleau, na França, Paul Garfunkel (1900-1981) chegou ao Brasil em 1927, formado em engenharia mecânica e com a missão de dirigir a filial de uma indústria francesa em São Paulo. O apoio à Revolução paulista custou-lhe o emprego e levou-o a mudar-se com a família para Santos, aonde começou a desenhar e a pintar cenas do cotidiano. Em 1936 associou-se ao primeiro de uma série de empreendimentos  de pouco sucesso que o levariam a percorrer o interior do Paraná por uma quinzena de anos, antes de instalar-se definitivamente em Curitiba, cidade de que ele, a esposa Hélène e a filha Fanchette tornariam-se figuras míticas. Em Curitiba tornou-se pintor em tempo integral. Seu vasto legado vem sendo revelado em uma série de exposições, com destaque para a mostra "Paul Garfunkel – um Francês no Brasil", no MON, em 2009, e por “Imagens do Brasil”, no museu Alfredo Andersen, que resultou em um livro reunindo seus dois grandes álbuns de viagens pelo país, publicado em 2014.

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