sexta-feira, 28 de fevereiro de 2020

Ceramistas ganham novo forno para finalizar trabalhos


Já está funcionando junto ao Ateliê Livre de Escultura do Parque São Lourenço o segundo forno a lenha para queima de esculturas e objetos de cerâmica. A inauguração aconteceu, nesta quinta-feira (27), durante o evento que reuniu no local ceramistas, estudantes de arte e representantes da Fundação Cultural de Curitiba, da Universidade de Montana (Estados Unidos) e da 14ª Bienal de Arte Contemporânea de Curitiba.
O equipamento é um legado da Bienal, que termina no domingo (1º). Pela segunda vez consecutiva, o circuito de exposições resolveu investir na estrutura para a promoção da cerâmica artesanal. A primeira foi em 2017. Em parceria com a universidade norte-americana, foram adquiridos os insumos necessários e usado o know-how para a construção do segundo forno.
Os ceramistas interessados precisam apenas trazer suas criações e se reunir para adquirir a lenha necessária à queima, além de se revezar na tarefa de manter a chama até que o forno atinja 1.700º C. Essa é a temperatura necessária para que o material ganhe em resistência e no realce das cores e demais efeitos planejados pelos artistas.

ARTISTAS EMPOLGADOS - Ocléris Muzzillo, Márcio Medeiros e Eliana Heemann estão entre os cerca de 20 ceramistas com trabalhos em processo de queima no novo equipamento. “Todo mundo aqui não vê a hora que chegue domingo, pra conferir o resultado”, disse Ocléris, resumindo o sentimento coletivo.
As peças estão “queimando” desde quarta-feira (26) e permanecerão dentro do forno por mais 30 horas, aproximadamente, depois que ele atingir a temperatura máxima.
Para Eliana, a antiga tecnologia tem outras vantagens além da qualidade superior com relação às peças produzidas em fornos elétrico e à gás. “Atrai pela beleza do processo, que valoriza cada peça que criamos, e aglutina pessoas, facilita trocas de experiências”, argumentou.
Márcio destacou o privilégio de poder contar com o equipamento. “Não tem quem tenha esse tipo de queima por perto e que produz esse resultado, possível só com a chama em contato direto com nossos trabalhos”, disse.
Participaram do evento o decano da Faculdade de Artes e Arquitetura da Montana State University e curador da 14ª Bienal, Royce Smith, e o diretor-geral do evento, Luiz Ernesto Meyer Pereira; o diretor administrativo e financeiro da Fundação Cultural, Cristiano Morrissy; o coordenador do Atelier LIvre de Escultura do Parque São Lourenço, artista plástico Elvo Benito Damo; o também artista plástico e professor Joshua Dweese, da Montana University, acompanhado de técnicos e estudantes da instituição; e o diretor do Museu Alfredo Andersen, Luiz Gustavo Vidal Pinto.

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