quarta-feira, 5 de dezembro de 2018

Museu Casa Alfredo Andersen reabre nesta sexta-feira com novidades


Desde agosto em processo de revitalização, o Museu Casa Alfredo Andersen está de volta à cena artística de Curitiba. Com uma nova expografia, identidade visual e proposta curatorial, o espaço reabre nesta sexta-feira (7) a partir das 9h, com a exposição inaugural “in situ/em trânsito” e a sala rotativa “A Razão da Paisagem”.
Ao longo do dia também haverá uma programação especial com curadores, pesquisadores e a equipe que assina o novo projeto expográfico. As atividades são gratuitas e abertas ao público.
Consolidar o Museu Casa Alfredo Andersen é uma conquista para a cultura paranaense. Não é somente a casa do artista que foi revitalizada, mas a leitura de sua obra também passou a ser olhada por importantes críticos contemporâneos”, diz o secretário de Estado da Cultura, João Luiz Fiani. “Andersen não só ultrapassou as fronteiras de seu país, como as gerações, pois segue sendo admirado e estudado até os dias de hoje”, acrescentou.
A construção centenária, na Rua Mateus Leme nº 336, foi tombada pelo Patrimônio Histórico e Artístico do Paraná em 1971, tornando-se uma instituição administrada pelo poder público estadual e vinculada à Coordenação do Sistema Estadual de Museus (Cosem), da Secretaria de Estado da Cultura do Paraná.
O projeto de recuperação e modernização é uma realização da Secretaria, com aporte de R$ 700 mil da Renault do Brasil por meio do programa Paraná Competitivo, além de recursos adicionais de R$ 25 mil doados pela Sociedade Amigos de Alfredo Andersen – entidade autônoma que deu origem ao Museu, atualmente presidida pelo bisneto do pintor, Wilson José Andersen Ballão.
A Renault, através do Instituto Renault, investe em iniciativas que promovem a educação e a cultura. A revitalização do Museu Casa Alfredo Andersen é motivo de orgulho pela sua importância, especialmente no ano em que comemoramos 20 anos de fábrica no Paraná”, afirma o vice-presidente do Instituto Renault e diretor de Comunicação da Marca, Caique Ferreira.
Com curadoria de Eliane Prolik e Adolfo Montejo Navas, e remodelação expográfica assinada pela Ato1Lab, a mostra Alfredo Andersen: “in situ/em trânsito” revela a nova designação da casa, ateliê e escola que celebra a trajetória e a obra do artista.
O conceito é uma referência à polaridade vivida por Andersen, ao ser estrangeiro e mudar-se para o Brasil. “A biografia de sua vivenda e ateliê arrastam dois universos pessoais: sua vida familiar e de ensino da arte com a comunidade. O projeto e a expografia revitalizam e reativam o rico acervo do pintor, e, sobretudo, colocam em foco a memória de sua obra como fundamento artístico”, explicam os curadores.
Uma das vertentes mais reconhecidas da obra de Alfredo Andersen foi a exploração da paisagem. A sala rotativa, um dos destaques da programação, receberá exposições contemporâneas, conectadas à produção de Andersen.
A primeira curadoria, assinada por Adolfo Montejo Navas, recebe o nome de A Razão da Paisagem e a convidada para dar as boas-vindas é a artista contemporânea Geórgia Kyriakakis, que traz dois trabalhos emblemáticos: “Coordenadas” (2011/2018) e “Longe Daqui [Oeste]”  (2014).  Trata-se de uma  instalação  com  mesas  suspensas  que  desnorteiam  seu  centro  de gravidade  e  um  conjunto  de  fotografias  que,  com  sinergia  visual,  demarcam  a  ação  do  vento  em  árvores.
Na reabertura, o público também irá se deparar com novas rotas de visitação, conhecer obras raras que pertencem a colecionadores, bem como os objetos pertencentes à história do mestre e que revelam boa parte do seu processo artístico.
O visitante terá uma nova visão do museu, com elementos contemporâneos, incluindo um eixo de acessibilidade com legendas em braille que contempla três obras táteis de nosso acervo: Autorretrato, Duas Raças e Lavando Roupa”, diz a diretora Débora Maria Russo.

O LEGADO DE ANDERSEN - Alfred Emil Andersen nasceu na Noruega em 1860. Após um longo período de viagens pela Europa e América, em 1892 desembarcou no Paraná, fixando residência em Paranaguá. Aos 42 anos, pouco tempo após casar com a parnanguara Anna de Oliveira (1882-1945), mudou-se para Curitiba, onde abriu um ateliê.
Neste período, fez exposições de seu trabalho, participou de mostras coletivas e atuou como professor de desenho e pintura, passando por instituições de ensino como a Escola Alemã, o Colégio Paranaense e a Escola de Belas Artes e Indústrias (primeira instituição voltada para o ensino de técnicas artísticas no Paraná).
Andersen estreitou seus laços com o Governo do Estado, executando o primeiro projeto para o brasão do Estado do Paraná. Naquela década, mais precisamente em 1915, mudou seu ateliê-escola para a edificação em que hoje está o Museu, local onde também residiu com a sua família. Seus últimos anos de vida foram marcados pelo reconhecimento e por homenagens como o título de “Cidadão Honorário de Curitiba”, que recebeu em 1931 da Câmara Municipal de Curitiba. “Alfredo” Andersen, como ficou conhecido, morreu em Curitiba no dia 9 de agosto de 1935.

NOVO MUSEU - Entre as novidades do novo museu, a proposta expográfica também permitirá ao visitante uma viagem no tempo. A pintura do antigo quarto de Andersen, escondida debaixo de oito camadas de tinta lisa, foi revelada pelo projeto RestaurAÇÃO, uma iniciativa social da artista e restauradora Tatiana Zanelatto Domingues com a ONG Unicultura, que envolveu a capacitação de mulheres vítimas de violência no ofício de auxiliar de restauro.

PROGRAMAÇÃO:

Dia 05 (quarta-feira):
16h - Conversa com a artista convidada Geórgia Kyriakakis (vagas limitadas).

Dia 07 (sexta-feira):
10h - Visita guiada com os curadores Adolfo Montejo Navas e Eliane Prolik.

11h - Conversa com a Ato1Lab - A expografia do Museu Casa Alfredo Andersen.

14h - Conversa com Mariana von Hartenthal - Fotografia no acervo MCAA.

15h - Conversa com Amélia Siegel Corrêa - A trajetória Andersen.

17h - Bate-papo com o bisneto do pintor e presidente da Sociedade Amigos de Alfredo Andersen, Wilson José Andersen Ballão.

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