quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Monique Kessous lança seu segundo disco

Apesar de parecer uma mulher de voz suave, a carioca Monique Kessous, 26 anos, só tem rosto de mocinha delicada. Quando abre a boca e solta um vozeirão, mostra uma capacidade até surpreendente. Uma bela voz de contralto, afinada, segura. Nada de agudos desnecessários nem gritinhos enjoativos. Esse é o grande trunfo de "Monique Kessous", o segundo disco da moça, lançado recentemente. As 12 faixas do álbum não cansam os ouvidos. São agradáveis e ótimas para se ouvir em casa, num dia chuvoso, ou na estrada, numa viagem com pegada romântica.

Após a audição das primeiras canções, também é possível logo perceber semelhanças do timbre dela com o de outra contralto de respeito da música brasileira: Marisa Monte. A moça é simpática quando perguntada sobre essa influência: "Sempre ouvi Marisa. Ela me influenciou muito. Muita gente fala que minha voz parece com a dela", diz a cantora, que ressalta também a influência de outras potentes vozes femininas brasileiras, como Gal Costa e Maria Bethânia, das jazzistas americanas Peggy Lee e Ella Fitzgerald, da francesa Camille e da cantora cabo-verdiana Mayra Andrade.

Monique tinha 24 anos quando lançou seu primeiro disco, "Com Essa Cor", pelo selo Som Livre. "Aquele foi um trabalho artesanal. Fiz com meus amigos, no meu tempo. Amadureci muito com aquele processo", conta. Mesmo feito de forma muito mais profissional, garante a própria, "Monique Kessous" é um disco emotivo.

Das 12 canções, dez são de autoria da artista - duas em parceria com o irmão mais velho, Denny. O tema é quase sempre a mesmo: o amor. "Quis colocar essa temática no disco. É algo comum entre todas as pessoas", explica. Monique conta que apenas uma canção, "Calma Aí", veio, de fato, de experiência própria. Os versos "Outra vez, sem sentir / Corro para os braços que me largam / Na tristeza de sentir tanta solidão / Acompanhada por aí de tanto amor para dar / Não vou mais chorar", foram criados após uma briga com um namorado. Há uma doçura delicada, sim. Mas a fragilidade passa longe. É só ouvir.

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