sexta-feira, 25 de maio de 2018

“Memórias Póstumas de Brás Cubas” estréia no Estúdio Delírio


O Grupo Delírio Cia de Teatro traz ao palco do Estúdio Delírio espetáculo “Memória Póstumas de Brás Cubas” com adaptação, sonoplastia e direção de Edson Bueno. A peça fica em cartaz de 25 de maio a 10 de junho, sextas e sábados, às 20h; domingo, às 19h. O elenco conta com Diogo Cavazotti, Gabriel Comicholi e Robysom Souza. O Estúdio Delírio está situado na rua Saldanha da Gama, 69, Alto da XV e os ingressos custam R$ 40,00 e R$ 20,00 (meia).
A adaptação de uma das maiores obras literárias brasileiras é, na verdade, uma apropriação. “Memórias Póstumas de Brás Cubas” é considerado uma espécie de revolução na maneira de contar uma história e Machado de Assis, seu criador, um revolucionário da escrita e das palavras. A obra conta a história de Brás Cubas que, morto, começa a relatar as próprias memórias. No palco pelo Grupo Delírio, a liberalidade poética de Machado, munido da sua conhecida sutileza, ironia fina e humor negro. Este ano o livro é cobrado no vestibular da Universidade de São Paulo - USP.
O espetáculo fala da criatura humana, as imperfeições, sonhos de ilusão e desejos. Tudo pela boca de um morto, ou seja, alguém que não pode mais ser reprimido ou condenado por dizer o que pensa. Se o conteúdo de “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, publicado em 1881, já é inovador e provocativo, em sua forma é mais ainda. Machado de Assis conversa abertamente com o leitor, rompendo com diversos conceitos da escrita linear ou formal. Ora erudito, ora popular, ora didático, ora poético ao extremo, ele desliza sua literatura em pouco mais de 300 páginas de puro prazer e genialidade.
Em pouco mais de uma hora, a encenação do Grupo Delírio busca dar forma e sentido a um romance tão fundamental para a cultura brasileira. É, ao mesmo tempo, uma reverência e uma homenagem ao maior romancista brasileiro.  É puro exercício de teatralização. Mais do que criação de personagens, é colocar o ator num estado de interpretação onde a intimidade da plateia aprofunda-se à medida que a literatura assim exige. Machado de Assis foi um escritor, pensador, quase filósofo. Deixou para as gerações um pensamento profundo sobre o homem e sua relação com a vida, com a política, com a família, com o próximo. Às vezes pessimista, às vezes irônico, às vezes suave e poético; ele continua tendo muito a dizer para as novas gerações. “Encená-lo é abrir uma porta para o melhor da cultura brasileira e uma oportunidade rara de pensar e refletir com o teatro e com a escrita original de um dos mais importantes romancistas de nosso país”, opina o diretor do espetáculo, Edson Bueno.

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