sexta-feira, 13 de maio de 2011

“Os Catecismos Segundo Carlos Zéfiro" apenas neste final de semana no Guairinha

Nos dias 13, 14 e 15 de maio, chega ao palco do Guairinha a montagem “Os Catecismos Segundo Carlos Zéfiro”, após aplaudida temporada no Rio de Janeiro. A peça desvenda um dos mistérios do submundo do mercado editorial carioca - a verdadeira identidade de Carlos Zéfiro - frequentador do melhor da boemia carioca dos anos 50 e 60, fonte inesgotável de inspiração para a criação de mais de 500 contos pornôs, sob a forma de quadrinhos, que fizeram a iniciação sexual de toda uma geração e o transformaram em lenda do erotismo brasileiro.

O enigma da identidade real de Zéfiro é desvendado por meio de uma reportagem investigativa do então editor da revista Playboy, Juca Kfouri, publicada em 1991 na mesma revista masculina, ao ligar a personalidade do artista ao carioca Alcides Caminha, morador da Zona Norte do Rio, considerado um pacato funcionário do Ministério do Trabalho e pai de cinco filhos. Casado desde os 25 anos com Dona Serat, Alcides Caminha trabalhou no setor de Imigração do Ministério do Trabalho e sempre escondeu a dupla identidade por medo de perder a aposentadoria – havia uma lei que condenava as chamadas “condutas escandalosas” dos servidores públicos.

“Os Catecismos Segundo Carlos Zéfiro” retoma a parceria de Paulo Biscaia Filho e da atriz Clara Serejo, que trabalharam juntos quando a atriz produziu um espetáculo da companhia Vigor Mortis, e teve sequência em 2009 com a peça “A janela e o jardim”. Contemplada com patrocínio pelo edital da Eletrobrás, Clara teve longa jornada até obter a autorização da família para encenar a história sobre a vida de Alcides/Zéfiro: “não foi fácil conseguir os direitos de adaptação, mas valeu muito a pena. A história do Zéfiro é linda, muito interessante, eu precisava encená-la”. Biscaia, por sua vez, ganhou uma bolsa da Funarte para escrever o texto: “o Carlos Zéfiro é um mito do erotismo nacional, e é um prazer levar a história dele para os palcos”, admite o diretor, que utilizou a fusão das artes cênicas com o cinema para contar a história deste obscuro e popular artista.

Além de Leandro Daniel Colombo, como Juca, e Clara Serejo, no papel de Irene - mulher emblemática que representa as musas do artista -, compõem o elenco Marino Rocha, que vive Gordo, o livreiro que vendia os “catecismos” e manteve pacto de sangue de jamais revelar a verdadeira identidade de Zéfiro; Mariana Cônsoli, como Serat Caminha, esposa do artista; Rafa de Martins, como Carlos Zéfiro; e Martina Gallarza e Jandir Ferrari, que interpretam em cena alguns textos escritos pelo autor.

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