quarta-feira, 19 de junho de 2019

Curitiba aplica tecnologia usada em Notre-Dame para preservar a memória


O mapeamento de obras e edificações com scanner a laser, a mesma tecnologia utilizada para auxiliar na restauração da Catedral de Notre-Dame de Paris, após o incêndio há dois meses, já está sendo usada em Curitiba. O Teatro Paiol e o Engenho de Inovação, onde funcionou o Moinho Rebouças, já contam com mapas digitais em 3D.
Considerada uma tecnologia de ponta para conservar informações dos prédios históricos, o scanner em 3D executa um mapeamento por nuvem de pontos.
O arquivo gerado poder ser transformado e utilizado em diversas plataformas, como o BIM (Building Information Model), além de visitas virtuais, análises estruturais e diversas outras. Por esta tecnologia é possível ainda criar um modelo virtual altamente preciso, possibilitando a preservação virtual das edificações, de acordo com Leandro Gilioli, fundador da Arte Maggiore Arquitetura e Inovação Tecnológica, que fez a demonstração para a Agência Curitiba.
"A precisão da medição é de 0,06 milímetros, o que torna o trabalho muito mais rápido, eficaz e capaz de detectar paralelismos, patologias e fissuras de prédios históricos", explica Gilioli.
Segundo ele, com a tecnologia do scanner um trabalho que levaria um mês, com uma equipe de quatro pessoas, pode ser realizado em quatro horas, por uma única pessoa.

MEMÓRIA GEOMÉTRICA - A memória geométrica promete revolucionar a maneira como se faz a manutenção e se conserva a história dos edifícios e cidades. As ruínas de Pompeia, na Itália, já foram digitalizadas pelo scanner 3D. A Catedral de Notre-Dame, que foi parcialmente destruída por um incêndio há dois meses, será restaurada com base nos trabalhos do pesquisador Andrew Tallon  que, em 2015, ficou famoso pelo escaneamento minucioso da catedral por meio de lasers.
O laser é capaz de mapear 80 mil pontos por segundo. O Teatro Paiol, por exemplo, reúne 402 milhões de pontos de dados diferentes. O Engenho de Inovação, com 1,6 mil metros quadrados, tem 2 bilhões de pontos.
"Curitiba avança com soluções como esta para o benefício da cidade e a preservação da história", diz Frederico Augusto Munhoz da Rocha, diretor jurídico da Agência Curitiba.
Na opinião da presidente da Agência Curitiba, Cris Alessi, a busca de novas tecnologias fortalece o propósito do Vale do Pinhão, de tornar a cidade mais inteligente e integrar de forma eficiente o histórico e o novo.
De acordo com Gilioli, o scanner permite ainda a criação de modelos 2D e 3D de imóveis para documentação, a realização de projetos e retrofit, o monitoramento de estrutura para identificar possíveis desgastes, a documentação e acompanhamento durante o período de construção, além de realizar a medição de fachadas e edificações sem a necessidade de utilização de andaimes ou escadas.

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