O Festival de Teatro de Curitiba chega à
sua 25.ª edição mantendo a tradição de ser um grande palco para as artes
nacionais e internacionais e de trazer novidades. De 22 de março a 3 de abril
serão apresentadas mais de 340 atrações.
A Mostra terá 35 espetáculos, quatro deles estreias nacionais, um
internacional e dois de dupla nacionalidade, apresentados por brasileiros
residentes no exterior. O Fringe, que completa 18 anos, terá mais de 300
montagens em cartaz, 43 delas com apresentações em ruas e espaços abertos da
cidade, além de outras 42 gratuitas.
O festival também mantém os eventos
simultâneos: Gastronomix - com atrações gastronômicas -, Mish Mash - uma
programação para a família -, o Guritiba - com espetáculos voltados para o
público infantil e, este ano, uma exposição interativa de brinquedos gigantes
da década de 80 - e o Risorama - com apresentações de stand up comedy.
Textos clássicos, novas dramaturgias,
textos inéditos, performances, dança, artistas consagrados e novas companhias
estarão juntos em uma grade diversificada e com temas que se comunicam entre
si. Entre as montagens da Mostra, “Nuon”, “Grãos da Imagem: Vaga Carne”, “MÓ –
Dramaturgia em Dança e Desenhos de Comunidade” e “La Cena” estreiam
nacionalmente. O Festival também rende homenagens a William Shakespeare no ano
em que se comemora o quarto centenário de morte do ilustre bardo inglês. O
poeta é celebrado em espetáculos da Mostra, encontros temáticos e no minicurso
gratuito Shakespeare 400 anos.
Outra novidade desta edição é a
inclusão de três eventos de crítica. O primeiro deles, no dia 25 de março, é
“Debate: Coleção Dramaturgia Cobogó”, que reúne autores de alguns dos livros da
coleção da Editora Cobogó, seguido pelo lançamento das obras em Curitiba. Ao
final de alguns espetáculos da Mostra, artistas, espectadores e críticos se
reúnem nos Encontros de Crítica. Por fim, duas peças ganham críticas elaboradas
e exibidas em diferentes pontos do Memorial de Curitiba em edições do projeto
Crítica Performativa, em parceria com a Revista Antro Positivo.
Mostra e curadoria - A curadoria da
Mostra deste ano é assinada pelos atores e diretores Guilherme Weber e Márcio
Abreu, que buscaram um recorte da produção cênica que incluísse a diversidade
de diálogos e possíveis relações entre os campos da arte, temas, estilos e
modos de fazer teatro. A ideia é trazer uma nova visão sobre o teatro produzido
dentro e fora do Brasil, fortalecendo as relações do teatro com o público.
Os novos curadores tomaram como
desafio, também, a necessidade de fortalecer as relações do teatro com o
público e com a cidade de Curitiba, com a qual mantêm uma íntima ligação –
Weber é curitibano, enquanto Abreu tem na capital paranaense o berço de sua
companhia, a Cia. Brasileira de Teatro. Ambos acompanharam a trajetória do
Festival participando dele ativa e criticamente. Assumem a sua curadoria tendo
em vista a necessidade de pensar a importância do evento e sua renovação.
Weber e Abreu priorizaram suas escolhas
com base na transversalidade de diálogos e nas relações entre diferentes campos
da arte, apresentando uma diversidade de espetáculos nacionais e internacionais
que incluem novas dramaturgias, textos clássicos, textos inéditos, performance,
dança, artistas consagrados e novas companhias.
Performances, teatro autobiográfico,
diferentes visões do Brasil (sua gente, sua história, sua subjetividade),
questões de gênero, Shakespeare e outros clássicos são alguns desses temas
propostos por eles para este ano. “Pensamos um festival que fizesse sentido
para cidade de Curitiba e, assim, em sua especificidade, fizesse sentido para
além da cidade”, escrevem os curadores na carta que justifica as suas escolhas
para esta edição do Festival
Patrocinadores - Os eventos do Festival
de Curitiba contam com o patrocínio e apoio de diversas empresas e instituições
que acreditam na valorização do Teatro. A 25ª edição do Festival é apresentada
por Cielo e tem o patrocínio de Copel Telecom, Petrobras, Renault e UEG
Araucária. O Festival tem ainda parceria com os shoppings Mueller, Palladium,
Pátio Batel e ParkShoppingBarigüi, locais onde serão instaladas as bilheterias
oficiais para venda de ingressos.
Os eventos simultâneos contam com
patrocinadores específicos. O Gastronomix é patrocinado por Cielo e Melitta. O
evento terá louça oficial da Oxford Porcelanas. Já o Guritiba é apresentado por
Parati. O Mish Mash é apresentado pela Unimed Curitiba e por Ferragens Worker.
Ingressos - A venda de ingressos para o
Festival deste ano inicia-se nesta sexta-feira, dia 19 de fevereiro, pelo site
www.festivaldecuritiba.com.br e nas bilheterias oficiais do evento, instaladas
no Shopping Mueller, no Palladium Shopping Center, no ParkShoppingBarigüi e o
Pátio Batel. Os ingressos para os espetáculos
da Mostra custam entre R$ 30,00 e R$ 70,00 (inteira). Os preços para os
trabalhos do Fringe variam de gratuitos a R$ 60,00 (inteira), além da taxa
administrativa do emissor do bilhete.
Os ingressos para o Risorama custam R$
70,00 (inteira) e R$ 35,00 (meia). Para o MishMash e Guritiba, dois eventos
simultâneos voltados para as crianças e famílias, o valor é de R$ 40,00 e R$
20,00 (meia). A entrada do Gastronomix é R$ 12,00 (não consumível). Todos os
ingressos podem incluir uma taxa administrativa dependendo do emissor do
bilhete e da empresa responsável pela bilhetagem do teatro.
A MOSTRA 2016 EM DETALHES
Performances, vertentes do teatro
autobiográfico, diferentes visões do Brasil (sua gente, sua história, sua
subjetividade), questões de gênero, Shakespeare e outros clássicos são alguns
dos temas propostos pela nova curadoria do Festival de Teatro de Curitiba em
sua 25ª edição.
Estreias nacionais - Quatro espetáculos
estreiam nacionalmente no Festival deste ano, sendo duas delas de Curitiba:
“Nuon”, novo trabalho da companhia Ave Lola Trupe de Teatro, e “La cena”,
espetáculo de dança e teatro da G2 Cia. de Dança do Teatro Guaíra. Também uma
dramaturgia em dança, “MÓ – Dramaturgias em Dança e Desenhos de Comunidade” é o
novo trabalho do coletivo carioca Miúda, que faz sua estreia nesta edição. A
atriz, dramaturga e diretora Grace Passô completa a lista de espetáculos
inéditos deste ano com o primeiro trabalho do seu projeto “Grãos da imagem:
Vaga Carne”, no qual assina texto, direção e atuação.
Espetáculos internacionais - O intercâmbio
de artistas brasileiros radicados em outros países poderá ser conferido em
“Parallel Songs”, da dupla curitibana Fernanda Farah e Chico Mello, que residem
em Berlim (Alemanha); e “La Bête (O Bicho)”, do performer e coreógrafo Wagner
Schwartz. O uruguaio “Tebas Land”, do dramaturgo franco-uruguaio Sergio Blanco,
é inspirado em Édipo e tem como tema central o parricídio.
Vertentes do teatro autobiográfico - Quatro
artistas olham para sua própria história nos palcos do Festival deste ano.
Maria Alice Vergueiro encena seu próprio funeral no happening “Why The Horse”
(SP); ao passo que o ator, diretor e dramaturgo Paulo Betti traz suas memórias
de juventude em uma narrativa intitulada “Autobiografia Autorizada” (SP). Como
homenagens e memória às suas mães, os atores Álamo Facó e Matheus Nachtergaele
trazem os espetáculos “Mamãe” (RJ) e “Processo de Conscerto do Desejo” (RJ),
respectivamente.
Dança/Performance - Além do
internacional “La Bête” e da estreia nacional “MÓ – dramaturgias em dança e
desenhos de comunidade”, a dança e a performance estão representadas com os
espetáculos “The Hot One Hundred Choreographers”, do performer paulistano
Cristian Duarte, que visita 100 grandes coreógrafos mundiais; “Fole”, da
coreógrafa e dançarina Michelle Moura, que tem a respiração como seu elemento
propulsor; “Mordedores”, trabalho de Marcela Levi (Rio de Janeiro/RJ) e Lúcia
Russo (Argentina) que investiga a violência e o erotismo em uma co-criação com
performers em cena; “O Confete da Índia”, premiada obra do performer carioca
radicado em Zurique (Suíça) André Masseno. Completa a lista de trabalhos
performáticos o piauiense “Batucada”, intervenção poética e política comandada
por Marcelo Evelin que já circulou por diversos estados brasileiros e países
europeus.
Visões sobre o Brasil - Vários
espetáculos da Mostra 2016 se debruçam sobre nosso país, sua história, sua
gente, sua identidade e sua subjetividade. Dentro deste campo temático, estão
espetáculos como “Eles Não Usam Tênis Naique”, da Companhia Marginal, do Rio de
Janeiro; “Cidade Vodu”, do Teatro de Narradores, de São Paulo; “Cabras –
Cabeças que Voam, Cabeças que Rolam”, novo trabalho da Cia. Teatro Balagan
(SP); o premiado “Caranguejo Overdrive” (RJ), com direção de Marco André Nunes
e dramaturgia inédita inspirada em Chico Science de Pedro Kosovski; o cearense
“Quem Tem Medo de Travesti”, que traz relatos de travestis coletados por todo o
Brasil com dramaturgia e direção assinadas por Silvero Pereira (do premiado
“BR-Trans”); “ORGI´A ou de Como os Corpos Podem Substituir as Ideias” (SP), da
Cia. Kunyn, montagem que invade os espaços públicos para lançar um olhar
estrangeiro sobre o país a partir de relatos do escritor argentino Tulio
Carella na década de 60. “Nordestinos”, da Cineteatro Produções, com direção de
Tuca Andrade, conta histórias reais de migrantes, recebidas através de cartas,
emails e entrevistas, que deixaram sua cidade natal em busca da realização de
seus sonhos na cidade do Rio de Janeiro ou São Paulo.
Denise Stoklos - A dramaturga e atriz
paranaense tem um espaço especial na Mostra deste ano, com a representação de
“Vozes Dissonantes”, solo criado para o quinto centenário do país em 2000 e que
segue no repertório do seu Teatro Essencial; e com “As Palavras Gestuais de
Denise Stoklos”, no qual a atriz lê com a plateia algumas das peças também do
seu repertório.
Curitiba na Mostra - A sede do Festival
vem representada não só com as estreias nacionais de “Nuon” e “La Cena”, mas
com a exibição completa dos 24 cantos da Ilíada, de Homero, traduzida por
Odorico Mendes. Encenados pela primeira vez em sequência, os 24 cantos são
fruto do trabalho da Cia. Ilíadahomero de Teatro, com direção de Octávio
Camargo, e compõem uma Mostra especial que tem a participação de diversos
artistas de Curitiba como Claudete Pereira Jorge, Rosana Stavis, Mauro Zanatta,
Guta Stresser, Maureen Miranda, Zeca Cenovicz, Letícia Sabatella, Ranieri
Gonzalez, dentre outros.
Os clássicos - Além dos gregos Homero,
na Mostra Ilíadahomero, e Édipo, no uruguaio “Tebas Land”, o Festival se rende
à tradição do teatro em montagens de destaque no cenário nacional. Shakespeare,
o poeta inglês que completa quatro séculos de morte em 2016, vem representado
em duas montagens dirigidas pelo diretor brasileiro radicado em Londres Ron Daniels
(também atuadas e produzidas pelo ator Thiago Lacerda), “Macbeth” e “Medida por
Medida” (RJ/SP); e também por “Hamlet” (Brasília/DF), peça performance assinada
por Fernando e Adriano Guimarães, do Coletivo Irmãos Guimarães, e Emanuel
Araújo, da Cia Inutilezas. A premiada montagem de “Um Bonde Chamado Desejo”
(SP) também integra a lista de clássicos do Festival com a encenação de Rafael
Gomes para a obra icônica de Tennessee Williams. Samuel Beckett também marca
presença na Mostra em “Fim de Jogo” (SP), espetáculo dirigido por Isabel
Teixeira com o consagrado ator Renato Borgui. Ainda dentre os clássicos
modernos, o italiano Dario Fo tem o seu libelo “Morte Acidental de um
Anarquista” (SP) trazido à cena pelas mãos do diretor Hugo Coelho, com Dan Stulbach
e grande elenco; e Nelson Rodrigues tem sua obra transposta para o musical
premiado “O Beijo no Asfalto” (RJ), idealizado por Claudio Lins, que também
assina a trilha original, e dirigido por João Fonseca.
Outros destaques - Outro musical que
compõe a grade deste ano é o igualmente premiado “Urinal” (SP), com direção de
Zé Henrique de Paula. Finaliza a lista de obras na Mostra desta edição o jogo
cênico “Portátil” (RJ), criação inédita dos anárquicos comediantes do
humorístico Porta dos Fundos.
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