A gravura em suas diferentes técnicas é
o destaque das mostras individuais e coletivas que serão inauguradas nesta
quinta-feira (10), às 19h, no Museu da Gravura Cidade de Curitiba. Os artistas
Larissa Franco e Valdir Francisco apresentam as séries “Ornamento” e
“Percurso” (foto), que reúnem suas produções mais recentes. O Museu resgata do seu
acervo e expõe o álbum de xilogravuras “Bugreiro”, de Elvo Benito Damo. Os
artistas que freqüentam os ateliês do Solar do Barão também expõem seus
trabalhos numa coletiva, na sala da Loja da Gravura.
Na exposição “Ornamento”, Larissa
Franco apresenta duas séries de gravuras produzidas recentemente em que
predominam a ornamentação e a escritura em torno do sagrado. Na primeira série,
de caráter sacro, o arabesco surge como representação de uma escritura na
ornamentação árabe, como forma de beleza e interpretação poética do texto do
Corão. A segunda série de gravuras, denominada “Série d´água”, apresenta uma
releitura da ornamentação art nouveau, numa abordagem formal na qual os motivos
florais e orgânicos são representados como índices de um retorno à natureza.
“Nestas obras há um intervalo que se
poderia chamar de “profano”, em comparação à primeira série, para prestar uma
homenagem aos mestres litógrafos do final do século XIX. Aqui a gravura adquire
uma linguagem artística que se apropria do modo da estampa e da arte, das
formas antigas de ilustração, com a presença da linha fluída e do uso de tons
violáceos, púrpuras e azuis”, explica a artista.
Universo da seda - A exposição
“Percurso” é um retrato do caminho percorrido por Valdir Francisco através de
gravuras e objetos tridimensionais. Em suas obras, o artista constrói tramas
simbólicas que combinam materiais e técnicas e se inspiram no universo da seda.
Apesar de não ter passado por uma educação formal em Artes, ele frequentou
alguns dos mais importantes ateliês e cursos de arte de Curitiba e recebeu
orientação dos melhores profissionais desta área na cidade.
Devido a situações familiares e sua
antiga atuação na área financeira, viajou muito pelo Paraná e nas suas estadas
na região do Vale da Seda tornou-se interessado pela transparência e estrutura
do casulo do bicho-da-seda. Suas séries claramente demonstram o estudo quase
exaustivo das potencialidades de representação desse seu tema central. Em suas
obras ele utiliza fios e tecidos de seda.
O álbum “Bugreiro”, de Elvo Benito
Damo, foi publicado em 1979 com Reynaldo Jardim. É composto de 18 xilogravuras
assinadas e numeradas que estão no acervo do Museu da Gravura. O tema é voltado
para o problema das minorias indígenas, com sentido duplamente social:
filiar-se ao expressionismo latino-americano, colocando a obra de arte ao
alcance do público, e defender a causa indígena.
Desenhista, gravador, escultor e
professor, Elvo Damo é um dos grandes artistas paranaenses, com uma carreira
expressiva - inúmeras exposições
individuais e coletivas, participação em salões e mostras no Brasil e exterior,
e várias premiações. Muitas de suas obras estão em espaços públicos de
Curitiba, como o “Rio de Pinhões” no Memorial de Curitiba e a escultura do
Cacique Tindiquera, no Parque Tingüi.
O Museu da Gravura Cidade de Curitiba –
Solar do Barão está situado na rua Carlos Cavalcanti, 533 e as exposições podem
ser visitadas até dia 31 de julho, de terça a sexta-feira, das 9h às 12h e das
13h às 18h; sábados, domingos e feriados, das 12h às 18h. A entrada é franca.
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