quinta-feira, 15 de agosto de 2019

Mostra no Solar do Barão mescla inovação e resultados inusitados


Que tal visitar uma exposição e, em vez de observar pinturas ou esculturas, começar lendo textos de Fernando Pessoa sobre os estados da alma, ouvir depoimentos de usuários abusivos de medicamentos e terminar percorrendo uma instalação formada por amostras de água contaminadas com resíduos destes mesmos medicamentos?
Este é o trabalho da artista Ana Bellenzier, uma das selecionadas pelo 7º Edital Bolsa Produção para Artes Visuais, aberto pela Fundação Cultural de Curitiba para incentivar a pesquisa, experimentação e criação de arte contemporânea em Curitiba, com financiamento do Fundo Municipal de Cultura.
A exposição vai até 25 de agosto, no Solar do Barão, com entrada franca, e é indicada para todos os públicos.

SETE ARTISTAS, SETE SURPRESAS - Podem ser vistas nas salas dos museus da Gravura e da Fotografia instalações, esculturas e fotografias concebidas a partir de projetos de sete artistas selecionados. São eles: Newton Goto, Bruno Marcelino, Cláudia Washington, Ana Bellenzier, Gabriele Gomes, João Castelo Branco e Willian Machado.
Com forte reflexão político-social sobre meio ambiente e saúde, a água é o elemento presente nas criações de cinco artistas: “Rios Marginais”, de Goto; “Pharmacos do Desassossego”, de Bellenzier; “Fort-Da”, de Castelo Branco; a série fotográfica “A Água Que Vive e Tem Juba”, de Gomes; e “Rasgo”, de Washington, que também aborda a questão dos migrantes e a arqueologia urbana.
Já os trabalhos de Marcelino e Machado transformam objetos em arte. Enquanto o primeiro deu uso a antigas estruturas metálicas, transformadas em peças tridimensionais pintadas em “Fora de Serviço”, Machado dá novos sentidos a elementos que povoam o ambiente doméstico em “Onde”.

INOVAÇÃO E AMADURECIMENTO - Esta fase do edital mostra um amadurecimento muito significativo da reflexão social entre artistas selecionados”, observa a artista e professora Denise Bandeira, interlocutora do processo de desenvolvimento dos projetos artísticos e criação dos trabalhos.
É o ápice de um processo inovador que, pela relevância dos projetos e das pesquisas feitos pelos artistas, tem mais significação que os trabalhos vistos isoladamente das propostas que deram origem a eles”, completa o coordenador do Museu da Gravura, Augusto Rando.

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