Um show que celebra os 80 anos do
trombonista Raul de Souza, com a participação especial do cantor Ed Motta,
marca o encerramento da 33ª Oficina de Música de Curitiba. O show, nesta
quarta-feira (28), às 21h, no Guairão, faz parte da programação da fase de
música popular brasileira da Oficina, que homenageia o instrumentista,
mundialmente reconhecido pela sua genialidade musical.
Em 20 dias de programação, a 33ª
Oficina movimentou a cidade, atraindo músicos de todo o Brasil e do exterior.
Perto de 1.500 alunos acompanharam os cursos de música erudita e popular
brasileira, muitos deles estrangeiros. A etapa de MPB, que acontece há 23 anos,
deixa um saldo bastante positivo. “Os cursos, como sempre, estiveram lotados.
As apresentações atraíram um grande público. Não é um festival só de músicos. A
gente percebe que a comunidade também acompanhou e apreciou os shows”, diz o
saxofonista Glauco Solter, um dos coordenadores da Oficina de MPB junto com o
clarinetista Sérgio Albach.
Glauco Solter faz parte da banda de
Raul Souza há 11 anos e também estará tocando no show de encerramento. Ele
conta que o convite para Ed Motta participar dessa celebração surgiu de dois
encontros casuais com Raul de Souza – o primeiro no Festival de Jazz de Parati
e o segundo, em novembro do ano passado, em Paris. Raul de Souza divide sua
residência entre Toulouse (França) e São Paulo. Glauco lembra da forte ligação
de Raul com Curitiba, onde viveu na década de 1950, se casou e teve três
filhos. Os filhos, netos e bisnetos continuam morando em Curitiba.
Carreira internacional - Raul de Souza
acompanhou os últimos 60 anos de história da MPB, tocando ao lado de Ari
Barroso, Pixinguinha, Sivuca, Baden Powel, Sérgio Mendes, e consolidou uma carreira
internacional, gravando e fazendo inúmeros shows nos Estados Unidos e na
Europa. Artisticamente batizado por Ari Barroso, tocou com Pixinguinha e
Agostinho dos Santos. Posteriormente, gravou seu primeiro disco de música
brasileira instrumental da história ao lado de Sivuca, Altamiro Carrilho e
Baden Powell. Nos anos de 1970, Raul de Souza consolida sua carreira
internacional após gravar álbuns nos Estados Unidos, tocando com artistas como
Sergio Mendes, Airto Moreira, Sonny Rollins, George Duke, Freddie Hubbard e
Cannonball Adderley.
Seu disco “Colors” virou matéria de
estudo na renomada Berklee College of Music. Nomeado inúmeras vezes o melhor
trombonista do mundo pelas revistas especializadas, hoje é considerado uma
referência mundial no virtuosismo de seu instrumento e pela ginga e fraseado
brasileiro – adquirido nas gafieiras cariocas. Após afastar-se das grandes
gravadoras americanas, que não acompanhavam seu ecletismo musical, volta a
gravar no Brasil com Tom Jobim, Zimbo Trio, Paulo Moura, Milton Nascimento,
Djavan, Maria Bethania, Hermeto Pascoal, Egberto Gismonti, entre outros.
Dividindo o tempo entre Brasil e
França, nunca parou de produzir música, experimentar diferentes instrumentos e
propostas musicais. Em 2013 lançou o DVD "O Universo Musical de Raul de
Souza" e o CD "Voilá". Para os shows de celebração de seus 80
anosem vários palcos do Brasil e do mundo convidou velhos amigos como João
Donato, Ron Carter, Richard Bona, Andre Ciccarelli entre outros. Acaba de
gravar na França um CD inédito de composições entitulado "Brazilian Samba
Jazz". Atualmente mostra uma disposição fenomenal, empunhando seu
trombone, sempre acompanhado de seu grupo - Glauco Sölter (baixo), Mário Conde
(guitarra), Fábio Torres (piano) e Mauro Martins (bateria).
Participação especial - O cantor Ed
Motta despontou em fins dos anos 80 e hoje é um cantor, compositor,
multi-instrumentista, arranjador e produtor de trânsito internacional. Em seu
estilo, sem abrir da veia funk-soul, recebe influências que vão do jazz à
canção brasileira, das trilhas sonoras de Hollywood ao rock, da música clássica
aos standards americanos, da bossa nova ao reggae.
Sobrinho do cantor e compositor Tim
Maia, ele tem como primeiras lembranças a música do tio, os discos de
samba-canção e bossa nova, os sucessos de Earth, Wind & Fire, Stevie Wonder
e da disco music que então vigorava na década de 70. Sua carreira começa em
meados dos anos 80, com o grupo Conexão Japeri, com quem excursionou por todo o
Brasil e cantou três grandes sucessos - “Manuel”, “Baixo Rio” e “Vamos dançar”.
Nos anos 90 partiu para a carreira solo e desde então gravou vários discos,
viveu nos Estados Unidos, excursionou pela Europa, Japão, Estados Unidos e
América do Sul.
Os ingressos para esta apresentação
custam R$ 30,00 e R$ 15,00 (meia). Mais informações sobre a 33ª Oficina de
Música de Curitiba nos sites www.oficinademusica.org.br e
www.fundacaoculturaldecuritiba.com.br.
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