O prefeito de Curitiba, Gustavo Fruet,
assinou nesta terça-feira (27) o projeto de lei de Proteção do Patrimônio
Cultural de Curitiba. A proposta, que foi enviada para apreciação da Câmara
Municipal, entre outros pontos cria instrumentos fiscais que vão permitir a
preservação do patrimônio cultural, como a utilização do patrimônio
construtivo, que poderá ser renovado a cada 15 anos, mediante a boa conservação
ou apresentação de alvará de restauro do imóvel de valor cultural, histórico ou
arquitetônico.
Outros incentivos de preservação são a
redução de Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU), o
enquadramento em leis de incentivo à cultura e parcerias entre poder público e
a iniciativa privada. Ainda cria o Conselho Municipal do Patrimônio Cultural e
institui o Fundo de Proteção ao Patrimônio Cultural (Funpac).
Aproximadamente 600 imóveis são hoje
considerados de interesse de preservação e estariam enquadrados com a aprovação
da lei.
“Uma cidade deve ter a capacidade de
preservar a sua história e memória. Este projeto é um avanço no incentivo à
preservação do patrimônio cultural de Curitiba. Queremos que a população se
sinta valorizada e seja conquistada em favor dessa causa, com a participação de
diferentes setores da cidade. Vamos recuperar algumas áreas da cidade e
preservar o patrimônio para valorizar a riqueza material e imaterial da
história da formação de Curitiba”, afirma Fruet.
No projeto, elaborado por equipes da
Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), Fundação
Cultural de Curitiba, Secretaria Municipal de Urbanismo e Procuradoria Geral do
Município, são regulamentados os instrumentos de proteção ao patrimônio
cultural, dentre eles o inventário, o tombamento, o registro e a vigilância.
“Esta lei é moderna e ampla e permite a
proteção de todo patrimônio cultural, artístico e histórico da cidade, tanto o
edificado como o imaterial. Com ela, vamos poder organizar o mapa geral da
cultura de Curitiba e também uma política efetiva de patrimônio cultural. O conjunto
de ações proposto permite que a cidade tenha uma legislação eficiente,
atendendo as necessidades da população na área e indo ao encontro dos anseios
daqueles defendem o patrimônio na cidade”, revela o presidente da Fundação
Cultural, Marcos Cordiolli.
“Perdemos muito desse patrimônio nos
últimos anos. Daremos um passo extraordinário com o projeto, que deve colocar
um fim definitivo em algumas demolições de patrimônio cultural que estão
acontecendo na cidade. Queremos uma cidade para toda a população, que tenha
história e substância, e que as pessoas tenham efetivamente uma relação com seu
patrimônio cultural”, afirma o presidente do Ippuc, Sérgio Pires.
No projeto, são estabelecidas regras de
fiscalização, procedimento administrativo e penalidades para dar condições de
efetivo cumprimento e acompanhamento das medidas de preservação previstas. O
foco está na conscientização da importância da proteção do patrimônio, criando
controle compartilhado na fiscalização com a colaboração da população através do
Conselho Municipal do Patrimônio Cultural.
A proposta também cria as chamadas
medidas alternativas para o cumprimento da lei, como a possibilidade da
apresentação de plano de trabalho pelo proprietário do bem protegido,
concedendo-lhe prazo para que promova o restauro na hipótese de iminente
dificuldade financeira.
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