terça-feira, 29 de novembro de 2016

Exposição no Memorial resgata antiga tipografia de Curitiba

A invenção da prensa de tipos móveis atribuída a Johannes Gutenberg, datada de 1440, teve rápida expansão na Europa ocidental, mas a atividade impressora permaneceu proibida no Brasil até o desembarque da corte portuguesa em 1808. Apenas em 1854 foi fundada a Tipographia Paranaense, primeira do estado, onde começou a ser impresso o Semanário Dezenove de Dezembro e os atos oficiais da administração provincial.
O projeto “Tipografia Curitiba” tem por objetivo pesquisar, analisar, e exibir o universo tipográfico da capital a partir da instalação da Tipographia Paranaense, com base em recorte do acervo imagético da Casa da Memória de Curitiba – especialmente os exemplares fotográficos e editoriais do período até o ano de 1945. Por meio deles, designers e artistas visuais contemporâneos selecionaram tipografias para redesenho digital e composição dos cartazes do projeto. Os cartazes são impressos em um prelo Larese, com matrizes gravadas a laser e estão expostos no Memorial de Curitiba.
O projeto investiga ativamente a interface entre arte e design, a interferência mútua presente como núcleo criativo da atividade impressora, desde seu passado mais remoto, adentrando a era dos suportes imateriais.
O mentor da ideia é o designer Lucas Pereira Nery. “A ideia surgiu depois que vi uma matéria sobre o resgate de uma família tipográfica que teve as matrizes jogadas em um rio e recuperadas por mergulhadores. No dia que li, encontrei o artista plástico Marcelo Weber, que falou de um prelo dele que imprime folha inteira. Nós não temos letras daquela época desenhadas e fundidas no Brasil, mas temos esses exemplares de composições com tipos que vinham da Europa e as letras desenhadas prá lito. A ideia foi olhar prá esse passado e criar cartazes em grande formato”, conta.
Os designers Gustavo Aguiar, Cyla Costa e Pedro Gonzales e os artistas plásticos André Mendes, Fernando Franciosi e Rimpón Guimarães são os responsáveis pela transposição do universo tipográfico de Curitiba do século XIX, das prateleiras da Casa da Memória para a era da informação, em redesenhos e releituras tipográficas.

A exposição no Memorial de Curitiba tem montagem de Fernanda Stancick e website por Rafael Forcadell e fica aberta ao público até dia 28 de fevereiro. Mais informações: www.tipografiacuritiba.com.br.

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