quinta-feira, 22 de outubro de 2015

​“Gibi” aposta na dança contemporânea para celebrar o mês da criança

Os personagens da “Liga do Cerrado”, história em quadrinhos criada pelo tocantinense Geuvar Oliveira, foram inspiração e o ponto de partida de “Gibi”, espetáculo que a Lamira Artes Cênicas apresenta em Curitiba para celebrar o mês das crianças. A peça contra sobre cinco palhaços que descobrem nas histórias em quadrinhos toda a magia que precisam para as suas diversões. Além de contação de histórias, o trabalho investe na magia dos clowns e nas brincadeiras de criança para encantar os pequenos e surpreender os adultos.
Com apoio do projeto “O Boticário na Dança”, que patrocina a turnê por meio da Lei Rouanet, as apresentações em Curitiba serão nos dias 22 e 23 de outubro, no Teatro Fernanda Montenegro (Shopping Novo Batel), às 17 horas.  Os ingressos custam R$ 20,00 e R$10,00 (meia). 
Criada por bailarinos com experiência internacional que escolheram a capital do Tocantins, Palmas, como o ambiente perfeito para suas criações autorais e formação de novas plateias, a Lamira trabalha observando sua realidade local. Assim percebeu a inexistência de espetáculos destinados ao público infantil. “Víamos grupos que vinham de fora do estado, utilizando sucessos da mídia de televisão e realizando cenas de qualidade estética duvidosa. Sabíamos que o público infantil, de certa forma, era mais explorado por uma indústria cultural, do que tinha, de fato, suas necessidades atendidas nas Artes Cênicas”, comenta João Vicente, coreógrafo e diretor artístico do espetáculo.
Com um currículo marcado por produções mais densas voltadas ao público adulto – com temáticas como campos de concentração; repente e poética nordestina – a companhia encarou então o desafio de olhar para o público infantil. “Utilizamos ‘consultorias’ das próprias crianças que sempre são um público honesto e direto. Ademais, escolhemos como linguagem a ser mesclada com a Dança, a linguagem circense dos palhaços e as histórias em quadrinhos, o que tornou o desafio ainda maior, já que são repletas de particularidades”, pontua Vicente.  No final, essa dificuldade foi justamente o que trouxe um diferencial. “O público adulto, que geralmente acompanha as crianças, surpreende-se com o que vê e acaba dando boas gargalhadas em meio a tanta inocência”, conta o diretor.
A dança está no DNA da Lamira. Porém, os caminhos utilizados na construção de um espetáculo, não se parecem em nada com os caminhos utilizados em um outro. “Se por um lado, em “Adorno da Realidade” a dança estava do lado da performance, do grotesco, do sofrimento, em “Do  Repente”, estava junto do artista popular e da comédia dell'arte. Em GIBI, a criança, o universo circense e as histórias em quadrinhos dão o mote para sua realização”, observa Vicente.  Com tantas referências utilizadas, os espetáculos são completamente distintos, com estéticas particulares. Assim, a Lamira vem transformando a mistura de linguagens e a busca por temáticas distintas em sua marca registrada. “Possivelmente ao se deparar com dois espetáculos da Lamira você dirá: "Não posso crer que é a mesma Companhia!". E isso nós adoramos”.
Mas, como não tirar a graça de personagens tão singulares, da HQ Liga do Cerrado, quanto o “Homem Suvaco", a "Maria Paulada", "Homem Pichilinga", o "Cariocal" e o "Senhor Gambiarra" ao levá-los a cena? “Observamos que histórias e personagens eram totalmente "clownescos", isto é, com características e formas de resolver problemas à moda dos palhaços circenses. Daí surgiu a vontade de trabalhar a linguagem dos palhaços inspirada nos personagens dos gibizinhos tocantinenses”, conta Vicente, comentando que Geuvar se inspirou na produção para criar um novo título que é distribuído as crianças da plateia.
A Lamira já esteve em Curitiba por duas vezes. Em 2013, com “Fela da Gaita”, sobre o romanceiro popular do Nordeste e, em 2014, com o espetáculo de rua “Do Repente”.  Em cinco anos, a companhia percorreu 72 cidades das 04 regiões do Brasil, passando por 25 estados e o Distrito Federal, sendo vista por mais de 31 mil pessoas. Funarte, Sesc, Caixa Cultural, Itaú Cultural, são alguns dos parceiros que já fazem parte da história do  grupo

FICHA TÉCNICA

Concepção – Carolina Galgane
Coreografia e Direção Artística – João Vicente
Consultoria de Direção Teatral – Fernando Yamamoto
Elenco: Carolina Galgane, Jefferson Cerqueira, João Vicente, Renata Oliveira, Taiom Tawera
Cenário – João Vicente
Iluminação – Lúcio de Miranda
Figurino – Silma Dornas
Preparação de Palhaço – Marcelo Antunes e Adelvane Néia
Designer Gráfico e Fotografia – Flaviana OX. 

Mais informações: 3224-4986 ou www.ingresso.com/curitiba/home/espetaculo/teatro/gibi. A apresentação é livre para todas as idades.

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