Os personagens da “Liga do Cerrado”,
história em quadrinhos criada pelo tocantinense Geuvar Oliveira, foram
inspiração e o ponto de partida de “Gibi”, espetáculo que a Lamira Artes Cênicas
apresenta em Curitiba para celebrar o mês das crianças. A peça contra sobre
cinco palhaços que descobrem nas histórias em quadrinhos toda a magia que
precisam para as suas diversões. Além de contação de histórias, o trabalho
investe na magia dos clowns e nas brincadeiras de criança para encantar os
pequenos e surpreender os adultos.
Com apoio do projeto “O Boticário na
Dança”, que patrocina a turnê por meio da Lei Rouanet, as apresentações em
Curitiba serão nos dias 22 e 23 de outubro, no Teatro Fernanda Montenegro (Shopping
Novo Batel), às 17 horas. Os ingressos
custam R$ 20,00 e R$10,00 (meia).
Criada por bailarinos com experiência
internacional que escolheram a capital do Tocantins, Palmas, como o ambiente
perfeito para suas criações autorais e formação de novas plateias, a Lamira
trabalha observando sua realidade local. Assim percebeu a inexistência de
espetáculos destinados ao público infantil. “Víamos grupos que vinham de fora
do estado, utilizando sucessos da mídia de televisão e realizando cenas de
qualidade estética duvidosa. Sabíamos que o público infantil, de certa forma,
era mais explorado por uma indústria cultural, do que tinha, de fato, suas
necessidades atendidas nas Artes Cênicas”, comenta João Vicente, coreógrafo e
diretor artístico do espetáculo.
Com um currículo marcado por produções
mais densas voltadas ao público adulto – com temáticas como campos de
concentração; repente e poética nordestina – a companhia encarou então o
desafio de olhar para o público infantil. “Utilizamos ‘consultorias’ das
próprias crianças que sempre são um público honesto e direto. Ademais,
escolhemos como linguagem a ser mesclada com a Dança, a linguagem circense dos
palhaços e as histórias em quadrinhos, o que tornou o desafio ainda maior, já
que são repletas de particularidades”, pontua Vicente. No final, essa dificuldade foi justamente o
que trouxe um diferencial. “O público adulto, que geralmente acompanha as
crianças, surpreende-se com o que vê e acaba dando boas gargalhadas em meio a
tanta inocência”, conta o diretor.
A dança está no DNA da Lamira. Porém,
os caminhos utilizados na construção de um espetáculo, não se parecem em nada
com os caminhos utilizados em um outro. “Se por um lado, em “Adorno da
Realidade” a dança estava do lado da performance, do grotesco, do sofrimento,
em “Do Repente”, estava junto do artista
popular e da comédia dell'arte. Em GIBI, a criança, o universo circense e as
histórias em quadrinhos dão o mote para sua realização”, observa Vicente. Com tantas referências utilizadas, os
espetáculos são completamente distintos, com estéticas particulares. Assim, a
Lamira vem transformando a mistura de linguagens e a busca por temáticas
distintas em sua marca registrada. “Possivelmente ao se deparar com dois
espetáculos da Lamira você dirá: "Não posso crer que é a mesma
Companhia!". E isso nós adoramos”.
Mas, como não tirar a graça de
personagens tão singulares, da HQ Liga do Cerrado, quanto o “Homem
Suvaco", a "Maria Paulada", "Homem Pichilinga", o
"Cariocal" e o "Senhor Gambiarra" ao levá-los a cena?
“Observamos que histórias e personagens eram totalmente "clownescos",
isto é, com características e formas de resolver problemas à moda dos palhaços
circenses. Daí surgiu a vontade de trabalhar a linguagem dos palhaços inspirada
nos personagens dos gibizinhos tocantinenses”, conta Vicente, comentando que
Geuvar se inspirou na produção para criar um novo título que é distribuído as
crianças da plateia.
A Lamira já esteve em Curitiba por duas
vezes. Em 2013, com “Fela da Gaita”, sobre o romanceiro popular do Nordeste e,
em 2014, com o espetáculo de rua “Do Repente”.
Em cinco anos, a companhia percorreu 72 cidades das 04 regiões do
Brasil, passando por 25 estados e o Distrito Federal, sendo vista por mais de
31 mil pessoas. Funarte, Sesc, Caixa Cultural, Itaú Cultural, são alguns dos
parceiros que já fazem parte da história do
grupo
FICHA TÉCNICA
Concepção – Carolina Galgane
Coreografia e Direção Artística – João
Vicente
Consultoria de Direção Teatral –
Fernando Yamamoto
Elenco: Carolina Galgane, Jefferson
Cerqueira, João Vicente, Renata Oliveira, Taiom Tawera
Cenário – João Vicente
Iluminação – Lúcio de Miranda
Figurino – Silma Dornas
Preparação de Palhaço – Marcelo Antunes
e Adelvane Néia
Designer Gráfico e Fotografia –
Flaviana OX.
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