terça-feira, 13 de outubro de 2015

Victor Gama mostra em “Sol(o)” os instrumentos que construiu

A atração de outubro do projeto Solo Música, realizado na Caixa Cultural, tem a marca da experimentação.  O angolano-português Victor Gama estará pela primeira vez em Curitiba para mostrar seu show “Sol(o)”, no qual mostra os instrumentos  musicais quer construiu a partir de uma variedade de materiais, incluindo madeira e metal. Victor Gama é compositor, músico, designer de instrumentos musicais inovadores, engenheiro eletrônico e criou a “Pangeia Instrumentos”, organização sem fins lucrativos através do qual desenvolve projetos de pesquisa em música. Ele se apresenta em Curitiba nesta terça-feira (‘3), às 20 horas, onde fará uso de instrumentos peculiares criados por ele, como Acrux, Dino e Toha.
Victor Gama criou o projeto Pangeia Instrumentos através de um sistema de escrita no qual introduz uma componente tridimensional. Ele explora a intersecção entre o virtual e o físico, o digital e o analógico, e a forma como esta se manifesta como um novo território musical e sonoro. O músico cria novas músicas para o século 21, misturando tecnologias atuais de fabricação digital com idéias, materiais e tradições inspiradas pelo mundo natural. “Ele possui um belo e importante trabalho de criação e construção de instrumentos, que traz uma semelhança com Walter Smetak e UAKTI, artistas que o influenciaram. Mas as composições de Gama traduzem suas origens na África, com uma mescla do eletrônico”, diz Alvaro Collaço, produtor e curador da Série Solo Música.

Compositor e criador de instrumentos - Bacharel em engenharia eletrônica e um mestrado em Tecnologia Musical do Sir John Cass Faculdade de Artes, Arquitetura e Design, em Londres. Victor Gama possui obras encomendadas por ensembles e instituições de prestígio mundial como a Chicago Symphony Orchestra, a Kronos Performing Arts Association, o National Museums of Scotland, o Tenement Museum de Nova Iorque, a Prince Claus Fonds da Holanda ou a Royal Opera House de Londres.
Entre as obras que escreveu, “Rio Cunene” para quarteto de cordas e três dos seus instrumentos foi estreada pelo Kronos Quartet, no Carnegie Hall em Nova Iorque, em março de 2010. Sua peça mais recente “3 mil RIOS: Vozes da Floresta ", uma ópera multimídia, vai estrear em Lisboa e Bogotá em maio de 2016, encomendado pela Fundação Calouste Gulbenkian. com apoio do Teatro Colon, a Amazon Conservation Team e Flora Arts + Natura.
Victor Gama se apresentou com Kronos Quartet, Naná Vasconcelos, William Parker, Guillermo E. Brown, Heitor Alvelos entre outros artistas. Ele fez turnês na África, América Latina, EUA e Europa e expôs seus instrumentos na “Gigantic Art Space” em Nova Iorque e em Luanda, Maputo, Bogotá, Lisboa, Londres e Toronto. Gravou para a PangeiArt e Rephlex Records de Aphex Twin.. No âmbito da pesquisa, entre alguns projetos desenvolve está o priojeto Tsikaya, que é o primeiro arquivo digital de música rural de Angola. Gama tem sido artista residente no MIT e no Centro de Stanford para Pesquisa Computer em Música e Acústica (CCRMA).

Os instrumentos - O som do Acrux lembra gamelões, assim como relaciona-se com o som do “piano preparado” de John  Cage. È inspirado na constelação do Cruzeiro do Sul que apenas se pode observar no hemisfério sul. O instrumento possui base de forma hemisférica, um tampo acústico em vidro e uma luz por dentro que representa a luminosidade das estrelas, do universo. O sistema ressonante do Acrux são discos de aço temperado fixos em torno de quarto suportes verticais.
Dino é um instrumento de fricção de uma corda só.
Toha é espécie de harpa circular com 42 cordas de afinação diatónica e uma coluna de suporte com cerca de metro e meio de altura, tem uma base em fibra de carbono e um ressoador a meio onde estão fixadas pontes por onde passam as cordas. É um desenho que se associa ao ninho de um pássaro tecelão do sul de Angola e geralmente é tocado por dois músicos.

A apresentação de Victor Gama dentro da Série Solo Música tem patrocínio da Caixa Econômica Federal e é uma realização de Alvaro Collaço Produções. Ingressos a R$ 10,00 (inteira) e R$ 5,00 (meia) podem ser adquiridos na bilheteria da Caixa Cultural, na Rua Conselheiro Laurindo, 280. Informações pelo fone 2118-5111. 

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