quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Roda de Choro volta a acontecer no Conservatório de MPB

A tradicional Roda de Choro do Conservatório de Música Popular Brasileira de Curitiba volta à agenda cultural, às 17h desta quinta-feira (20), depois do recesso de início de ano. Sob o comando de Julião Boêmio (cavaquinho) e Lucas Melo (violão 7 cordas), o programa - que tem sessões todas as quintas-feiras, a partir das 17h - reúne de maneira informal músicos e o público interessado no chorinho, para celebrar um dos gêneros musicais mais representativos da MPB. A entrada é franca.
Os instrumentistas que recepcionam os participantes do encontro são referência na cena musical curitibana. O violonista Lucas Melo trabalha nos principais grupos de choro da cidade, entre eles o Choro e Seresta e Os Curitibocas no Choro. Reconhecido pela habilidade em tocar violão, popular e clássico, além de cavaquinho, o instrumentista também mostra seu virtuosismo no violão 7 cordas, sendo requisitado para acompanhar grupos e solistas.
O cavaquinista curitibano Julião Boêmio é compositor de choros, maxixes e polcas, estudioso e professor de cavaquinho. Apesar de gostar de fazer música desde criança, Julião iniciou a carreira profissional somente após ingressar no Conservatório de MPB de Curitiba, aos 15 anos de idade. Conquistou seu espaço como instrumentista dividindo o palco com nomes consagrados, entre eles Nelson Sargento, Guilherme de Brito, Noite Ilustrada, Yamandu Costa, Mônica Salmaso, Ceumar, Dominguinhos e Zé Renato.
Seu primeiro CD solo, Feijão no Dente, foi lançado em 2010 e reúne composições como Limão no Sovaco e Umbigo sem Fundo, além da faixa que dá título à gravação. Para compor, o músico se inspira na vida e no cotidiano, sempre com muito bom humor.

Tradição – A Roda de Choro é um programa realizado semanalmente pela Fundação Cultural de Curitiba (FCC) e pelo Instituto Curitiba de Arte e Cultura (ICAC), desde 2003. A música chorosa, característica dos primeiros conjuntos que surgiram nos quintais e subúrbios do Rio de Janeiro, no século 19, faz com que o chorinho se destaque pela técnica apurada dos instrumentistas e pela possibilidade de improvisação.
Durante a roda de choro, flautas, bandolins, cavaquinhos e violões compõem o conjunto de instrumentos que garantem momentos de virtuosismo e descontração. Não existe uma formação específica, e os músicos que vão chegando se juntam à roda.
Uma das figuras centrais do choro foi o carioca Joaquim Antônio Calado (1848 – 1880) considerado um de seus criadores. A música Flor Amorosa, composta por ele, é assinalada como a primeira composição desse gênero musical. Outros chorões históricos são Chiquinha Gonzaga, Ernesto Nazareth e Pixinguinha.
O choro serviu de inspiração a compositores eruditos brasileiros, entre eles Heitor Villa-Lobos, que tem no Ciclo dos Choros uma de suas mais importantes criações. Também a música erudita inspirou os chorões, como o flautista Altamiro Carrilho, que gravou discos chamados Clássicos em Choro, nos quais toca música clássica com sotaque de choro.

Nenhum comentário:

Postar um comentário