sexta-feira, 20 de março de 2015

Obras apreendidas na 10ª fase da Operação Lava Jato chegam ao Museu Oscar Niemeyer

O Museu Oscar Niemeyer (MON) recebeu nesta quinta-feira (19), mais 139 obras apreendidas pela Polícia Federal na Operação Lava-Jato. A apreensão foi realizada na 10ª fase da Operação e a coleção traz nomes de diversos artistas, como Alberto Guignard, Heitor dos Prazeres, Yara Tupynambá e Agostinho Batista de Freitas.
O Museu Oscar Niemeyer e a Polícia Federal não têm a estimativa do valor da coleção. O laudo de autenticidade não pode ser realizado pelo MON, que está apenas com a guarda das obras. A decisão se as obras ficarão definitivamente no museu será da Justiça Federal.
O secretário de Estado da Cultura do Paraná, Paulino Viapiana, acompanhou a entrega das obras e destacou o trabalho cuidadoso e a preocupação da Polícia Federal em preservar os materiais apreendidos durante a Operação. “Desde o primeiro lote percebemos que as autoridades têm sido sensíveis quanto aos cuidados necessários para a preservação das obras. A confiança depositada no MON para a guarda do acervo demonstra este cuidado com a segurança que vai além do valor financeiro. O principal objetivo é garantir a salvaguarda dessas obras de grande valor artístico e torná-las acessíveis ao público”, disse Viapiana.
Juliana Vosnika, diretora-presidente do MON, ressalta que “o museu recebe as obras por atender todos os requisitos museológicos internacionais. Depois do processo de higienização, limpeza e quarentena, estas obras serão expostas para que o público tenha a oportunidade de conhecê-las. Obras apreendidas anteriormente já estão em exposição”.
As obras foram entregues pelo Superintendente Regional da Polícia Federal, Rosalvo Ferreira, e pelo delegado Igor Romário de Paula, da Delegacia de Combate ao Crime Organizado, e recebidas pela diretora-presidente do MON, Juliana Vosnika, e pela diretora cultural do Museu, Estela Sandrini.

Primeiro lote - Na apreensão do primeiro lote, em 2014, uma equipe da Secretaria da Cultura fez a avaliação preliminar das obras a pedido da Polícia Federal. Além do laudo técnico, o parecer emitido pelos membros da equipe técnica da Coordenadoria do Sistema Estadual dos Museus - COSEM recomendou que o conjunto das pinturas fosse transferido com a maior brevidade possível para um local apropriado, para que as obras tivessem garantidas as condições necessárias à sua correta conservação e armazenagem. A reserva técnica do MON foi posta à disposição e desde então o espaço tem sido o responsável pela guarda das 203 obras apreendidas em três fases da operação Lava Jato.
Para Estela Sandrini, diretora cultural do MON, estas obras não só enriquecem a coleção do museu, como são importantes fontes de pesquisa. “São obras de grandes artistas, alguns desconhecidos do público que terá a oportunidade de conhecer e analisar as diferentes linguagens artísticas”, afirma.

Exposição - No dia 14 de abril será inaugurada uma sala com as obras apreendidas nos dois lotes anteriores. Aproximadamente 50 obras de artistas como Di Cavalcanti, Iberê Camargo, Aldemir Martins, Cícero Dias, Orlando Teruz, Claudio Tozzi, Heitor dos Prazeres, Vik Muniz, Salvador Dalí, Nelson Leirner, Sergio Ferro, Daniel Senise, Carlos Vergara, Miguel Rio Branco e Amilcar de Castro poderão ser vistas no Museu Oscar Niemeyer.

Acervo - O acervo do MON é composto de obras que vieram do Museu de Arte do Paraná (MAP) e do Banco do Estado do Paraná (Banestado) quando de sua inauguração em 2002. A partir de 2003 o acervo do MON recebeu novas obras e atualmente conta com 3.400 peças de artistas como Alfredo Andersen, João Turin, Theodoro De Bona, Miguel Bakun, Guido Viaro e Helena Wong, além de Tarsila do Amaral, Cândido Portinari, Oscar Niemeyer, Ianelli, Caribé, Tomie Ohtake, Andy Warhol, Di Cavalcanti, Francisco Brennand, entre outros. Há atualmente no museu três salas com cerca de 250 obras que compõem esta coleção e que podem ser vistas pelo público nas exposições “Histórias do Acervo MON - em aberto” “Acervo MON – Aquisições 2013/2014”.

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