segunda-feira, 17 de março de 2014

Intervenções de artista lusitano são expostas na Caixa Cultural

Alexandre Farto, conhecido como “Vhils”, mostra desde esta segunda-feira (17), na Caixa Cultural, como vê alguns lugares. O artista tem um ar aguçado para as cidades e enxerga o que a maioria não vê. Em camadas de tintas nas paredes ou em materiais de demolição ele revela a história de vida de quem por ali passou.
A instalação “Incisão” é fruto da estada do artista em Curitiba e na aldeia indígena Araçaí, em Piraquara. A obra é composta por 54 portas de madeira gravadas com motivos indígenas e a imagem de vários rostos, incluindo 18 que representam habitantes da comunidade Araçaí. Quatro destas gravuras foram feitas pelos próprios Guaranis na galeria da Caixa Cultural, ao longo da montagem da mostra.
E esta é uma das características do trabalho de “Vhils”, que trabalha com materiais pouco usuais como cortiça, poliestireno (3D) e explosivos, além de madeira, papel e metal. O trabalho que ele faz em paredes e muros antigos – com várias camadas de tintas que são descascadas para dar profundidade e textura, e quase sempre representando rostos - rendeu ao artista o reconhecimento profissional em vários países. Há obras dele em Portugal, Itália, Estados Unidos, França, Espanha, Rússia, Argentina, Austrália e Noruega.
Segundo ele, “Incisão” é a reflexão sobre a interação entre comunidades humanas, a cidade e o modelo de desenvolvimento contemporâneo.
Alexandre Farto nasceu em 1987 e começou trabalhar com grafite aos 13 anos, já com o pseudônimo de “Vhils”. Cresceu na margem sul do Tejo, em Seixal, no distrito de Setúbal, uma área industrial.
Os trabalhos em stencil e em suportes não convencionais começaram em 2004, assim como a primeira exposição coletiva com o grupo VSP. Dois anos depois ingressou na agência de artes Vera Cortês, o que abriu as portas para muitas exposições.
Mudou-se para Londres em 2007 para estudar na University of the Arts e fez a primeira individual em 2008. Neste mesmo ano, “Vhils” participou do Cans Festival, em Londres, exibindo a técnica de escavação – que forma a base da série “Scratching the Surface”, iniciada no ano anterior.
Atualmente ele tem contratos com a Lazarides Gallery (Reino Unido), Vera Cortês Agência de Arte (Portugal) e Magda Danysz Gallery (França e China).

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