Fica aberta até o fim de novembro a
exposição “30 Anos da Orquestra Sinfônica do Paraná”, que traz, em ordem
cronológica, a criação da OSP, os maestros titulares e convidados,
participações com o Balé Teatro Guaíra e com outros grupos, e as turnês feitas
pelos músicos. A mostra está em cartaz no saguão de exposições do Centro
Cultural Teatro Guaíra, ao lado da bilheteria principal, de segunda a sexta,
das 13h às 17h. A visita pode ser acompanhada por um monitor.
Em 30 anos foram 1.200 apresentações em
diversas cidades brasileiras, incluindo concerto junto às Cataratas do Iguaçu e
com o tenor José Carreras. No acervo estão 1.170 obras catalogadas e
executadas. A Orquestra Sinfônica do Paraná se apresentou junto com o Balé
Teatro Guaíra nos espetáculos “Petrushka” e “O Quebra-Nozes” e nas óperas “Carmen”,
“Fausto”, “Tosca” e “La Bohème”.
HISTÓRICO – Em 1983, após apresentação
da Orquestra Sinfônica Brasileira, sob regência do maestro Isaac
Karabitchevsky, no Guairão, o governador José Richa decidiu criar a Orquestra
Sinfônica do Paraná. Esta ação passou a ser um dos principais planos de gestão
do governo na área da cultura.
Dois anos depois, em 1985, foi feito um
concurso nacional, com 60 vagas, para selecionar os músicos que iriam compor a
orquestra.
Dos 210 inscritos, 160 fizeram os
testes de audição, compostos de provas teóricas e prática, tanto para músicos
como para maestros titular e assistente.
A comissão avaliadora era formada pelos
maestros Alceu Bocchino, Claudio Santoro e Mário Tavares e pela musicista Eleni
Bettes. Osvaldo Colarusso foi aprovado como regente auxiliar e foram selecionados
54 músicos. Dos 11 candidatos a maestro titular, nenhum conseguiu aprovação.
Então, o maestro Bocchino assumiu o posto.
A estreia nacional da Orquestra
Sinfônica do Paraná foi em 28 de maio de 1985, no auditório Bento Munhoz da
Rocha Netto (Guairão). Na primeira parte do programa, abertura da ópera “Anacreon”,
de Luigi Cherubini, sendo a primeira audição no Paraná, com regência de
Colarusso. Bocchino regeu neste primeiro concerto a “Sinfonia nº 8 em Fá Maior
Op. 92” e o “Concerto nº 5 em Mib Op. 73 Imperador”, ambas as peças de
Beethoven.
Nestes 30 anos, a OSP teve como
maestros titulares Alceu Bocchino e Osvaldo Colarusso (1985 a 1997), Roberto
Duarte (1998 a 1999), Jamil Maluf (2000 a 2001), Alessandro Sangiorgi (2002 a
2010) e Osvaldo Ferreira (2011 a 2013).
A partir de 2014, a Orquestra Sinfônica
do Paraná passa a ser regida por maestros convidados: Dante Anzolini, Victor
Hugo Toro, Claudio Cruz, Marc Moncussi, Isaac Karabitchevsky, Silvio Viegas,
Stefan Geiger, Ricardo Castro, Fabio Mechetti, Jamil Maluf, Guilherme Mannis,
Marcos Arakaki, Wagnrt Polistchuk, Ricardo Bologna, Alpaslan Ertüngealp,
Roberto Tibiriçá, Lavard Skou Larsen, Paulo Torres, Gustavo Petri, Nikolas
Rauss, Maximino Zumalave e José Maria Florêncio, entre outros.
INCENTIVO – A violinista Eleni Bettes
foi uma das responsáveis pela criação da orquestra. Na época, ela era
coordenadora de Comunicação Cultural da Secretaria de Estado da Cultura e, dois
anos depois, fez o concurso para compor o quadro.
“Fizemos um trabalho de pesquisa para
convencer o governador a criar a orquestra. Havia mobilização dos músicos e o
apoio do secretário da Cultura, o que favorecia a criação da orquestra”, disse
em depoimento. “Precisávamos de uma orquestra sinfônica do Estado que estivesse
dentro do Teatro Guaíra, que é a casa da música, da cultura e das linguagens
artísticas do Paraná”, afirmou Eleni.
De acordo com a musicista, a
movimentação musical e cultural na Capital, com as oficinas de música e a
orquestra da Universidade Federal do Paraná (UFPR), facilitaram a criação da
orquestra. “A Escola de Música e Belas Artes do Paraná formava grandes
profissionais que não tinham onde trabalhar. Com a OSP foi criado um mercado
musical no Estado. Muitos músicos se estabeleceram em Curitiba e também houve crescimento
na área de luteria, que é o conserto e a fabricação de instrumentos”.
Alguns imprevistos ocorreram antes da
estreia. No dia do ensaio geral, um martelo caiu da parte de cima do palco e
atingiu um dos tímpanos (instrumento de percussão). Para as obras executadas
naquele concerto, seriam necessários cinco instrumentos. O empréstimo para
substituir o instrumento danificado foi feito pelo maestro Gideon Martins, da
orquestra da UFPR.
ÓPERAS E BALÉS – Além dos concertos, a
orquestra participou de montagens do Balé Teatro Guaíra, como “O Quebra-Nozes”,
de Tchaikovsky; “Petrushka” e “Sagração da Primavera”, de Stravinsky; e de
produções de óperas como “Carmen”, de Bizet; “Fausto”, de Gonod; “Aída”, de
Verdi; “Tosca” e “La Bohème”, de Puccini.
Junto às grandes peças da música
clássica, a Orquestra Sinfônica do Paraná também se adaptou à música popular e
diversificou as apresentações. Um dos momentos marcantes foi a gravação, em
2007, do DVD com a banda Blindagem, assim como os concertos para crianças e
parcerias com grandes nomes da música popular brasileira.
A exposição “30 Anos da Orquestra
Sinfônica do Paraná” está montada junto à bilheteria principal e pode ser
visitada de segunda a sexta-feira, das 13h às 17h (berta também aos domingos,
quando há concertos da OSP).
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