O Museu Oscar Niemeyer (MON) recebe nesta
quinta-feira, dia 26, às 19 horas, a mostra “Colapso”, com obras de três
artistas paranaenses: Cleverson Oliveira, Fernando Burjato (foto) e Gabriele Gomes. Com
curadoria de Ana Rocha, a exposição conta com 55 obras entre pinturas,
desenhos, objetos e instalações.
A ideia, segundo a curadora, é mostrar
vinte anos de intenso diálogo e produção dos artistas com a cidade de Curitiba
como ponto de encontro e origem. “Suas trajetórias, por vezes muito díspares,
possuem pontos em comum. É neles que o colapso acontece: o estado de suspensão
de cada um se dissipa, as pesquisas se confundem, os três se mostram tão
próximos quanto artistas de uma mesma geração podem estar”, afirma.
A diretora-presidente do MON, Juliana
Vosnika, diz que os visitantes podem conhecer nessa mostra a produção artística
feita no Estado.
Nos trabalhos de Cleverson, a imagem é
uma mancha no papel ou na tela, molhada por gotas de chuva que são uma espécie
de convite para ver e pensar como se forma a ideia de paisagem. O jogo entre
imagem/paisagem e a representação das gotas é uma ironia dessa arte que imita a
vida, que busca para si uma realidade como a que vivemos.
Fernando Burjato trata de uma imagem
sem figuras. Seu trabalho se constrói pela borda, acumula tinta como se
buscasse sair para além dos limites da tela. As cores justapostas não se
misturam, e o acúmulo de matéria fica pelas bordas, dando corpo à imagem, às
listras.
Gabriele Gomes também tem trajetória
marcada pela pintura que avança para além do bidimensional; o desejo de tocar
as superfícies levou sua pesquisa a experimentações com a tinta sobre objetos,
o mar, a paisagem, pegadas. A tinta toma conta e engole para si os objetos do
dia a dia.
“Esta exposição é um convite para nos
aprofundarmos na pesquisa de Cleverson, Fernando e Gabriele. Convidado a olhar
atentamente e encontrar os pontos, o expectador é quem encontrará o colapso em
cada trabalho apresentado”, diz Ana Rocha.
Sobre os artistas
Grupo que caracteriza a “Geração
Noventa” de Curitiba, que junto com outros artistas, como Fábio Noronha, Keila
Kern e Daniela Vicentini, se origina na Escola de Música e Belas Artes do
Paraná, em 1992. A galeria Casa da Imagem e os workshops orientados por Geraldo
Leão, um dos principais artistas do grupo “Moto contínuo”, que se originou dez
anos antes, e que tem a proposta de fomentar a arte contemporânea no Paraná nos
anos 80, exerce grande influência sobre estes artistas.
Nesta mesma época ocorreu a “Bienal
Internacional da Gravura de Curitiba”, que trouxe obras de diversos artistas
internacionais, e teve impacto fundamental na formação do grupo e outros mais.
O curador da exposição foi Paulo Herkenhoff, que mantém uma relação estreita
com a cidade de Curitiba, e que testemunhou a embrionária produção do grupo.
Em 1994, a exposição “A Fala”, na
galeria do Inter, Centro Brasil Estados Unidos, apresentou os trabalhos
recentes do grupo e impulsionou a trajetória de Fernando, Gabriele e Cleverson.
Um ano depois, os artistas deixaram Curitiba, Cleverson foi para Nova Iorque,
Fernando, para São Paulo, e Gabriele, Santa Catarina. Por 20 anos o grupo
manteve um diálogo que tem Curitiba como ponto de referência e lugar de
encontro. Ao longo deste período a produção dos astistas estabeleceu influencia
e afirmou um dialogo com as gerações mais recentes, constituindo a história da
arte local.
A mostra “Colapso” pode ser visitada de
terça-feira a domingo, das 10h às 18h, com ingressos custando R$ 9,00 e R$ 4,50
(meia). Mais informações: 3350-4400 ou www.museuoscarniemeyer.org.br.
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