A Caixa Cultural Curitiba apresenta a
exposição “A Brasilidade na Fotografia de Pedro a João”. Com abertura nesta sexta-feira
(13), a mostra tem foco nos membros da família imperial do Brasil de Dom Pedro
II e de Dom João de Orléans e Bragança – bisneto da Princesa Isabel. Dom João
estará presente na estreia e terá expostos retratos feitos por ele em um ensaio
fotográfico no município de Trajano de Moraes (RJ).
A data de abertura coincide com o dia
em que Princesa Isabel assinou a Lei Áurea, em 13 de maio de 1888, abolindo a
escravatura. O momento histórico faz parte da mostra, com um registro
fotográfico da missa realizada no Campo de São Cristóvão, no Rio de Janeiro,
quatro dias depois da assinatura da lei, reunindo 30 mil pessoas, inclusive o escritor
Machado de Assis, recentemente identificado na foto, entre outros personagens
da História do Brasil.
Inspirada na sensibilidade dos
registros fotográficos dos grandes laboratórios do século XIX no Rio de Janeiro
e na Europa e com curadoria de José Carlos Simões, a exposição aborda a chegada
da fotografia/daguerreótipo ao Brasil, pelas mãos de Louis Compte, em janeiro
de 1840, bem como sua apresentação ao então Imperador Dom Pedro II. Este
tornou-se um grande entusiasta da fotografia. Ainda aos 14 anos de idade,
passou a ser um incentivador da técnica no país, proporcionando sua promoção
promovido e difusão no Brasil. Os registros fazem parte da coleção histórica de
Dom João de Orléans e Bragança sob a guarda do Instituto Moreira Salles, além
de acervo pessoal e algumas peças do Arquivo Nacional.
Uma das fotos mais emblemáticas da
exposição é o curioso retrato de Dom Pedro II em que ele aparece duas vezes,
frente a frente consigo mesmo. A obra foi realizada por meio de dupla exposição
pelo estúdio carioca Carneiro & Gaspar. A imagem comprova a cumplicidade
criativa que o ligava aos melhores profissionais de seu tempo. Nenhum outro
dirigente da época teria cogitado uma brincadeira desta natureza, ignorando o
protocolo e as questões de hierarquia, controle da imagem ou obediência às
convenções sociais. Vale lembrar também que é Dom Pedro II o responsável pela
primeira selfie do Brasil.
Entre outras imagens que fazem parte da
mostra está a foto da Família Imperial na varanda da casa da Princesa Isabel, em
Petrópolis, pouco tempo antes de deixar o Brasil rumo ao exílio. Esse teria
sido o último retrato antes da instauração da República. Há ainda a Princesa em
uma abordagem intimista, tocando piano em sua residência. Um registro feito por
Marc Ferrez, por outro lado, mostra uma vista panorâmica do Rio de Janeiro a
partir do Mirante Dona Marta, mostrando as enseadas de Flamengo e Botafogo em
seus tempos remotos.
Dom João Henrique de Orléans e Bragança
herdou o entusiasmo do trisavô, Dom Pedro II, tendo escolhido a fotografia como
uma de suas atividades. Na mostra, estarão expostas imagens de um ensaio
realizado no início dos anos 1990, no munícipio de Trajano de Moraes, no Rio de
Janeiro.
Lá, ele retratou os descendentes de
escravos que vivem no local desde o início do século passado. Com a saída dos
senhores escravocratas, a população permaneceu na terra, passando a praticar
uma agricultura de subsistência, preservando as tradições e o modo de vida dos
seus ancestrais.
A exposição “A Brasilidade na Fotografia
de Pedro a João” pode ser visitada até dia 3 de julho, de terça a sábado, das
10h às 20h; domingo, das 10h às 19h, com entrada franca. Mais informações: 2118-5114.
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