Quando Fernando Bonassi terminou de
escrever “Luxúria”, não imaginava o quão atual seu livro se tornaria em um
momento em que os impasses do país refletem na sociedade. O escritor é o
convidado da primeira Sabatina Literária Sesi, que acontece neste sábado, 21 de
maio, às 15h, no Centro Cultural Sesi Heitor Stockler de França. As inscrições
custam R$ 35,00 e o participante recebe um exemplar do livro para se preparar
para a conversa.
Com mediação do jornalista Yuri
Al’Hanati, o público poderá participar do encontro com perguntas dirigidas a
Fernando Bonassi, que é roteirista, dramaturgo e escritor, autor dos romances “’Subúrbio”
(Objetiva) e “Luxúria” (recentemente lançado pela Record), e dos livros de
contos “Passaporte” (Cosac&Naify) e “SP Brasil” (finalista do Jabuti 2003),
entre outros. No cinema, destacam-se os roteiros de “Estação Carandiru” (de
Hector Babenco) e “Cazuza - O Tempo Não Para” (de Sandra Werneck e Walter
Carvalho). Desenvolveu, em parceria com Marçal Aquino - os seriados “Força-Tarefa”,
“O Caçador” e o inédito “Supermax”, para a Rede Globo de Televisão.
Sobre o livro – Ao finalizar “Luxúria”,
a ascensão da nova classe C parecia anunciar um futuro de plena prosperidade no
Brasil e a crise do abastecimento de água nas metrópoles do país soaria como
ficção. Agora, no entanto, esta fábula contemporânea, sobre uma família comum,
com ambições comuns, mas cujas escolhas aos poucos a leva a um cenário
apocalíptico, parece anunciar os impasses desse Brasil em que progresso
significa consumo. Inebriados pelo crédito fácil neste “momento histórico de
prosperidade”, como alardeiam as propagandas do governo, a família de um
metalúrgico – que mora em uma casa financiada, com carro financiado e
eletrodomésticos financiados – decide construir uma piscina no quintal de casa.
Porém, como afirma um dos personagens, “Há tempos a água não significa pureza:
é a mãe de todas as guerras”, e essa decisão aparentemente banal vai expor as
bases instáveis em que se assenta a normalidade da classe média, num equilíbrio
fraco entre a pobreza e o bem-estar, entre a família feliz e a tragédia.
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