segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Cinemateca exibe o filme interativo “EXIT, un corto a la carta”

Ligar para um número de telefone se oferecendo para trabalhar como doméstica ou responder a um anúncio de “damas de companhia”? É a primeira decisão que Oti, a protagonista de “EXIT, un corto a la carta”, tem que tomar. A opção escolhida vai definir nem só o rumo que sua vida vai tomar, mas também influenciará toda a sequência do filme, apresentado pelo Centro Cultural da Espanha e que será exibido (em espanhol e sem legendas) na Cinemateca de Curitiba nesta terça-feira (28), às 20h, com entrada franca.
A grande diferença é que a decisão não está exatamente nas mãos da personagem, mas sim do próprio público que estiver na sala do cinema no momento. De acordo com a opção que Oti, ou melhor, os espectadores escolherem em votação, o curta seguirá por diferentes histórias inspiradas nas vivências de suas protagonistas. Todas relacionadas com a imigração e a mulher.
O filme é resultado de um projeto de intervenção sócio-cultural realizado em Madri em 2010, que oferecia vários cursos de teatro e interpretação. O roteiro é baseado nas histórias reais das participantes do projeto de Adrián Silvestre, diretor cinematográfico, e Beatriz Santiago, atriz e diretora cênica, especializada em gênero.
No projeto participaram 50 mulheres imigrantes na capital espanhola, escolhidas a partir de um anúncio publicado por Beatriz e Adrián. As escolhidas fizeram os cursos oferecidos e, no fim, suas histórias de vida, aventuras e desventuras na Espanha acabaram inspirando os vários roteiros – isso porque a interatividade permite que não haja um filme único, mas várias possibilidades diferentes, cada uma mostrando distintas realidades sociais, culturais e econômicas do grupo.

Sucesso - “Exit faz referência à palavra saída em inglês e sucesso em espanhol (éxito). E un corto a la carta indica que é um curta-metragem com um cardápio de filmes curtos à disposição do espectador, o que dá interatividade à proposta”, explica Marina Santo, atriz e bailarina brasileira que integra o elenco do filme.
A Beatriz, além de atriz e diretora, é especialista em gênero e trabalha com diferentes projetos audiovisuais relacionados às mulheres. Como o tema da imigração na Europa é muito forte nas últimas décadas e, especialmente na Espanha, o índice de mulheres imigrantes ainda é alto, a diretora sentiu a necessidade de dedicar um projeto para a sensibilização da sociedade sobre essa temática”, completa Marina.
Para a coordenadora do Centro Cultural da Espanha, Rafaela Marengo, o filme já teve muita visibilidade no país ibérico e, agora, é relevante no Brasil neste momento em que há um movimento inverso ao de anos atrás, com vários brasileiros que emigraram para a Espanha voltando à América e se tornando imigrantes em seus próprios países de origem – como é o caso de Marina.

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