segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Mais de 2 mil pessoas já visitaram exposição das "Diretas Já"

A Exposição “30 anos 1º Comício Diretas Já – Curitiba” recebeu a visita de mais de 2 mil pessoas até a tarde de sexta-feira (17). Aberta ao público no domingo (12) a mostra comemorativa aos 30 anos do comício que deu início à onda de manifestações por eleições diretas e pela restituição das instituições democráticas, está em um ônibus biarticulado na Boca Maldita, localizada na Rua das Flores, no centro da Curitiba.
Para o técnico agropecuário Francisco Antonio Neto (58), morador no interior de Rondônia, e que está em Curitiba para visitar familiares, a exposição faz com que as pessoas revivam esta época e serve para mostrar um pouco da história recente para os mais jovens. “Espero que ações como essa sirvam de inspiração para os mais jovens. Que eles participem de cara limpa, mostrando o rosto, de movimentos políticos e sociais”.
Já o casal Dagoberto e Elisabete Hertzog, moradores da cidade de São Mateus do Sul, região metropolitana de Curitiba, “Fatos como o comício e a luta por eleições diretas não podem cair no esquecimento. É uma maneira de valorizar  a liberdade que temos nos tempos de hoje e de transmitir o conhecimento para os mais novos”.
O monitor da exposição, Victor Carlim (19), conta que os visitantes são na sua maioria pessoas acima de 45 anos de idade e que chegam comentando que participaram do movimento “Diretas Já”. "Os visitantes ficam tentando se achar nas fotos. Relembram os momentos de repressão vividos, se emocionam bastante”.

Ônibus da história - Quem passa pelo calçadão curitibano encontra o biarticulado externamente plotado com imagens marcantes do primeiro comício das Diretas Já. Internamente, a mostra se divide em três núcleos, os quais apresentam textos, charges, imagens e três vídeos de aproximadamente um minuto de duração – sobre o golpe militar, a repressão e o comício na capital paranaense.
Como primeira referência a essa memória, logo à entrada há a exibição do vídeo sobre o golpe e a cortina negra de acesso à mostra exibe o desenho de uma botina ao lado de um pequeno texto. Após a cortina, um painel apresenta manchetes e editoriais de apoio ao golpe através de jornais de grande circulação. O material também lembra a fuga do ex-presidente João Goulart e a decretação do AI 5 – Ato Institucional de número cinco, publicado em 13 de dezembro de 1968.
O segundo núcleo da mostra concentra informações sobre o primeiro comício pelas Diretas Já. Entre as imagens mais representativas está a fotografia de Maurício Fruet, prefeito à época, que espontaneamente foi seguido pelos manifestantes desde a concentração, em frente ao prédio central da Universidade Federal do Paraná (UFPR), até a Boca Maldita. Fruet aparece ao lado do ex-governador José Richa e de Álvaro Dias, além de outras representações paranaenses.
Personalidades políticas nacionais, que se tornariam símbolos da luta democrática, como Ulisses Guimarães e Tancredo Neves, também estiveram presentes no palanque do primeiro comício. Um momento histórico que refletiu o ânimo da massa reunida, não dividida por grupos partidários, mas unida em torno do mesmo ideal – a retomada da democracia. O último segmento descreve a transição do regime, a anistia e, finalmente, a abertura política.
O material em exibição foi preparado e organizado pela equipe do departamento de Comunicação e Marketing da Secretaria de Comunicação, com o apoio de outras instituições públicas e privadas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário