terça-feira, 3 de maio de 2016

Mostra de Charif Benhelima chega ao fim neste domingo no MON

O Museu Oscar Niemeyer (MON) encerra no dia 8 de maio, domingo, a mostra “Charif Benhelima: Polaroids, 1998 – 2012”. O artista é considerado um dos maiores nomes belgas da fotografia contemporânea. Sua obra representa, hoje, uma das mais inovadoras e consequentes pesquisas em Polaroid. 
Com curadoria de Daniella Géo e Christophe De Jaeger, a exposição apresenta aproximadamente 130 polaroids e três obras em grande formato (derivadas das polaroids), sendo divididas em quatro séries. O projeto foi iniciado pelo Palais des Beaux-Arts (BOZAR), em Bruxelas, e foi também apresentado no Museu de Arte Contemporânea de Niterói (MAC).
A curadora Daniella Géo explica o processo: “A adoção dessa fotografia que se autorrevela e muitos pensavam efêmera demarcou uma nova fase no processo criativo do artista, a partir do estabelecimento de outra relação com o ato de fotografar – bem mais lento e de pouco controle técnico, cuja fotografia resultante é única e irretocável. A obra de Benhelima trata com delicadeza visual e questionamento assertivo questões políticas e sociais, hoje, emergenciais, como a noção de pertencimento/exclusão, o viver junto frente ao multiculturalismo”, analisa.
Compostas, em grande parte, como espécies de abstrações figurativas, as polaroids de Benhelima são imbuídas de ambiguidade. A percepção do tempo, do espaço, do real e do simulacro é desestabilizada, e a subjetividade do observador perante as imagens, assim como as questões que elas levantam, assume seu papel construtivo diante de toda representação.
"Charif Benhelima é, hoje, um dos nomes mais interessantes da arte contemporânea. Sua exposição esteve entre as melhores na Bélgica em 2012 e o confirmou como grande expoente da arte do país. Ele não tem medo de arriscar, seu trabalho nunca é superficial e sabe unir como poucos conceito e estética. Sua obra levanta questões que são fundamentais não apenas na Europa, mas no mundo. Fico entusiasmado em estarmos levando sua obra para o Brasil”, afirma o curador Christophe.

O artista - Charif Benhelima (Bruxelas, 1967), filho de pai marroquino e mãe belga, ficou órfão aos oito anos. Cresceu no interior da católica Flandres ocidental e aprendeu sobre sua origem judaica sefardita já em idade adulta. Seu processo identitário diante das contradições, dos conflitos e da intolerância despertados pela diversidade cultural, é a base de suas pesquisas.
Embora de fundo autobiográfico, a obra de Benhelima ultrapassa as questões pessoais. É, ao contrário, formada e formadora de discursos sociopolíticos de dimensão universal, associados, em particular, à problemática da imigração e da discriminação, assim como da própria imagem – fotográfica e social – como construção. A noção de invisibilidade, visual e/ou simbólica, explorada nas diferentes séries, é fundamental.

Mais informações: 3350-4400 ou www.museuoscarniemeyer.org.br.

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