A mostra “Vozes da América Latina”,
exposta no Museu Paranaense durante a Bienal de Curitiba, possui curadoria de
Alfons Hug e resgata não apenas um precioso patrimônio linguístico, mas também
uma forma de ver e viver o mundo. A mostra fica em exposição até domingo e a
entrada é gratuita.
Calcula-se que 85% das línguas que
estavam vivas no ano de 1500 já tenham sido extintas e a exposição propõe logo
de início uma viagem a culturas e linguagens através de instalações sonoras.
“Ao entrar nas salas expositivas, o visitante primeiro ouve um murmúrio
inespecífico e polifônico, composto por várias vozes e por um tapete sonoro,
que faz lembrar um ambiente sacro; depois se aproxima de cada um dos
alto-falantes e ouve distintamente o som de cada língua ameríndia, dentre
centenas de idiomas em risco de extinção ou em situação crítica”, explica o
curador. Painéis ao longo do museu acompanham as vozes e contam a história de
línguas perdidas ou deixadas de lado na América.
O Museu Paranaense recebe as obras de
Sonia Falcone e José Laura Yapita, Sandra Monterroso, Rainer Krause, Raul
Quintanilla Armijo, Priscilla Monge, Léon David Cobo, María Rincón e Cláudia
Rodrigues, José Huamán Turpo, Javier López e Erika Meza, Gustavo Tabares,
Fabiano Kueva, Adriana Barreto e Paulo Nazareth.
Sobre o curador - Nascido em Hochdorf,
na Alemanha, vive e trabalha no Rio de Janeiro. Estudou linguística e
literatura comparada nas universidades de Freiburg, Berlim, Dublin e Moscou.
Foi diretor do Instituto Goethe em Lagos (Nigéria), Medellin (Colômbia),
Brasília, Caracas e Moscou. De 1994-98 foi diretor do Departamento de Artes
Visuais e Cinema na Haus der Kulturen der Welt (Casa das Culturas do Mundo) em
Berlim. Desde 2002 é diretor do Instituto Goethe no Rio de Janeiro. Foi curador
geral da Bienal de São Paulo em 2002 e 2004, e curador do pavilhão do Brasil na
Bienal de Veneza em 2003 e 2005. Em 2009 foi curador da « Bienal do Fim do
Mundo » em Ushuaia (Argentina). Em 2011 foi curador da 6º Bienal Vento Sul
Curitiba.
Sobre a Bienal - A Bienal Internacional
de Curitiba completa 22 anos em 2015 e se consolida como um dos eventos mais
importantes do circuito mundial. Nesta edição, a Bienal prioriza a arte que vai
para as ruas, com ações que não se restringem aos museus, centros culturais e
galerias, mas que ganham o espaço urbano. Tem curadoria geral do crítico de
arte Teixeira Coelho e acontece na capital paranaense entre os dias 3 de
outubro e 6 de dezembro com obras de artistas dos cinco continentes em mais de
100 espaços da cidade. Toda a programação é gratuita, exceto pelas exposições
no Museu Oscar Niemeyer que segue as tarifas do museu (R$ 9,00 e R$ 4,50).
Mais informações:
www.bienaldecuritiba.org.
Nenhum comentário:
Postar um comentário