quarta-feira, 20 de abril de 2016

Incidentes inusitados revelam desejo de vingança em espetáculo na Caixa Cultural Curitiba

A Caixa Cultural Curitiba apresenta o espetáculo “Infância, Tiros e Plumas”, em cartaz entre os dias 22 e 24 de abril. A montagem fala da decadência humana a partir de trajetos que se cruzam, gerando uma série de incidentes envolvendo crianças. As situações se potencializam e modificam para sempre a vida das personagens. Em comum entre elas, apenas o desejo de vingança e a vontade de terem uma outra vida.
A peça conta três histórias separadas por tempos distintos. Marín, mulher desequilibrada e bipolar, está num processo litigioso de separação com Henrique, médico famoso por inventar um antidepressivo que cura traumas de infância. Porém, mesmo nessa situação, resolvem comemorar o aniversário de nove anos de Júnior numa viagem à Disney. Enquanto isso, Suzaninha, garota mimada e arrogante, que além de miss mirim é campeã de tiros, está acompanhada de seu segurança Argos. Por medo de voar, ele se embebeda, deixando vir à tona toda sua violência.
No mesmo voo ainda viajam os traficantes Pitil e Fernando, que são funcionários da companhia aérea e sequestram Juanito, um cucaracho de quatro anos, para usá-lo como “mula”. O ponto de partida para Infância, tiros e plumas, quarto espetáculo da Cia OmondÉ, foi um laboratório de 10 meses de treinamento e pesquisa, no qual foram gerados jogos, estudos e composições. A partir da sinopse de Jô Bilac, o texto final formou-se com a colaboração dos atores e a encenação de Inez Viana, que assina a direção.
O projeto estreou em 2015, no Rio de Janeiro, com elenco formado por Débora Lamm, Iano Salomão, Jefferson Schroeder, Juliane Bodini, Júnior Dantas, Karina Ramil, Leonardo Bricio, Luís Antônio Fortes e Zé Wendell. “Seu característico tom crítico, sua sutil ironia e sobretudo sua poesia nos faz delirar, como seus personagens descontrolados, normativos, descriminados, avessos à sociedade castradora, lobotomizados, manipuladores e mais: nos faz rir e perceber quão ridículos somos. E acho que é para isso que o teatro serve e que me basta”, explica a diretora sobre o texto de Jô Bilac.

A companhia - A Cia OmondÉ surgiu em 2009 da vontade da diretora e atriz Inez Viana em formar um grupo com atores vindo de várias partes do Brasil para o aprofundamento de uma pesquisa cênica, na qual fossem estudados a diversidade, a brasilidade e o diálogo com a cena mundial contemporânea. Seu repertório conta com as peças “As conchambranças de quaderna” (2009), de Ariano Suassuna (Prêmio Contigo pela direção); “Os mamutes” (2011) de Jô Bilac (Prêmio FITA de melhor direção) e “Nem mesmo todo o oceano” (2013) de Alcione Araújo.
Hoje, a Cia OmondÉ é formada por um mineiro, um potiguar, um paraibano, um paranaense e cinco cariocas. O dramaturgo Jô Bilac iniciou a carreira como ator, mas foi como autor que ele se consagrou com as peças Beije minha lápide, Conselho de classe (Prêmio APTR e Prêmio Cesgranrio, de Melhor Autor), Fluxorama, Os mamutes, Petit Monstre, Caixa de areia, Cucaracha, Você precisa saber de mim, O gato branco, Matador de santas (Prêmio Contigo de Melhor Autor), Savana glacial (Prêmio Shell/RJ de Melhor Autor), Rebu, Limpe todo sangue antes que manche o carpete (Prêmio Festikaos/SP de Melhor Autor), 2 p/ viagem, Cachorro! e Desesperadas. Em 2011 e 2013, foi indicado pelo jornal O Globo como Personalidade de Teatro do Ano.

Indicadas para maiores de 14 anos, as encenações de “Infância, Tiros e Plumas acontecem sexta-feira e sábado, às 20h; e domingo, às 19h. os ingressos custam R$ 10,00 e R$ 5,00 (meia, conforme legislação e correntistas que pagarem com cartão de débito Caixa). A compra pode ser feita com o cartão vale-cultura. Mais informações: 2118-5111.

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