quarta-feira, 31 de julho de 2013

Espetáculo mistura dança contemporânea e cultura indígena

O espetáculo de dança "Corpo Ancestral" estreia nesta quinta-feira (1º) e cumpre uma temporada de 12 apresentações no Teatro Cleon Jacques - Centro de Criatividade de Curitiba.  Idealizado pela dançarina e psicóloga Silvia Wy‘a Poty e pelo ator e antropólogo Maikon K, com direção de Cândida Monte, o espetáculo tem como proposta estabelecer o diálogo entre xamanismo, psicologia e dança contemporânea, fazendo com que a dança seja utilizada como forma de integrar mente, corpo e natureza.
O xamanismo é um conjunto de práticas corporais antigas, originárias de tradições indígenas, que visam alinhar o ser humano com a natureza. O espetáculo é estruturado como um “rito de passagem”, uma jornada xamânica, que artistas e público devem atravessar juntos (o público caminha por diferentes ambientes, a encenação acontece ao seu redor, ao seu lado, na disposição de um círculo e até partindo do espectador).
O diálogo com a tradição guarani busca revelar como essa cultura ancestral já detinha conhecimentos sobre o corpo que convergem com os resultados de pesquisas científicas modernas, como a física quântica. O espetáculo propõe uma experiência de integração. O público transita por um cenário-instalação, sendo envolvido por estímulos sensoriais referentes à visão de mundo guarani. Os artistas se revezam nas funções de atuadores e orientadores, ora encenando ora guiando o público através de movimento, respiração e música, dentro de uma estrutura cênica que contrapõe ancestralidade/contemporaneidade, primitivo/tecnológico, performance/ritual.
Com essa pesquisa buscamos as origens do movimento autêntico. O corpo ancestral que pesquisamos é um corpo que busca se conhecer pelo movimento e em conexão com a natureza, expressando suas potencialidades por meio da arte e na vida diária, resgatando em conhecimentos antigos as chaves para seu equilíbrio no presente. Acreditamos que, quanto mais conscientes de nossas origens e de nossas capacidades como seres humanos, mais podemos desenvolver potenciais latentes em nós e atuar com relevância em sociedade”, explicam os idealizadores do projeto.

Os artistas - Silvia Wy’a Poty desenvolve há mais de uma década um trabalho focado na investigação e na prática artística e terapêutica baseada na conexão corpo/mente e suas associações com ecologia, psicologia, arte, ciência e aprimoramento pessoal. O nome artístico Wy'a Poty - recebido em cerimônia indígena brasileira - traduz a outra face de sua pesquisa, integrando a conexão corpo/dança à cultura e tradições ancestrais. Resultados concretos têm sido transmitidos e difundidos no país e no exterior por meio de oficinas, palestras, atendimentos e espetáculos de dança, sempre associados ao trabalho arte-terapêutico de psicologia corporal.
Antropólogo formado pela Universidade Federal do Paraná, Maikon K se interessa pela pesquisa e o estudo das fronteiras entre teatro e performance, teatro e dança, e o sagrado na arte. Em seus trabalhos constrói a encenação a partir da pesquisa corporal, criando também os textos e as composições sonoras e musicais de cada espetáculo. Em 2012, foi contemplado com o Prêmio Klauss Vianna de Dança, da Funarte, pelo projeto DNA de DAN, com estreia prevista para este segundo semestre de 2013.


As apresentações de “Corpo Ancestral”, acontecem de 1º a 18 de agosto, de quinta-feira a sábado, às 20h, e aos domingos, às 19h. A entrada franca e é indicado para maiores de 18 anos.

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