Nesta quinta-feira (16), às 19h30,
acontece no Teatro do Clube Curitibano o lançamento oficial do documentário
"Canal do Varadouro: História,Cultura e Natureza". A iniciativa foi
da empresa curitibana GPR Vídeos, que tem à frente os sócios Paulo Roberto
Macedo Junior e Pedro Cesar Prosdócimo. O documentário foi possível graças à
ideia e esforço dos sócios e com o apoio da Lei Rouanet. "Depois de três
anos entre ideia, produção e finalização, estamos muito felizes em poder lançar
esse trabalho. Afinal, esse documentário vem mostrar os principais aspectos
históricos, culturais e ambientais de uma região muito importante e ainda pouco
conhecida", diz Paulo Roberto Macedo Jr.
Aberto artificialmente pelo homem, o
Canal do Varadouro, localizado em um antigo istmo que levava o mesmo nome, no
estuário do Lagamar, na Mata Atlântica paranaense, foi uma exigência muito
antiga de moradores e comerciantes das cidades de Paranaguá, no Paraná, e
Cananéia, em São Paulo, que necessitavam dessa via de acesso, no século XVIII,
para o transporte de produtos e passageiros.
Informalmente, o Canal começou a ser
aberto por moradores locais com pás e enxadas em meados de 1820. Mas só mais
tarde, sob análise dos governantes, as obras de construção do Canal tiveram
início de verdade em 1950 e foram até 1958. Vale ressaltar que estamos falando
de aproximadamente 6 km de extensão. Sua abertura originou a Ilha artificial de
Superagui, onde hoje se localiza o Parque Nacional e um dos cinco mais importantes
ecossistemas do planeta. Embora exista um projeto do governo para a reativação
da linha fluvial de transporte de passageiros e este esteja paralisado,
atualmente o Canal do Varadouro é utilizado para fins turísticos e esportivos,
fator que contribui para a preservação ambiental e a sustentabilidade dos
moradores da região.
Além do lançamento oficial, serão
feitas exibições futuras nas cidades próximas ao Canal do Varadouro, além de
serem disponibilizadas cópias do documentário para as escolas locais da região
estudada.
O documentário - A região sul do
litoral e atual estado de São Paulo, na divisa com o Paraná, caracterizou-se
como sendo umas das primeiras regiões de colonização portuguesa na América. O
Tratado de Tordesilhas, de 1494, proposto pelo Papa Alexandre VI aos reinos de
Portugal e Espanha, e que visava à divisão das terras descobertas e a descobrir
por ambas as Coroas fora do território europeu, possuía como área limite a
atual cidade de Cananéia em São Paulo. Em tempos remotos, a principal via de
comunicação existente entre as regiões de Paranaguá, no PR, e Cananéia, em SP,
era, a partir de Paranaguá, a navegação pela Baía dos Pinheiros até o istmo do
Varadouro e, do lado Cananeense, a navegação do canal do Ararapira até a
chegada e travessia do mesmo istmo.
Com aproximadamente seis quilômetros de
extensão, a travessia do Istmo do Varadouro levava cerca de uma hora de marcha.
O nome Varadouro se deu da necessidade dos viajantes ou comerciantes o
"vararem", arrastando ou carregando as canoas de um rio ao outro.
O primeiro documento oficial sobre a
necessidade de abertura de um canal que comunicasse a navegação entre
Paranaguá e Cananéia, data do ano de 1804. Trata-se de um ofício da Câmara de
Cananéia ao Governador Geral da Capitania de São Paulo, informando-o sobre a
urgência da abertura de um canal que possibilitaria a passagem para a Vila de
Paranaguá.
Vale destacar ainda que, com a elevação
do Paraná à condição de Província, em 1853, tanto a cidade de Iguape, quanto a
cidade de Cananéia deveriam pertencer à nova circunscrição administrativa do
Império, o que de fato não ocorreu. Por sua vez, a linha divisória entre as
duas províncias cortava o istmo exatamente ao meio, o que, de certa forma,
obstruiu a abertura do canal, pois, segundo os comerciantes que habitavam a
recém-criada Província, a fim de conservar sua preponderância comercial no
litoral sul, não havia mais nenhum interesse por parte dos paulistas na
conclusão da referida obra.
Foi em 1920, durante a presidência de
Epitácio Pessoa, é que finalmente foi consolidada a área limite entre os
Estados do Paraná e São Paulo, quando se fixou a linha do rio Ararapira como
divisa natural entre os estados da federação. Dessa forma, o istmo do Varadouro
ficou completamente situado do lado paranaense, permitindo, dessa forma, a
retomada das discussões sobre a abertura do Canal do Varadouro.
O interventor no estado do Paraná, o coronel
Manuel Ribas, foi o principal entusiasta da referida obra, porém, seu
falecimento somado à entrada do Brasil na Segunda Guerra Mundial, adiaram mais
uma vez o início do empreendimento. A partir dos anos 50, toda a
responsabilidade do projeto e execução da obra do Canal do Varadouro passou
para o comando da Inspetoria Nacional de Portos e Canais, um departamento do Ministério
da Viação e Obras Públicas. A concorrência pública foi aberta através de edital
publicado no Diário Oficial da União e cujo vencedor foi a Empresa Brasileira
de Engenharia e Comércio Limitada. Sob a responsabilidade do engenheiro e
diretor técnico da empresa, Asdrubal Soares, os trabalhos de dragagem e
escavação do Canal do Varadouro finalmente tiveram início em 22 de abril de
1952.
Os sócios
Paulo Roberto Macedo – Diretor de
Produção
Sócio da GPR Vídeos encarregado por
gerenciar a produção e operação dos projetos. Jornalista pela Universidade
Tuiuti do Paraná, Pós-Graduado em Marketing pela Universidade Positivo e
Especialista em Marketing e Mídia pela San Diego State University – EUA. No
mercado audiovisual desde a faculdade, seu primeiro documentário foi seu
trabalho de conclusão de curso “Stock Car 25 anos” em 2004.
Desde que começou na GPR com Pedro C.
Prosdócimo se focaram na produção de vídeos institucionais, videoclipes de
música, animações, cobertura de eventos ao vivo e criação de conteúdo para TV e
Internet.
Pedro Cesar Prosdócimo –
Diretor/Editor/Pós-produção
Artista digital pós-graduado em Artes
Interdisciplinares pela Columbia College Chicago e bacharelado em Desenho
Industrial – Programação Visual pela Unicenp (hoje Faculdade Positivo). Em sua
recente residência, trabalhou por 4 anos como captador, editor e animador para
a empresa de sistemas de aquecimentos radiantes estrangeira WarmlyYours em Lake
Zurich, IL, EUA. Entre vídeos comerciais e técnicos, dirigiu e produziu na
íntegra e independentemente também videoclipes, animações e videoartes com
exposição em galerias digitais espalhadas pela web e também em espaços físicos
como galerias locais e no campus da universidade onde adquiriu seu Master.
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