“O Homem Desconfortável”, espetáculo
que marca a reativação do Teatro de Comédia do Paraná, apresenta um ser infeliz
com a vida, a família, o trabalho, os amigos, a sexualidade e a política. O ser
desconfortável não é uma ficção, é o retrato do homem moderno. A diferença é
que o autor, Edson Bueno, transformou este desconforto em comédia.
A estreia do espetáculo para convidados
será nesta sexta-feira (1º), às 20h30, no auditório Salvador de Ferrante
(Guairinha). A temporada vai até 17 de julho, de quinta-feira a sábado, às
20h30, e aos domingos, às 19h. Os ingressos custam R$ 20,00.
A reativação do Teatro de Comédia do
Paraná é resultado de edital lançado em outubro do ano passado pelo Centro
Cultural Teatro Guaíra e Secretaria de Estado da Cultura. Pelo edital foram
escolhidos texto, elenco, cenografia, figurino e trilha sonora. A direção de “O
Homem Desconfortável” é de Alexandre Reinecke.
Estão no elenco de “O Homem
Desconfortável” Carolina Meinerz, Christiane Macedo, Eliane Campelli, Kauê
Persona, Leo Campos, Marcel Szymanski, Pedro Inoue, Simone Magalhães, Tatiana
Blum e William Barbier.
Os figurinos são criações de Eduardo
Giacomini, a cenografia de Guenia Lemos, a trilha sonora de Gilson Fukushima e
a iluminação de Beto Bruel.
INOVAÇÃO - O secretário de Estado da
Cultura, João Luiz Fiani, diz que a volta do Teatro de Comédia do Paraná é a
concretização de um anseio da classe teatral do Estado. “Eu, como artista, me
sinto muito feliz em estar no cargo de secretário e proporcionar a volta deste
importante mecanismo de fomento do nosso teatro”, disse ele.
Para Fiani, o TCP tem papel fundamental
e de destaque no cenário das artes cênicas do Paraná e do Brasil. Ele reitera
que este projeto sempre se caracterizou pela junção de artistas, criadores e
técnicos das mais diversas tendências. Fato que reforça a importância da
manutenção da companhia.
“Propus algo inédito. Normalmente os
diretores escolhiam o texto a ser encenado. Desta vez não, criamos um concurso
para escolher o texto, porque acreditamos no talento dos nossos dramaturgos. O
resultado poderá ser visto no palco, com o excelente texto do ganhador do
concurso, Edson Bueno, seguramente um dos mais importantes nomes do teatro
paranaense”, disse Fiani.
O processo de retomada do TCP foi
democrático, como define a diretora-presidente do Centro Cultural Teatro Guaíra,
Monica Rischbieter. “O edital definiu todas as etapas da montagem da peça, do
texto ao figurino e, com isto, reunimos uma equipe de excelência. Estou feliz
com o resultado”, afirmou Monica.
AUTOR – Edson Bueno conta que em 34
anos de dramaturgia decidiu por uma nova experiência profissional. Entregou o
texto e não esteve em nenhum dos ensaios.
“Quero
ter a surpresa, saber como o diretor ‘leu’ o meu texto. Estou na expectativa,
mas feliz por ser o Alexandre Reinecke o diretor deste trabalho, ele tem muito
conhecimento em teatro e em comédia”. E acrescenta em tom de brincadeira,
“autor bom é autor morto ou escondido em casa, que é o meu caso”.
Bueno conta que o desconforto do
protagonista é urbano e que está relacionado com os tempos atuais. “Ele se
debate no dia a dia e uma situação complica a outra. Ele perde as referências
sobre ele mesmo e vive a vida dos outros”, antecipa o autor.
DIRETOR – Alexandre Reinecke foi o
escolhido para dirigir “O Homem Desconfortável”. No início ele ficou na ponta
aérea Curitiba-São Paulo, mas nos últimos meses se mudou para a capital
paranaense em função da rotina diária de preparação, escolhas e ensaios.
Reinecke se diz entusiasmado com todo o
processo. “Gostei muito de texto, cenário, elenco, trilha e figurino terem sido
escolhidos em audições. É um exemplo que o Brasil deveria seguir. E me sinto
honrado por ter sido apontado para dirigir a peça que retoma o Teatro de
Comédia do Paraná”, disse o diretor.
Ele conta que de todos os textos
inscritos no Edital de Dramaturgia, “O Homem Desconfortável” foi o que mais
chamou atenção. “É um texto moderno, que não cai no lugar comum, como há tempo
não é escrito no Brasil. Com humor contemporâneo discute questões sociais,
políticas e familiares”.
Reinecke diz que quando leu o texto
percebeu que o trabalho seria desafiador, que precisaria de bons atores e
dinâmica na direção. “Formamos um elenco unido e disponível, qualidades nem
sempre encontradas, principalmente, quando são dez atores em cena. Um resultado
que me satisfaz”, afirmou.
Alexandre Reinecke consolidou a
carreira no ano 2000, quando foi assistente de direção de Paulo Autran na peça “Dia
das Mães”. Desde então dirigiu 40 peças dos mais variados gêneros, entre elas
as comédias “Quarta-Feira, Sem Falta, Lá em Casa”, com Beatriz Segall e Myrian
Pires, que foi substituída por Nicete Bruno; “Senhoras e Senhores”, com Suely
Franco, John Herbert, Sonia Guedes e Antonio Petrin; “Sua Excelência, o
Candidato”, de Marcos Caruso e Jandira Martini, estrelada por Reynaldo
Gianecchini; e “Arsênico e Alfazema” (Arsenic and Old Lace), com Ana Lucia
Torre e Denise Weinberg, peça que também traduziu e adaptou.
Esteve em cartaz com “Oração Para um Pé-de-Chinelo”, de Plínio Marcos, peça que recebeu dois Prêmios Shell e um APCA; “Adultérios”, de Woody Allen, com Fabio Assunção; e a comédia francesa “Toc Toc”, um dos maiores sucessos da temporada paulista. Também dirigiu as montagens “A Besta”, de David Hirson, e “Os 39 Degraus”.
Esteve em cartaz com “Oração Para um Pé-de-Chinelo”, de Plínio Marcos, peça que recebeu dois Prêmios Shell e um APCA; “Adultérios”, de Woody Allen, com Fabio Assunção; e a comédia francesa “Toc Toc”, um dos maiores sucessos da temporada paulista. Também dirigiu as montagens “A Besta”, de David Hirson, e “Os 39 Degraus”.
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