sexta-feira, 22 de maio de 2015

Evento na Cinemateca homenageia cineasta Sergio Leone

Ícone do cinema italiano e mundial, o diretor Sergio Leone ganha homenagem especial durante a programação do Mia Cara Curitiba. De 23 a 28 de maio a Cinemateca de Curitiba exibe as seis obras que formam uma retrospectiva completa do artista, na mostra “Faroeste Al Dente”. No dia 23, às 16h, a mostra tem abertura com um debate no Museu Oscar Niemeyer, com a presença do curador Antonio Cava, organizador do projeto, o crítico de cinema Marden Machado e o cineasta Marcos Jorge, que conheceu Leone pessoalmente. O evento terá ainda uma apresentação da Orquestra à Base de Corda de Curitiba, com direção do maestro João Egashira, apresentando canções das trilhas sonoras dos filmes de Leone. Para completar o pacote, na Cinemateca haverá uma exposição com cartazes originais da época dos filmes, fotos de cena e três ilustrações inéditas, assinadas pelos artistas José Aguiar, Guilherme Caldas e André Ducci. Todos estes eventos têm entrada franca.
Sergio Leone representou a vanguarda do cinema italiano”, explica Cava, “rompendo padrões antigos da sétima arte e dando atenção especial ao roteiro, diálogos e trilha sonora”. O diretor é conhecido por fugir da divisão clássica mocinho contra bandido, ao colocar protagonistas com defeitos, individualistas e que fazem acordos com os bandidos para benefício próprio. Leone (Roma 1929-1989) se apropria do faroeste, estilo marcadamente norte-americano, e o subverte, sendo expoente do então chamado “Western Spaghetti”, o bang-bang desenvolvido na Itália.
As trilhas sonoras dos filmes de Leone também merecem destaque, sendo lembrados até hoje. “Ele pedia aos compositores que usassem instrumentos populares não-convencionais, evitando orquestra clássica”, conta Antonio Cava. Todo o trabalho autoral de Leone conta com músicas assinadas por Ennio Morricone, um dos nomes mais relevantes da composição cinematográfica e até hoje homenageado por sua contribuição à sétima arte.
Os filmes autorais de Leone, os mais marcantes de sua carreira, trazem outras características únicas, como closes, flashbacks, estilização da violência, momentos de tensão e silêncio e atenção extrema à sincronia entre imagem e som. Essas características são marcantes na Trilogia dos Dólares ou Trilogia do Homem Sem Nome, trabalho mais marcante de Leone na década de 1960, com Clint Eastwood. Esses filmes consolidaram a carreira de Leone, marcando gerações e sendo homenageados por diretores modernos como Quentin Tarantino e Robert Rodriguez.

PROGRAMAÇÃO - Na programação, seis filmes de Sergio Leone serão apresentados na Cinemateca. O espaço receberá ainda a exposição de cartazes recriados por três artistas locais. “A ideia é que os artistas recriem o material de divulgação dos filmes com toques curitibanos, ambientando Leone à capital paranaense”, afirma Cava. Era muito comum, até os anos 1980, que os países recriassem os cartazes de filmes estrangeiros pelas mãos de artistas nacionais, e a exposição é uma homenagem a esta tradição.
As exibições começam no dia 23 de maio, às 19h, com “Era Uma Vez no Oeste”, que destaca Henry Fonda e Charles Bronson, além de apresentar o rompimento da dualidade mocinho x bandido que Leone passou a incluir em seus filmes. Já no domingo (24), às 17h, inicia a exibição da trilogia dos dólares com “Por Um Punhado de Dólares”, primeira parceria de Leone com Clint Eastwood, que aceita participar de uma disputa entre gangues rivais na fronteira do México com os Estados Unidos em troca de dinheiro. No mesmo dia, às 19h, “Por Uns Dólares a Mais” mantém a sequência com a história de um caçador de recompensas que se alia a um coronel para perseguir outro bandido.
Na terça-feira (26), 19h, se encerra a trilogia com “Três Homens em Conflito”, que acompanha três homens, cada um essencial para alcançar um tesouro escondido. Como pano de fundo, a Guerra Civil dos Estados Unidos. “Quando Explode a Vingança” é exibido na quarta (27), 19h, mostrando a história de um bandido atormentado pelo passado que se envolve com a Revolução Mexicana, colocando em xeque seus planos de roubo a banco. A mostra encerra no dia 28 (quinta), com um filme hoje considerado clássico: “Era Uma Vez na América”. Criticado em seu lançamento, com a exibição de uma versão editada pelo estúdio, foi relançado com a edição de Leone, que apresentou um novo filme com sua sensibilidade única para a sétima arte. No longa, um grupo de amigos de ascendência judaica cresce cometendo crimes em Nova York, tornando-se mafiosos ao longo dos anos. Companheirismo, ambição e traição resultam em um mistério, que será desvendado 35 anos depois pelo único sobrevivente do grupo.

Mais informações: 3321-3310 ou www.miacaracuritiba.com.br.

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