No dia 18 de maio comemora-se o Dia
Internacional dos Museus e para celebrar a data o Instituto Nacional de Museus
(Ibram) realiza a Semana de Museus, que está na 13ª edição este ano. Alguns
espaços da Secretaria de Estado da Cultura estão dentro da programação da
semana e para comemorar o evento, a SEEC criou uma série de matérias para falar
um pouco sobre os seus espaços. Para abrir a série, nada melhor do que começar
com a história do Museu Paranaense, o primeiro museu do Estado e um dos mais
antigos do Brasil, que em setembro completa 139 anos de existência.
A Praça João Cândido é cercada de
muitas histórias. Era ponto de passagem dos carroções que vinham de Santa
Felicidade em direção ao Largo da Ordem, endereço do Belvedere, sede da
primeira rádio do Paraná, e também das Ruínas de São Francisco, onde, diz a
lenda, há um tesouro enterrado pelo Pirata Zulmiro. Era também onde se
enforcavam os criminosos condenados à morte, até o século XVIII. Em frente à
praça está o Palácio São Francisco, sede atual do Museu Paranaense,
espaço que reúne um pouco de cada uma dessas histórias.
Trajetória - Idealizado por Agostinho
Ermelino de Leão e José Candido Murici, o Museu Paranaense foi inaugurado no
dia 25 de setembro de 1876, no Largo da Fonte, hoje Praça Zacarias, em
Curitiba. Inicialmente com um acervo de 600 peças, entre objetos, artefatos
indígenas, moedas, pedras, insetos, pássaros e borboletas era, até então, o
primeiro no Paraná e o terceiro no Brasil.
Em 1882, de propriedade particular
transformou-se em órgão oficial de governo. A partir daí passou a receber
contínuas doações e começou a se transformar em um centro de instrução e
pesquisa, não mais um simples depósito, propiciando a vinda de “missões
científicas” para o Paraná.
Desde a sua inauguração o Museu
Paranaense ocupou seis sedes, até fixar-se na atual, o Palácio São Francisco. E
teve à frente grandes nomes da sociedade paranaense, entre eles Agostinho
Ermelino de Leão, Romário Martins e Loureiro Fernandes. Atualmente o Museu
Paranaense é dirigido pelo historiador Renato Carneiro.
Antigo, mas não ultrapassado - O museu
desenvolve estudos nas áreas da Arqueologia, Antropologia e História e sua sede
está estruturada para a realização de projetos e atividades culturais,
atingindo os diversos segmentos sociais. Possui laboratórios, biblioteca,
auditório, além de salas de exposições permanentes e exposições temporárias.
Um dos destaques é o Pavilhão da
História do Paraná que faz a “linha do tempo” desde a pré-história, 8000 anos
antes da época atual, até o início do século XX, com a integração dos
imigrantes ao nosso Estado.
Nos últimos anos têm sido implantadas
ferramentas que ampliam o acesso das pessoas ao espaço. Exemplo disso é o tour
virtual e o áudio tour. Com esses aplicativos, os usuários podem acessar
informações sobre a história do museu, do prédio em que está instalado e de
muitos objetos em exposição. O local é o primeiro do Estado a ter essas
tecnologias disponíveis. Também o Museu Paranaense está informatizando e
digitalizando todo o seu acervo, a partir da plataforma Pergamum.
Exposições em andamento - Quem for ao
Museu Paranaense este mês encontrará exposições que revelam detalhes e
curiosidades da história do Paraná: "Ney Braga – acervo pessoal e
político”, “O Paraná Espanhol”, “Circuito da Ocupação do Território
Paranaense”, “Dinheiro e Honraria: o acervo de numismática do Museu Paranaense”
e “Um lar de família: exposição de mobiliário e objetos do cotidiano de uma
família de Curitiba”, além do Memorial à Indústria da Erva-Mate.
Acervo raro - O Museu Paranaense possui
um acervo de aproximadamente 400 mil itens, entre objetos de uso pessoal,
mobiliário, armas, uniformes, indumentárias, documentos, mapas, fotos, filmes,
discos, máquinas, equipamentos de diversas espécies, moedas, medalhas,
porcelanas, pinturas em diversas técnicas e esculturas, além de grande acervo
arqueológico (lítico, cerâmico e biológico), antropológico (cestaria, plumária,
armas, adornos e cerâmicas indígenas), retratos a óleo da antiga Pinacoteca do
Estado.
Entre 1979 e 2005 recebeu três grandes
acervos. O primeiro foi o acervo de Vladimir Kozák, naturalista tcheco, que
viveu em Curitiba entre 1928 e 1979. Nele encontramos pinturas, desenhos,
aquarelas, fotografias, filmes e documentos que retratam os índios do Paraná e
do Brasil, além de todos os objetos de uso pessoal dele, uma vez que o Museu
Paranaense é o responsável pela herança jacente de Kozák.
O segundo acervo veio do Banco do
Estado do Paraná. Após a privatização do Banestado, seu museu foi desativado.
São documentos, óleo sobre tela, objetos, fotos, livros e uma coleção de
moedas, cédulas e medalhas, os quais foram transferidos para o Museu
Paranaense.
E o terceiro acervo adquirido em 2004
pelo Governo do Paraná pertencente ao extinto Museu Coronel David Carneiro, com
mais de 5.000 itens, entre peças de mobiliário, obras de arte, livros,
documentos, numismática, ferramentas, utensílios, porcelanas, indumentária e
armaria, com ênfase na história dos conflitos militares ocorridos no Paraná.
Nos últimos anos, o museu foi o destino
de outros importantes acervos, como o do Museu do Matte Leão, o Memorial das
Indústrias Todeschini, da Impressora Paranaense, o Memorial Ney Braga, fotos e
documentos do ex-governador Bento Munhoz da Rocha Netto, além de coleções de
vestuário, brinquedos, fotos e documentos das famílias Hauer e Hatschbach. Todo
este material permite que o museu preserve uma parcela importante da história
recente do Paraná.
O Museu Paranaense fica na Rua Kellers,
289, em Curitiba - PR. Funciona de terça a sexta-feira, das 9h às 18h. Aos
sábados, domingos e feriados, das 10h às 16h. A entrada é gratuita. Informações:
41 3304-3300.
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