terça-feira, 19 de maio de 2015

Museu Paranaense: 139 anos de muita história

No dia 18 de maio comemora-se o Dia Internacional dos Museus e para celebrar a data o Instituto Nacional de Museus (Ibram) realiza a Semana de Museus, que está na 13ª edição este ano. Alguns espaços da Secretaria de Estado da Cultura estão dentro da programação da semana e para comemorar o evento, a SEEC criou uma série de matérias para falar um pouco sobre os seus espaços. Para abrir a série, nada melhor do que começar com a história do Museu Paranaense, o primeiro museu do Estado e um dos mais antigos do Brasil, que em setembro completa 139 anos de existência.
A Praça João Cândido é cercada de muitas histórias. Era ponto de passagem dos carroções que vinham de Santa Felicidade em direção ao Largo da Ordem, endereço do Belvedere, sede da primeira rádio do Paraná, e também das Ruínas de São Francisco, onde, diz a lenda, há um tesouro enterrado pelo Pirata Zulmiro. Era também onde se enforcavam os criminosos condenados à morte, até o século XVIII.  Em frente à  praça está o Palácio São Francisco, sede atual do Museu Paranaense, espaço que reúne um pouco de cada uma dessas histórias.

Trajetória - Idealizado por Agostinho Ermelino de Leão e José Candido Murici, o Museu Paranaense foi inaugurado no dia 25 de setembro de 1876, no Largo da Fonte, hoje Praça Zacarias, em Curitiba. Inicialmente com um acervo de 600 peças, entre objetos, artefatos indígenas, moedas, pedras, insetos, pássaros e borboletas era, até então, o primeiro no Paraná e o terceiro no Brasil.
Em 1882, de propriedade particular transformou-se em órgão oficial de governo. A partir daí passou a receber contínuas doações e começou a se transformar em um centro de instrução e pesquisa, não mais um simples depósito, propiciando a vinda de “missões científicas” para o Paraná.
Desde a sua inauguração o Museu Paranaense ocupou seis sedes, até fixar-se na atual, o Palácio São Francisco. E teve à frente grandes nomes da sociedade paranaense, entre eles Agostinho Ermelino de Leão, Romário Martins e Loureiro Fernandes. Atualmente o Museu Paranaense é dirigido pelo historiador Renato Carneiro.

Antigo, mas não ultrapassado - O museu desenvolve estudos nas áreas da Arqueologia, Antropologia e História e sua sede está estruturada para a realização de projetos e atividades culturais, atingindo os diversos segmentos sociais. Possui laboratórios, biblioteca, auditório, além de salas de exposições permanentes e exposições temporárias.
Um dos destaques é o Pavilhão da História do Paraná que faz a “linha do tempo” desde a pré-história, 8000 anos antes da época atual, até o início do século XX, com a integração dos imigrantes ao nosso Estado.
Nos últimos anos têm sido implantadas ferramentas que ampliam o acesso das pessoas ao espaço. Exemplo disso é o tour virtual e o áudio tour. Com esses aplicativos, os usuários podem acessar informações sobre a história do museu, do prédio em que está instalado e de muitos objetos em exposição. O local é o primeiro do Estado a ter essas tecnologias disponíveis. Também o Museu Paranaense está informatizando e digitalizando todo o seu acervo, a partir da plataforma Pergamum.

Exposições em andamento - Quem for ao Museu Paranaense este mês encontrará exposições que revelam detalhes e curiosidades da história do Paraná: "Ney Braga – acervo pessoal e político”, “O Paraná Espanhol”, “Circuito da Ocupação do Território Paranaense”, “Dinheiro e Honraria: o acervo de numismática do Museu Paranaense” e “Um lar de família: exposição de mobiliário e objetos do cotidiano de uma família de Curitiba”, além do Memorial à Indústria da Erva-Mate.

Acervo raro - O Museu Paranaense possui um acervo de aproximadamente 400 mil itens, entre objetos de uso pessoal, mobiliário, armas, uniformes, indumentárias, documentos, mapas, fotos, filmes, discos, máquinas, equipamentos de diversas espécies, moedas, medalhas, porcelanas, pinturas em diversas técnicas e esculturas, além de grande acervo arqueológico (lítico, cerâmico e biológico), antropológico (cestaria, plumária, armas, adornos e cerâmicas indígenas), retratos a óleo da antiga Pinacoteca do Estado.
Entre 1979 e 2005 recebeu três grandes acervos. O primeiro foi o acervo de Vladimir Kozák, naturalista tcheco, que viveu em Curitiba entre 1928 e 1979. Nele encontramos pinturas, desenhos, aquarelas, fotografias, filmes e documentos que retratam os índios do Paraná e do Brasil, além de todos os objetos de uso pessoal dele, uma vez que o Museu Paranaense é o responsável pela herança jacente de Kozák.
O segundo acervo veio do Banco do Estado do Paraná. Após a privatização do Banestado, seu museu foi desativado. São documentos, óleo sobre tela, objetos, fotos, livros e uma coleção de moedas, cédulas e medalhas, os quais foram transferidos para o Museu Paranaense.
E o terceiro acervo adquirido em 2004 pelo Governo do Paraná pertencente ao extinto Museu Coronel David Carneiro, com mais de 5.000 itens, entre peças de mobiliário, obras de arte, livros, documentos, numismática, ferramentas, utensílios, porcelanas, indumentária e armaria, com ênfase na história dos conflitos militares ocorridos no Paraná.
Nos últimos anos, o museu foi o destino de outros importantes acervos, como o do Museu do Matte Leão, o Memorial das Indústrias Todeschini, da Impressora Paranaense, o Memorial Ney Braga, fotos e documentos do ex-governador Bento Munhoz da Rocha Netto, além de coleções de vestuário, brinquedos, fotos e documentos das famílias Hauer e Hatschbach. Todo este material permite que o museu preserve uma parcela importante da história recente do Paraná.

O Museu Paranaense fica na Rua Kellers, 289, em Curitiba - PR. Funciona de terça a sexta-feira, das 9h às 18h. Aos sábados, domingos e feriados, das 10h às 16h. A entrada é gratuita. Informações: 41 3304-3300.

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