As curitibanas Johanna Lieskow e Lu
Berlese inauguram, nesta quarta-feira (15), no Museu da Fotografia Cidade de
Curitiba a exposição “Poética da Ausência”. São dois trabalhos independentes,
de fotógrafas de gerações distintas, cuja investigação imagética se pauta na
dicotomia memória/ausência.
Tema recorrente na fotografia
documental contemporânea, a memória afetiva é tratada com delicadeza e
intimidade nestes registros que se complementam. Os vestígios materiais de um
espaço afetivo que se desmorona - ou que se esvaneceu no tempo - são transformados
em indícios daquilo que já não é, mas que persiste na lembrança, em uma espécie
de arqueologia da ausência.
“Memorial Rua dos Atiradores” (foto), de Johanna
Lieskow, 25, reúne 20 fotografias que tratam do espaço em transformação. A casa
de tantas gerações, histórias construídas e inventadas, se desfaz lentamente
diante da fotógrafa. A dor de contemplar o fim se dá através de um olhar
silencioso, sutil, emotivo.
“Relicário”, de Lu Berlese, 44, é
composta por 13 imagens que mostram um espaço quase arquetípico - a casa da
avó. A morada da infância, dos sonhos, faz parte do imaginário de cada um e
remete a um tempo infinito. A proposta é reconstruir simbolicamente um local
que não existe mais. O vazio é preenchido pelos objetos que insistem em nos
levar a este tempo-espaço perdidos em algum lugar da memória. Relicário também
foi editado em um pequeno livro de autor que sera lançado na abertura da
exposição.
O Museu da Fotografia Cidade de
Curitiba está situado na rua Presidente Carlos Cavalcanti, 533, Centro (Solar
do Barão) e a exposição “Poética da Ausência” pode ser visitada até dia 13 de
setembro, de terça a sexta, das 9h às 12h e das 14h às 18h; sábados, domingos e
feriados, das 12h às 18h. A entrada é franca.
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