Maria da Conceição Bueno, mais
conhecida como Maria Bueno, é uma das figuras mais conhecidas da história de
Curitiba. A história de uma mulher que ousou pensar, numa época em que ousar
era quase um crime. Uma mulher cuja história fascina e intriga a todos nós há
mais de um século.
O mistério de seus supostos milagres e
as questões não-respondidas acerca de sua vida e morte, intrigam também, há
muito tempo, o dramaturgo e diretor teatral João Luiz Fiani, que sempre sonhou
em levar à cena a vida da chamada “santa de Curitiba”.
“Os mistérios que envolvem a vida de
Maria Bueno, sempre me fascinaram e nunca tirei da cabeça a ideia de escrever
uma peça teatral que tratasse sua vida de maneira poética e dramática como o
caso merece, mas também com o resguardo contextual e cautela histórica que os
fatos requerem”, explica Fiani. “Durante muito tempo, me empenhei numa pesquisa
sobre os fatos, li e reli muitos artigos, conversei com pessoas, visitei
diversas vezes seu túmulo no Cemitério Municipal de Curitiba, enfim, me cerquei
por todos os lados com as mais variadas informações para compor um texto que
fosse isento de pré-julgamentos sobre as personagens e que, ao mesmo tempo, se
aproximasse da imagem que o público tem do caso e, paradoxalmente, que não
abandonasse a beleza que o teatro pode conferir a uma história sobre bondade
lutando contra crueldade e injustiça”, finaliza o autor e diretor do
espetáculo.
Após concluir suas pesquisas, Fiani se
debruçou sobre o teclado e encarou a difícil missão de transformar seus
pensamentos em palavras, em cenas que façam o público viajar na história, mas
ao mesmo refletir sobre os fatos. O resultado é “Maria Bueno - Controversa
Mulher”, um espetáculo denso e que prende a atenção do início ao fim, numa
sucessão de cenas que contam em paralelo, numa dinâmica de flashback, a vida de
Maria Bueno e o julgamento de seu algoz, o soldado do exército Inácio José
Diniz, cujo julgamento foi obscuro e confuso, sendo que jamais teremos certeza
de seus detalhes, uma vez que os autos desapareceram, assim como outras
documentações sobre o caso.
A personagem é focada em duas etapas de
sua vida, a infância, onde é vivida pela atriz Amanda Pickler e a juventude até
o dia de sua morte, fase do espetáculo em que é representada pela atriz e
cantora Mel Maia. A linguagem do espetáculo é simples e direta, como a devoção
que o povo curitibano tem por sua santa, não reconhecida oficialmente, muito
embora, desde sua morte, diversos
milagres e graças são atribuídos a ela que é considerada santa de fato, mas não
de direito, uma vez que sua canonização nunca foi cogitada pela Igreja
Católica.
O espetáculo traz aliada ao texto, uma
linguagem musical, com nove canções compostas exclusivamente para ajudar a
contar a história, da qual tomam parte além de Amanda Piclker e Mel Maia,
Daniel Marcondes como o anspeçada Diniz, e os atores Marcyo Luz, Rogério Bozza,
Alisson Diniz, David Moura, Ingrid Bozza, Mayara Bonde e Deusuita Xisto.
“Maria Bueno - Controversa Mulher” estreia
nesta sexta-feira (10) e permanece em cartaz até dia 30 de agosto, às sextas e
sábados às 21h e domingos às 19h, no Teatro Lala (rua Treze de Maio, 629,
Centro). Os ingressos custam R$ 30,00 e 15,00 (meia). às sextas; R$ 40,00 e R$
20,00 (meia), aos sábados e domingos. Mais informações: 3232-4499 ou
www.teatrolala.com.br.
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