O Circo da Cidade Zé Priguiça,
instalado no bairro Alto Boqueirão, reinicia suas atividades na próxima semana
com estrutura renovada. Ganhou uma nova lona com 21 metros de diâmetro nas
cores azul e laranja, e também uma nova tenda de apoio e um novo portal de
entrada. A inauguração do circo com a cobertura recém-instalada está marcada
para a próxima quinta-feira (30), às 15h.
A Fundação Cultural de Curitiba
aproveitou o período de férias escolares para fazer a troca das lonas e do portal,
a um custo total de R$ 96 mil. Com isso, garantiu a continuidade das atividades
do circo, que oferece oficinas circenses para crianças carentes e promove
espetáculos para a comunidade de várias regiões da cidade.
A cobertura foi confeccionada sob medida
e substitui a lona adquirida em 2007, que já estava com a sua vida útil
vencida. Os demais equipamentos – ferragens, arquibancadas, palco, aparelhos de
iluminação e sonorização – foram mantidos, pois são itens permanentes (também
foram adquiridos em 2007) e estão em boas condições.
Para a substituição da lona, todo o
circo teve que ser desmontado e remontado, o que levou 20 dias, inclusive
finais de semana, envolvendo o trabalho de funcionários da Fundação Cultural de
Curitiba e da empresa vencedora da licitação. O equipamento cobre uma área de
aproximadamente 500 metros quadrados e as arquibancadas comportam cerca de 300
pessoas ou 350 crianças.
Oficinas e espetáculos – As atividades
do Circo da Cidade são realizadas por companhias teatrais e circenses
selecionadas por editais de Produção, Difusão e Formação em Circo do Fundo
Municipal da Cultura. Os editais possibilitam a promoção de 150 espetáculos
gratuitos para a comunidade durante um ano, além de 550 horas anuais de
oficinas de circo para crianças – atividades que reúnem um público estimado em
60 a 65 mil pessoas. As oficinas que ensinam todas as modalidades de arte
circense (acrobacias, equilibrismo, malabarismo, entre outras) atendem de 60 a
100 crianças em dois períodos, pela manhã e à tarde.
Durante o primeiro semestre deste ano,
enquanto a lona não era substituída e o material antigo não suportava as
intempéries, os espetáculos agendados foram transferidos para escolas
municipais de diversos bairros de Curitiba. As oficinas infantis não foram prejudicadas
e aconteceram normalmente no circo, até o recesso escolar.
Até o final do ano, as oficinas
continuam sendo orientadas pelos artistas da Cia Coutinho e Gabardo, que venceu
o edital com o projeto “Do picadeiro à vida: o ensino aprendizagem através do
circo”. O grupo também será responsável pelo espetáculo de estreia do circo com
a lona nova. O espetáculo “Kitinete” ficará em cartaz nos finais de semana até
5 de setembro. Na programação deste ano estão ainda os espetáculos “A fabulosa
companhia do Palhaço Só” (24 de setembro a 31 de outubro), da Asparte -
Associação dos Profissionais da Área Artística do Paraná, e “Círculo: uma
história sobre rodas” (de 11 de novembro a 19 de dezembro), da Cia. Marina
Prado.
O Circo da Cidade está instalado no
Alto Boqueirão desde 2011, mas suas atividades atendem as demais regionais. Dos
150 espetáculos realizados no ano, 100 são dirigidos a crianças de outros
bairros. “As oficinas não se limitam a ensinar as técnicas circenses. As
crianças interagem com outras artes, aprendem noções de educação, saúde, meio
ambiente e cidadania, desenvolvem a disciplina e a auto-estima”, destaca
Albanir Moura, coordenador do programa.
História – O Circo da Cidade é um dos
programas culturais mais antigos de Curitiba. Sua história começa em 1976,
quando a Prefeitura de Curitiba adquiriu a primeira lona, com apoio da
Funarte/MEC, atendendo ao apelo da Família Queirollo, que com o advento da
televisão passava por muitas dificuldades, assim como a maioria das companhias
circenses, principalmente as de pequeno porte. O circo foi inaugurado em
outubro daquele ano, no Parque Barigui, com o nome do famoso palhaço Chic-Chic,
e funcionou até 1979 sob a administração da família Queirollo.
Em 1980 o circo começou a ser
administrado pela Fundação Cultural, com o nome de Circo da Cidade de Curitiba.
Nesse período o projeto se caracterizou pela curta permanência em cada bairro,
levando shows e espetáculos, oferecendo espaço para cursos e ofícios, e
servindo como instrumento de valorização da cultural local. O circo passou a
funcionar como um centro cultural itinerante e como espaço de atuação da
sociedade civil organizada.
De 1984 a 1990, a Fundação adquiriu
novas estruturas e passou a ter quatro circos para realizar o seu programa de
cultura local. Em 1988, uma das lonas permaneceu durante seis meses na praça
Santos Andrade, servindo de palco de debates durante a Assembleia Nacional
Constituinte. Novas mudanças ocorreram a partir de 1990, atendendo a política
cultural do município. Dos quatro circos existentes, mantiveram-se dois e a
partir de 1994 o projeto passou a funcionar com apenas uma unidade. A
prioridade passou a ser as oficinas, com a preocupação maior de resgatar e
valorizar a arte circense. Com esse objetivo, em 2002, foi firmada uma parceria
entre a Fundação Cultural e a Fundação de Ação Social. A parceria se manteve
até 2007.
A partir de 2008, o Circo da Cidade
sofreu uma reestruturação completa. A aquisição de um novo circo completamente
equipado permitiu a retomada do projeto original. O circo passou a se chamar
Circo da Cidade – Lona Zé Priguiça, em homenagem ao funcionário da Fundação
Cultural de Curitiba, Pedro Irineu dos Santos, o Palhaço Zé Priguiça, falecido
em 2001. Atualmente, o circo é mantido com verba do Fundo Municipal da Cultura,
permitindo que a comunidade curitibana compartilhe os diversos gêneros,
tendências e linguagens que o circo pode proporcionar de forma descentralizada.
Nenhum comentário:
Postar um comentário