quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Praça Santos Andrade terá serviços para mulher vítima de violência

A Praça Santos Andrade, no Centro de Curitiba, irá se transformar no sábado (24) em uma pequena amostra de como irá funcionar a Casa da Mulher Brasileira. Para marcar o Dia de Mobilização pelos Direitos da Mulher, serão instalados na praça postos avançados das delegacias especializadas de atendimento à mulher, juizados e varas, defensorias, promotorias, equipe psicossocial (psicólogas, assistentes sociais, sociólogas e educadoras), entre outros serviços de atendimento à mulher vítima de violência.
Em Curitiba, a Casa da Mulher Brasileira será construída na região central, em área a ser definida pelo governo federal. A previsão é que as obras comecem ainda este ano e terá construção financiada pelo governo federal, que também repassará recursos para aquisição de equipamentos, mobiliário e transporte. O custo médio de cada unidade é de R$ 4,3 milhões.
O Dia de Mobilização é resultante da união de esforços do Tribunal de Justiça do Paraná, do governo do estado - por meio das Secretarias  da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos - secretarias municipais da Mulher, de Saúde, Comunicação Social e Defesa Social da Prefeitura de Curitiba, Universidade Federal do Paraná, Defensoria Pública, com apoio do Ministério Público do Paraná, da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-PR),  da Unibrasil e da Itaipu Binacional.
A desembargadora Denise Krüger, que preside a Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar (CEVID), do Tribunal de Justiça do Paraná, afirma que o Dia de Mobilização terá como objetivo escutar as mulheres. “Temos de ir até aquelas mulheres vítimas de violência doméstica e saber delas o que está faltando para lhes garantir mais segurança. Queremos saber delas o que acontece depois que as medidas protetivas são expedidas”.  A desembargadora diz que hoje não há um monitoramento do agressor para que ele não se aproxime da vítima. “Quem acaba tendo que monitorar o agressor é a própria vítima”. Para ela, o ideal seria a criação de uma vara de execução específica para o cumprimento dessas medidas.
Com esse dia de mobilização vamos mostrar às mulheres que estamos atentos e que existem à disposição dela recursos para protegê-la, como a Casa Abrigo e o Centro de Referência e Assistência Social. Queremos, sobretudo, orientá-las para que procurem os caminhos do judiciário para a garantia dos seus direitos”, disse a desembargadora.
Para a secretária municipal da Mulher, Roseli Isidoro, está na hora de promover eventos para mostrar às mulheres que elas têm para onde ir e a quem recorrer. Ela destaca a proposta da Casa da Mulher Brasileira, na qual, em um só lugar, a mulher poderá ser atendida de forma completa. “E no dia da mobilização pelos direitos da mulher vamos dar uma demonstração de como funcionará essa casa”, afirma.
Para Regina Bley, Diretora Adjunta do Departamento de Direitos Humanos e Cidadania (DEDIHC) da Secretaria da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (SEJU), esta data será um momento histórico. “Vamos mostrar às mulheres vítimas de violência os caminhos e os serviços ofertados pelo poder público, não só para o enfrentamento da violência de gênero, mas também na busca dos seus direitos. É fundamental mostrar às mulheres a existência destes serviços a que têm direito. Vamos democratizar a informação e contribuir para que elas se sintam um pouco mais protegidas”, afirma.
O reitor da Universidade Federal do Paraná, Zaki Akel Sobrinho, lembra que, de acordo com o Mapa da Violência, a cada 15 segundos uma mulher é agredida no Brasil; que a violência doméstica é a principal causa de morte em mulheres de 16 a 44 anos de idade, superando a morte causada pelo câncer e por acidentes de trânsito e que o Paraná é o terceiro estado do país mais violento à mulher. “Preconceito, discriminação, violência e exclusão são algumas das atitudes que quando encontram abrigo na indiferença, na omissão, no silêncio e no medo se proliferam e tornam reféns toda a sociedade. De um lado, estimulam o sentimento de abandono e de outro a impunidade, num círculo vicioso que não raras vezes se encerra na forma de tragédia”, afirma o reitor.


Para saber mais sobre o Dia de Mobilização pelos Direitos da Mulher e ajudar a divulgá-lo acesse: http://www.direitosdamulher.ufpr.br

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