A edição de outubro do jornal Cândido,
editado pela Biblioteca Pública do Paraná, abre espaço para reflexões a
respeito das narrativas de ficção elaboradas a partir de episódios da História.
É possível conhecer episódios do
passado por meio da leitura de obras literárias? A reportagem de Marcio Renato
dos Santos traz algumas análises de autores e acadêmicos sobre o assunto. Luiz
Antonio de Assis Brasil, professor de criação literária e autor de romances que
recriam literariamente a história do Rio Grande do Sul, elaborou um ensaio
inédito em que defende a ideia de que é impossível dissociar história e ficção
e que os gêneros literários foram pulverizados no século XXI.
Já o escritor carioca Alberto Mussa diz
que “todo romance é, por convenção e definição, uma narrativa irreal,
ficcional. Não tem, por isso, quase nada a ver com a vida”. Além do romancista carioca, a reportagem do
Cândido entrevistou os escritores Roberto Gomes e Rodrigo Garcia Lopes, o
professor Alcmeno Bastos, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e o
doutorando em literatura na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)
Cristiano Mello de Oliveira. Todos eles contribuem com pontos de vista para
ampliar os conhecimentos sobre o assunto.
Além do especial sobre romance
histórico, a edição também traz entrevista com Nélida Piñon, umas das
principais autoras do país e que em novembro lança a coletânea de contos
inédita A camisa do marido. Em bate-papo com o também escritor Luis Eduardo
Matta, a autora fala sobre sua longa trajetória literária e seus novos
projetos.
Entre os inéditos, destaque para o
fragmento do novo romance de José Roberto Torero e Marcus Aurélius Pimenta,
Além do cu do mundo, sobre a história da cidade de São Paulo. Na seção “Em
busca de Curitiba”, Rômulo Zanotto publica o conto “Curitiba, 23 de julho de
2013”. Na poesia, a edição traz dois poemas de Charles Bukowski traduzidos por
Fábio Soares, doutor em literatura. O escritor português Afonso Cruz também
publica inédito: o conto A guerra da ordem dos peixes.
O Cândido tem tiragem mensal de 10 mil
exemplares e é distribuído gratuitamente na Biblioteca Pública do Paraná e em
diversos pontos de cultura de Curitiba. Também é enviado, via correio, a
diversas partes do Brasil. É possível ler a versão online do jornal no endereço www.candido.bpp.pr.gov.br. O site também traz conteúdo exclusivo,
como entrevistas e inéditos.
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