O fundador e maestro emérito da
Camerata Antiqua de Curitiba, Roberto de Regina, será responsável pela regência
do Coro da Camerata no concerto cênico “Música da Renascença Francesa”, que o
grupo apresenta neste fim de semana. Num verdadeiro passeio pelo tempo, serão
interpretadas as canções de Clément Janequin (1485-1558), com sessões na Capela
Santa Maria Espaço Cultural, às 20h de sexta-feira (26) e às 18h30 de sábado
(27).
Para essa performance histórica, que
integra a temporada 2014 de espetáculos do grupo curitibano, patrocinada pelo
Ministério da Cultura e pela Volvo, o Coro da Camerata conta com direção cênica
da atriz e dramaturga catarinense Pagu Leal, que une ao canto recursos cênicos,
harmonizando as diferenças temporais. Pagu tem mais de 40 espetáculos em seu
currículo, trabalhando com diversas companhias e acumulando várias premiações.
O concerto tem, ainda, a participação
da atriz e cantora paranaense Rosana Stavis, reconhecida pela versatilidade em
transitar com igual profundidade entre os mais variados papéis. Ultrapassando
60 atuações no teatro, cinema, óperas, musicais e televisão, Rosana exibe
importantes premiações e também é cantora da banda curitibana Denorex 80.
O assistente de direção cênica é José
Brazil, integrante do Coro da Camerata Antiqua de Curitiba que, além do canto,
dedica-se também à direção cênica de óperas. A iluminação é do paulista Lucas
Amado, que desde 2008 reside em Curitiba e desenvolve pesquisa em luz com
artistas de teatro e dança contemporânea da cidade, tendo recebido o prêmio
Gralha Azul de Iluminação, em 2012.
Os comentários estarão a cargo da
curitibana Elisabeth Seraphim Prosser, especialista em História da Música e
Música Barroca, que também desenvolve intensa carreira artística com flauta
doce e cravo. Autora de diversos livros e artigos publicados no Brasil e no exterior,
Elisabeth recebeu vários prêmios pelo conjunto da sua obra As palestras
antecedem as apresentações, sendo proferidas às 19h15 de sexta-feira (26) e às
17h45 de sábado (27).
O programa – Poucos compositores da
Renascença (período compreendido entre fins do século 14 e início do século 17)
foram mais populares em vida do que Clément Janequin. Suas chansons (canções)
eram muito apreciadas e cantadas em todos os lugares. Em suas obras, Janequin
imita com habilidade sons naturais ou artificiais, como cantos de pássaros,
sons de uma caça ou de uma batalha, com tiros de canhão e gritos dos feridos.
“Para apresentar estas composições
cheias de surpresas é necessário que os cantores também se transformem em
atores, interpretando e cantando com a alma”, destaca o maestro Roberto de
Regina. Como as canções possuem muitos recursos onomatopeicos, o maestro
traduziu cada uma delas para permitir ao público apreciar toda a delicadeza do
espetáculo. “A sensibilidade pode ser encontrada onde menos se espera e, quando
o texto é compreendido, a plateia se emociona”, diz o maestro que classifica o
concerto como literário-musical.
O maestro – Nascido no Rio de Janeiro,
em 1927, Roberto de Regina estudou música antiga com membros da Pró-Música de
Nova Iorque (EUA), regência coral com Robert Shaw e construção de cravo com
Frank Hubbard. Fundou grupos de música antiga como o Coral Bach do Teatro do
Estudante, Coral Bach de O Tablado, Coro de Câmara Dante Martinez, Conjunto
Roberto de Regina e a Camerata Antiqua de Curitiba (Coro e Orquestra), que
neste 2014 comemora 40 anos de existência. Também é o responsável pela
construção do primeiro cravo brasileiro e pela gravação dos dois primeiros
discos de cravo e música antiga no país.
Embora seja amplamente reconhecido como
um dos maiores cravistas do Brasil, com 26 álbuns e cinco DVDs gravados,
Roberto de Regina possui outras facetas menos divulgadas. É médico anestesista,
profissão que exerceu durante anos, paralelamente à música, e também um exímio
artesão, construindo miniaturas de veículos - carros, embarcações e aviões - e
de catedrais e castelos.
O concerto cênico “Música da Renascença
Francesa” tem ingressos a R$ 30,00 e R$ 15,00 (meia), com pagamento somente em
dinheiro.
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