segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Cinemateca apresenta filmes do diretor haitiano Raoul Peck

A Cinemateca de Curitiba apresenta, de 25 a 30 de agosto, um ciclo de cinema haitiano, com a exibição de seis filmes do diretor Raoul Peck. Ativista político e ex-ministro da Cultura do Haiti, Raoul Peck imprime em seus filmes as marcas da sua experiência política. Seus filmes abordam temas como a histórica política do Haiti, os movimentos de independência africanos, as relações de dominação e desigualdade social. As exibições acontecem sempre às 18h e os filmes são indicados para maiores de 14 anos.
Peck nasceu em 1953 na cidade de Porto Príncipe, capital do país. Viveu no Congo, Estados Unidos, entre outros países. Trabalhou como jornalista e formou-se em cinema na Berlin Academy of Film and Television. Seu longa-metragem “O Homem nas Docas” foi o primeiro filme haitiano lançado nos Estados Unidos. Um dos filmes que o consagrou foi “Lumumba”, sobre o herói da independência do Congo.
No dia 29 de agosto, após a sessão de exibição do filme “O Homem das Docas”, haverá um bate-papo com o historiador Clóvis Gruner, com o tema “Cinema e história em Raoul Peck: aspectos do Haiti contemporâneo”. Clóvis Gruner é historiador e professor do curso e da pós-graduação em História da Universidade Federal do Paraná. Os filmes desta mostra pertencem ao acervo do CineFrance – Cinemateca da Embaixada da França.

Programação:

Dia 25/08 – Canto do Haiti – Haitian Corner (Haiti 1987). Com Patrick Rameau, Toto Bissainthe. Em cores/98’. Joseph Bossuet visita com frequência a Haitian Corner, pequena livraria haitiana localizada em Nova York. Joseph esteve preso no Haiti, onde conheceu as práticas dos membros da milícia paramilitar haitiana: os Tontons Macoutes. Um dia, ele reconhece um de seus torturadores. A vida de Joseph é então tomada por seu forte desejo de vingança.

Dia 26/08 – Lumumba – (Alemanha, Bélgica, França 2000). Com Alex Descas, Eriq Ebouaney. Em cores/116’. Janeiro de 1961. A noite da savana africana é tumultuada por uma cena macabra: dois homens brancos, bêbados de apreensão e álcool, tentam desaparecer com três corpos embrulhados em sacos sujos de sangue: Patrice Lumumba, primeiro-ministro do Congo, acaba de ser assassinado, assim como Maurice Mpolo e Joseph Okito. Ao mesmo tempo ficção e documento histórico, “Lumumba” compõe um belo retrato de um dos heróis da independência do Congo. O filme foi indicado ao Independent Film Awards de Melhor Filme Etrangeiro.

Dia 27/08 – Lumumba, a Morte do Profeta – Lumumba, la mort du prophete (Alemanha, França, Suíça 1992). Em cores/69’. Documentário sobre o líder político africano Patrice Lumumba, primeiro- ministro do Congo, assassinado em 1961.

Dia 28/08 – Moloch Tropical – (França 2009). Com Sonia Rolland, Zinedine Soualem. Em cores/106’. Jean de Dieu Théogène, presidente do Haiti, vive cercado por sua mulher e seus colaboradores. Recluso em um palácio, o presidente observa uma rebelião popular tomando forma. O aniversário de 200 anos da independência se aproxima e o caos se instaura. Mas Jean não se rende facilmente e tenta acabar com a revolta…

Dia 29/08 – O Homem nas Docas – L'Homme sur les Quais (Canadá, França 1992). Com Jean-Michel Martial, Jennifer Zubar. Em cores/105’. Através da história de uma jovem menina haitiana, Raoul Peck evoca a ditadura de François Duvalier. Após a exibição do filme, bate-papo com o historiador Clóvis Gruner.

Dia 30/08 – O Lucro e Nada Mais – Le Profit et Rien D’Autre ou: réflexions abusives sur la lutte des classes (Bélgica, França 2000). Em cores/57’. Como o mundo vê Port-à-Porter, pequena cidade do Haiti reduzida a ruína e a decomposição social? Como as potências do Ocidente se colocam frente à situação da cidade? Raoul Peck explora questões como essas, evidenciando a forma que problemas como esses penetram nas relações humanas. Peck compõe sua obra através do cruzamento de linguagens e suportes de captação, utilizando filmagens de cenas cotidianas, entrevistas, imagens de arquivo e outros meios. Corrosivo, o documentário denuncia as perversidades e absurdos de um sistema arcaico e excludente.

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