O primeiro festival de contos de fadas
do Brasil, “Era uma vez... eram duas, eram três”, que estreou em junho em
Curitiba e segue até novembro, dá sequência a sua programação neste final de
semana. A mostra, que contempla peças de leituras já consagradas, sob a temática
de contos de fadas, é um celeiro de clássicos do teatro infantil, que tem por
intuito incentivar a formação de jovens plateias. O clássico “O Flautista de
Hamelin” será encenado neste sábado (2) e domingo (3), no palco do Teatro Bom
Jesus (rua 24 de maio, 135), às 16horas. O espetáculo ganha uma adaptação
inédita da Cia do Abração e toda a renda da bilheteria será doada ao Hospital
Pequeno Príncipe.
A história de Joaquim, o mestre do
flautim, na pequena cidade paraibana chamada Hamelin embala uma grande aventura
no sertão nordestino. A releitura do conto folclórico alemão reescrito pelos
irmãos Grimm e pelo poeta inglês Robert Browning no século XIX, tem suas falas
inspiradas na forma rimada de cordel e também faz o uso de técnicas de animação
de objetos e de linguagens corporais, que prometem encantar a plateia com
momentos interativos, divertidos e dramáticos. Um dos objetivos do espetáculo é
apresentar aos pequenos o potencial libertador da arte por meio da música.
No conto original, datado de 1284, a cidadezinha alemã
de Hamelin é assolada por uma intensa praga de ratos. Um forasteiro para lá de
misterioso chega ao vilarejo e promete exterminar o problema em troca de uma
farta quantia de dinheiro. Trato feito, o estranho sujeito começa a tocar sua flauta
mágica, cujo som atrai os animaizinhos asquerosos para fora da cidade. Ao
voltar para buscar sua recompensa, ele tem uma desagradável surpresa. Descobre
que não receberá o dinheiro e, então, se põe a tocar novamente seu instrumento.
Dessa vez ele não hipnotiza ratos, mas leva consigo todas as crianças da
cidade.
Cumprindo o objetivo de promover a
democratização do acesso aos bens culturais, o projeto ainda prevê contações de
histórias mensais no Hospital Pequeno Príncipe e apresentações exclusivas dos espetáculos
encenados no Teatro Bom Jesus, para os alunos da Associação Eunice Weaver.
Mais sobre Era uma...eram duas...eram
três
Segundo Letícia Guimarães, diretora da
Cia do Abração, e parceira na elaboração do projeto, o objetivo da mostra é
contribuir para a formação de jovens plateias fundamentada nos princípios da
arte/educação. “Através da música e do teatro, crianças e adultos são
convidados a viajar a tempos antigos, vivenciando histórias como nunca antes”,
afirma. Originário do latim fatum, o termo fada designa destino, fatalidade.
Assim, os contos onde há o emprego de soluções mágicas em seu desfecho, são
igualmente considerados contos de fadas, ainda que não haja a presença de uma
delas. Independente da narrativa, vamos encontrar a presença do herói (ou
heroína) submetido à provação e que necessita atravessá-la, superando os
obstáculos para alcançar sua redenção e merecido final feliz. Se muitas
gerações tiveram a oportunidade de mergulhar no universo mágico dos contos de
fadas, e nossas lembranças estão recheadas de noites maravilhosas que embalaram
nossos sonhos, hoje cada vez mais raro é a oportunidade de apresentá-lo às
nossas crianças, emersas na correria do mundo contemporâneo.
Para Carolina Montenegro, diretora da
Montenegro Produções Culturais, os contos de fadas estão envolvidos no universo
de mistério e magia que sobrevive à aparente transparência da era das
comunicações, com seu imperativo de tudo mostrar, tudo dizer, tudo exibir. “O
encantamento experimentado pelos contos de fadas não vem somente do significado
psicológico, mas das suas qualidades literárias, o próprio conto como uma obra
de arte”, ressalta.
Após “O flautista de Hamelin”, a
programação dá sequência com os seguintes contos: “A Bela e a Fera”, 13 a 14 de setembro, “O Gato
de Botas”, 11 e 12 de outubro e encerra com “O Mágico de Oz”, nos dias 8 e 9 de
novembro.
Informações sobre ingressos: 3315-0808 ou
www.diskingressos.com.br.
Nenhum comentário:
Postar um comentário