terça-feira, 11 de novembro de 2014

Exposição permanente no Teatro Guaira vai homenagear Salvador de Ferrante

O Teatro Guaíra inaugura nesta terça-feira (11), às 17h, um espaço permanente com fotografias e textos que mostram a trajetória de Salvador de Ferrante, um homem idealista e amante das artes. O público poderá visitar a exposição na antiga sala de fumantes, que fica ao lado do auditório que leva seu nome. A entrada é franca.
Todas as fotos e textos originais, escritos à mão por Salvador de Ferrante, pertencem ao acervo da família e foram cedidos por sua filha, Céres de Ferrante, que também faz a curadoria do evento em parceria com o ator e diretor Áldice Lopes.
Salvador de Ferrante apreciava todas as manifestações culturais, mas sua paixão sempre foi o teatro, para o qual dedicou toda a sua vida. Foi funcionário dos Correios e Telégrafos, mas sempre lutou por seu sonho maior que era o de criar um espaço que se chamaria “Palácio das Artes”, local onde os artistas se fariam suas manifestações.
Em 1925, Ferrante criou a Sociedade Theatral Renascença, unindo grupos amadores que atuavam na cidade, e o seu primeiro endereço foi o Theatro Guayra, na Rua Dr. Muricy, onde realizou inúmeras apresentações de peças teatrais, óperas e operetas, sempre destacando autores nacionais. Foram 98 espetáculos que influenciaram a história cênica da cidade.
O homenageado se tornou um ícone do teatro amador. Era com seu salário como funcionário dos Correios que ele ajudava os grupos que passavam por Curitiba, pagando despesas com a alimentação e estadia. Foi sempre muito dinâmico e atuou em várias frentes para o reconhecimento do teatro curitibano. Entre suas conquistas estão a criação da Escola Teatral Paraná e a participação na fundação da Sociedade Orquestra Paranaense.
Em 23 de agosto de 1935, Salvador de Ferrante morreu depois de ser picado por uma aranha. Sua morte prematura, aos 42 anos, o impediu de continuar lutando pelo tão almejado sonho.
Dois anos após sua morte, o antigo Theatro Guayra foi demolido e reconstruído a partir de 1952 em outro endereço, na Praça Santos Andrade, agora ocupando um quarteirão inteiro. O primeiro auditório do local, inaugurado em 1954, foi batizado como Salvador de Ferrante, eternizando o nome do filho de imigrantes italianos que sonhou, lutou e concretizou o pioneirismo do teatro amador em Curitiba. Nascia aí o “Palácio das Artes”, tão idealizado por ele.
O Auditório Salvador de Ferrante foi inaugurado pelo então presidente da República, Café Filho, e pelo governador do Estado, Bento Munhoz da Rocha Netto. a primeira peça apresentada foi “Vivendo em Pecado”, de Terence Rattigan, com Dulcineia de Moraes. O espaço é um dos mais importantes do cenário artístico paranaense, com capacidade para acomodar 496 pessoas, entre a plateia e o balcão, e hoje recebe companhias nacionais e internacionais. Foi ali que nasceram projetos de destaque como o Teatro Experimental (1956) e também o Teatro de Comédia do Paraná (1962).

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