O Museu Oscar Niemeyer (MON) está recebendo,
nas salas 4 e 5, a exposição “Genesis”, de Sebastião Salgado. A mostra segue
até o dia 15 de março de 2015. Com curadoria de Lélia Wanik Salgado, a mostra é
o resultado de oito anos de trabalho e reúne 245 imagens selecionadas. Dentro
delas, o visitante pode observar as fotografias com temas como montanhas,
desertos, florestas, tribos, aldeias, animais. Seu trabalho se mantém forte,
focado na temática social, fotografias em preto e branco e bastante
contrastadas.
Fruto de mais de 30 viagens, o objetivo
do fotógrafo com esta mostra é trazer ao público ambientes que ainda não tenham
sido atingidos pela vida moderna e que se mantêm intactos na natureza.
SEÇÕES TEMÁTICAS - A mostra “Genesis” é
dividida em cinco partes, em seus respectivos ecossistemas:
PLANETA SUL - A Antártica, suas
paisagens congeladas e seus destemidos animais, como pinguins, leões marinhos e
baleias, fotografados inclusive em suas zonas de reprodução na Península
Valdés.
Também estão nessa seção imagens do Sul
da Georgia, as Falklands/Malvinas, o arquipélago Diego Ramirez e as Ilhas
Sandwich, onde as numerosas espécies de albatrozes, petreis-gigantes, cormorões
e também pinguins vivem.
SANTUÁRIOS - Abrindo com as
singularíssimas paisagens vulcânicas e a fauna das Ilhas Galápagos, engloba
ainda as populações anciãs da Nova Guiné e Irian Jaya, os Mentawai da Ilha
Siberut (nos arredores da província de Sumatra, na Indonésia), e paisagens,
vida selvagem e vegetação dos diferentes ecossistemas de Madagascar.
ÁFRICA - A impressionante variedade de
imagens: da extraordinária vida selvagem do Delta de Okavango, na Botswana, até
os gorilas do Parque Virunga, na divisa de Ruanda, Congo e Uganda; do grupo
Himba, da Namíbia, e dos tribais Dinkas do Sudão, até a população do Deserto
Kalahari em Botswana; das tribos do Omo Sul, na Etiópia, até as antigas
comunidades cristãs do norte da Etiópia.
Na África, revelam-se espetaculares - e
numerosos - desertos, com suas cores indo do cinza escuro até o vermelho
profundo, suas texturas de areia e pedra; alguns são planos, como oceanos,
outros estão interrompidos por montanhas áridas. Em algumas imagens capturadas
na Líbia e na Argélia, veem-se sinais de vida, não somente cactos e roedores,
mas também na arte rupestre datada de milhares de anos.
TERRAS DO NORTE - Mostra as visões do
Alasca e do Colorado, nos Estados Unidos; as paisagens naturais do Parque
Nacional Kluane, no Canadá; estão aqui também o extremo Norte da Rússia,
incluindo o local de reprodução do urso polar na ilha Wrangel, a população
indígena Nenet, no norte da Sibéria, e também a península Kamchatka, na ponta
mais oriental da Rússia.
AMAZÔNIA E PANTANAL - A enorme floresta
tropical, vista do céu, é cortada pelo Rio Amazonas e seus afluentes - e o
desenho lembra uma gigantesca árvore da vida, com braços e mãos se estendendo
do coração do Brasil em direção aos países vizinhos. Seguindo em direção ao
Norte para capturar os Tepuis Venezuelanos, as mais antigas formações
geológicas na terra, a seção inclui ainda as imagens da vida selvagem do
Pantanal no Mato Grosso, da tribo indígena Zo e, “contatada” pela primeira vez
há apenas duas décadas, assim como as tribos mais assimiladas do alto Rio
Xingu.
GENESIS - A documentação, que também
resultou em um livro de nome homônimo, já passou por Museus dentro e fora do
Brasil. Suíça, França, Itália, Inglaterra e Canadá são alguns países. China,
Coreia, Alemanha e Portugal vão receber a mostra em 2015.
No Brasil, São Paulo, Porto Alegre,
Brasília, Belo Horizonte e Rio de Janeiro já receberam a exposição.
Na obra de Sebastião Salgado, este é o
terceiro mergulho de longa duração em questões globais. As primeiras foram
Trabalhadores (1986-1992) e Êxodos (1994-1999), que retrataram as duras
consequências das radicais mudanças econômicas e sociais sobre as vidas
humanas.
PATROCÍNIO - A exposição tem patrocínio
da Copel (Companhia Paranaense de Energia) que comemora 60 anos em 2014. Considerada
a maior empresa do Paraná, a Copel atua com tecnologia de ponta nas áreas de
geração, transmissão e distribuição de energia, além de telecomunicações.
SEBASTIÃO SALGADO - O artista, nascido
em Minas Gerais, emigrou para Paris com Lélia Salgado durante a ditadura
militar no Brasil. Em suas viagens a trabalho para a África, começou a
fotografar, sem intenções profissionais, com a Leica de Lélia, descobrindo
assim sua paixão pelo fotojornalismo. Em 1979, o fotógrafo entrou para a Magnum
– agência de fotografia criada pelos fotógrafos Robert Capa e Henri Cartie
Bresson em 1947.
No dia 30 de março de 1981, Salgado
estava fotografando uma série sobre os primeiros dias de Ronald Reagan e
documentou o atentado a tiros contra o então presidente. Com exclusividade, a
venda das fotos para diversos jornais foi o que financiou seu primeiro projeto
de fotografia autoral e documental, uma viagem à África.
Seu primeiro livro publicado foi em
1986, “Outras Américas”. No mesmo ano, lançou o “Homem em Pânico”, sobre a seca
no Norte da África. Em 2000, Salgado lança “Êxodo”, focando neste fenômeno
global. De 2004 a 2012, Salgado e sua esposa Lélia viajaram 32 regiões extremas
para resultar no livro “Genesis”.
Hoje, Sebastião Salgado é embaixador da
Boa Vontade da Unicef e membro honorário da Academia de Artes e Ciências dos
EUA.
A exposição “Genesis” pode ser visitada
de terça a domingo, das 10h às 18h, com ingressos custando R$ 6,00 e R$ 3,00
(meia). Menores de 12 anos e maiores de 60 anos têm entrada franca.
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