O Centro Cultural Sesi Heitor Sockler
de França, reflete através do projeto “Zoom Cultural – Leituras da Ditadura”, o
contexto ditatorial do Brasil da década de 70, com mesas de debate com
convidados no Centro Cultural Sesi Heitor Stockler de França e Leituras Cênicas
no Teatro do SESI Portão.
Idealizado pela artista gestora, Nena
Inoue, o projeto dá claridade e atualiza a memória dos tempos de Ditadura Civil
Militar no Brasil, com participação de convidados que atuaram durante a
repressão. O exercício é refletir sobre o assunto, a partir do tema: “Leituras
da Ditadura: Ontem, Hoje e Amanhã”.
“Leituras da Ditadura” previa três
encontros para debater o assunto. A primeira edição aconteceu em setembro, com
a participação de Zuenir Ventura e leitura do texto “Murro em Ponta de Faca”,
de Auguto Boal. A segunda edição, em
outubro, recebeu Dulce Pandolfi, com mediação de Vera Karan e leitura do texto “O
Milagre na Cela”, de Jorge Andrade.
A leitura de novembro, às 18h deste sábado
(29), recebe a cineasta Lucia Murat, com mediação de Ulisses Galetto e a
leitura do texto “Ponto de Partida”, de Gianfrancesco Guarnieri.
Os debates acontecem sempre no Centro
Cultural SESI Heitor Stockler de França (Av. Mal. Floriano Peixoto, 458, Centro),
com audiência aberta (sujeito a lotação). Mais informações: 3322-2111.
LÚCIA MURAT – A carioca Lúcia Murat é
uma das cineastas brasileiras mais conhecidas internacionalmente. Seu primeiro
longa-metragem, o semidocumentário “Que bom te ver viva” (1988), estreou no
Festival de Toronto e revelou uma cineasta dedicada a temas políticos e
femininos. Nele depoimentos de mulheres torturadas durante a ditadura militar
se intercalam com cenas ficcionais protagonizadas por Irene Ravache. Entre
muitos prêmios, o longa foi escolhido melhor filme do júri oficial, do júri
popular e da crítica no Festival de Brasília de 1989.
A preocupação política volta em “Doces
poderes” (1996), desta vez sob o ponto de vista do marketing das campanhas
eleitorais. O filme estreou em 1997 no Festival de Sundance e, no mesmo ano,
também foi exibido no Festival de Berlim. Em 2000 lançou Brava gente
brasileira, sobre a relação entre colonizadores e índios no interior do Brasil.
Em 2003 filmou “Quase dois irmãos” - um
drama político sobre o conflito entre a classe média e a favela em três
diferentes épocas e situações - que lhe rendeu inúmeros prêmios, entre eles os
de melhor direção e melhor filme latino americano pela Fipresci no Festival do
Rio 2004, melhor filme no Primeiro Amazonas Film Festival e melhor filme no
Festival de Mar Del Plata 2005.
No Festival do Rio de 2005 estreou o
documentário “O olhar estrangeiro” e, na edição de 2007, “Maré, nossa história
de amor”, uma coprodução Brasil-França. Em 2008, “Maré” foi selecionado para a
mostra Panorama do Festival de Berlim. Em 2010 filmou o documentário/ensaio “Uma
longa viagem”, o grande vencedor do festival de Gramado do ano seguinte. Em
2012 lança como produtora “Histórias que só existem quando lembradas” (com direção
de Julia Murat), com mais de 50 prêmios internacionais. Agora, traz para o
público o seu mais recente trabalho, o longa de ficção “A memória que me
contam”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário