A magia da milenar técnica do teatro de
sombras toma conta do Teatro do Piá com o espetáculo infantil “Irmãos Zulus”,
que a Companhia Karagozwk apresenta nos dias 23 e 30 de novembro (domingos),
sempre às 11h. Criada em 1985, a companhia mantém a tradição de encenar peças
inspiradas em contos afro-brasileiros, desta vez dando vida a um dos textos do
premiado escritor mineiro Rogério Andrade Barbosa. As imagens são criadas por
Marcello Andrade dos Santos, também responsável pela manipulação dos bonecos,
sob direção de Luiz Roberto Meira. A entrada é franca.
A garotada conhecerá um pouco da
África, com a história de Malandela. O jovem seguia a trilha de seus irmãos que
tinham partido em busca de fortuna. Depois de muito procurar, Malandela os
encontrou e, juntos, continuaram a jornada. No caminho passaram por um reino
muito estanho, no qual todos os habitantes foram transformados em pedras,
vítimas de algum feitiço.
Um ancião contou que a vida poderia
voltar ao local, caso os irmãos realizassem três tarefas. Mas quais seriam as
tarefas? O escritor Rogério Andrade Barbosa conheceu essa narrativa encantadora
entre os Zulus, uma população que vive ao sul do continente africano, perita
nas artes de bordar adornos e de contar histórias. Durante o espetáculo, a
plateia descobrirá que a vida das formigas é tão valiosa quanto a nossa, bem
como a de outros animais. Também conhecerá lindas princesas de pedra e terá
contato com a sabedoria do universo africano e o quanto ela pode nos inspirar e
ensinar.
A técnica de teatro de sombras, que
consiste na projeção de sombras por meio da manipulação de bonecos de varas
entre uma luz e uma tela, já era conhecida na China, antes de Cristo.
Atualmente, essa arte milenar se enquadra no gênero de teatro de bonecos e de
formas animadas, sendo considerada protótipo do cinema e da animação com
marionetes.
Um dos únicos grupos no Brasil a
dominar a técnica do teatro de sombras, a Companhia Karagozwk produz em seu
ateliê todo o equipamento necessário para a criação de imagens em tempo real.
Coordenada e dirigida pelo seu fundador, Marcello Andrade dos Santos, a
companhia curitibana acumula premiações e é citada desde 2009, pelo Dicionário
do Teatro Brasileiro, como referência nessa arte. Em “Irmãos Zulus”, a
iluminação é de Cassio Murilo, com pesquisa e trilha sonora de Ivan Halfon, com
assistência de Gilmar Rodrigues, figurinos de Rose Matias e narração de Ronald
Pinheiro, sendo que a voz do ancião é de Tarcisio Alencar Meira.
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