O Museu Oscar Niemeyer (MON) está
recebendo, pela primeira vez, a mostra “Frida Kahlo - As Suas Fotografias”. A
exposição reúne 240 fotos do acervo pessoal da artista e será exibida no Brasil
unicamente no MON, até o dia 2 de novembro.
São registros fotográficos da artista
desde a infância, tiradas por dois fotógrafos profissionais de sua família: seu
pai e seu avô materno. Há também momentos eternizados pela alemã Gisèle Freund
e pelo húngaro Nickolas Muray, dois fotógrafos que conviveram com Frida por anos,
além de fotografias tiradas pela própria Frida e por outras pessoas, imagens
que a pintora gostava de guardar, olhar e se inspirar.
Para o curador da exposição, Pablo
Ortiz Monasterio, “o acervo reflete de maneira clara os interesses que a
pintora teve ao longo da sua tormentosa vida: a família, o seu fascínio por
Diego e os seus outros amores, o corpo acidentado e a ciência médica, os amigos
e alguns inimigos, a luta política e a arte, os índios e o passado
pré-hispânico, tudo isto revestido da grande paixão que teve pelo México e
pelos mexicanos”, conta.
A mostra é dividida em seis seções: A
primeira retrata os pais da artista mexicana. Foram as numerosas imagens de seu
pai, que fotografava a si mesmo em diferentes ocasiões que deixaram uma marca
permanente na pintora: o autorretrato. A segunda destaca a Casa Azul, as
primeiras poses de Frida para seu pai e as diversas reuniões que lá
aconteceram. A Casa Azul é a residência que foi dos pais da pintora, no bairro
de Cocoyacán, na Cidade do México, e que atualmente abriga o Museu Frida Kahlo,
de onde vieram as obras desta exposição. A terceira revela o lado íntimo dela.
Há imagens feitas, e estilizadas por ela, recortes fotográficos mutilados, dos
quais Frida elimina ou elege alguns dos protagonistas. Na quarta concentra-se
os amores. São fotografias de seus amigos mais próximos, familiares, alguns dos
seus amantes e, principalmente, Diego Rivera. A quinta traz um numeroso arquivo
reunido por Frida, tanto pela qualidade visual, no caso das anônimas, como pelo
seu valor, no caso das assinadas por grandes artistas. Nesta seção há desde
cartões de visita do século 19 até retratos realizados por autores de destaque
da história da fotografia e amigos pessoais. A sexta e última seção é dedicada
às imagens relacionadas com as questões políticas.
A diretora cultural do Museu Oscar
Niemeyer, Estela Sandrini, diz que é uma honra o MON ser o único espaço no
Brasil a receber esta mostra. “O público poderá conferir de perto a intimidade
de Frida, o olhar da artista sob outros olhares e sob seu próprio ponto de
vista”, pontua.
Frida Kahlo - Magdalena Carmen Frida
Kahlo y Calderon, conhecida como Frida Kahlo, nasceu no dia 06 de julho de 1907
em Coyoacan, no México.
Em 1925, aos 18, enquanto estudava
medicina, sua vida mudou de forma trágica. Frida e o seu noivo Alejandro Gómez
Arias estavam em um ônibus que chocou-se com um trem. Ela sofreu múltiplas
fraturas, fez várias cirurgias (35 ao todo) e ficou muito tempo presa em uma
cama. Foi nessa época que ela começou a pintar freneticamente.
Frida sempre se autorretratou – suas
angústias, suas vivências, seus medos e principalmente seu amor pelo marido, o
pintor e muralista mexicano mais importante do século 20 Diego Rivera, com quem
se casou em 1929, e que ajudou Frida a revelar-se como artista.
Em 1939 fez sua primeira exposição
individual, na galeria de Julien Levy, em Nova York , e foi sucesso de crítica. Em seguida,
seguiu para Paris. Lá conheceu Pablo Picasso, Wassily Kandinsky, Marcel
Duchamp, Paul Éluard e Max Ernst. O Museu do Louvre adquiriu um de seus
autorretratos. Em 1942 Frida e o marido começaram a dar aulas de arte em uma
escola recém-aberta na Cidade do México. Após muitos altos e baixos, como os
três abortos e a relação amorosa rodeada por casos extraconjugais dos dois, seu
estado de saúde piorou. Em 1950 os médicos diagnosticaram a amputação da perna
e ela entrou em
depressão. Pintou suas últimas obras, como 'Natureza Morta
(Viva a Vida)'.
Na madrugada de 13 de julho de 1954,
Frida, com 47 anos, foi encontrada morta em seu leito. No diário, deixou as
últimas palavras: 'Espero alegre a minha partida - e espero não retornar nunca
mais.'
As obras de Frida possuem uma estética
muito próxima ao surrealismo com influência da arte folclórica indígena
mexicana, cultura asteca, tradição artística europeia, marxismo e movimentos
artísticos de vanguarda. Destacou-se ainda pelo uso de cores fortes e vivas.
Entre suas principais obras estão:
“Autorretrato em vestido de veludo” (1926), “O ônibus” (1929), “Frida Kahlo e Diego
Rivera” (1931), “Autorretrato com colar” (1933), “Autorretrato como tehuana”
(1943), “Diego em meu pensamento” (1943) e “O marxismo dará saúde aos doentes”
(1954).
O Museu Oscar Niemeyer tem ingressos a
R$ 6,00 e R$ 3,00 (meia-entrada para professores e estudantes com
identificação). Mais informações: www.museuoscarniemeyer.org.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário