quarta-feira, 9 de abril de 2014

Orquestra de Câmara de Curitiba abre temporada de concertos

Obras do inglês Edward Elgar (1857-1934), do brasileiro Radamés Gnattali (1906-1988) e do russo Pyotr Ilyich Tchaikovsky (1840-1893) integram o concerto “Serenatas”, que a Orquestra de Câmara da Cidade de Curitiba executa neste fim de semana, sob a direção musical do violinista e “spalla” do grupo, Winston Ramalho. Como solista convidado atua o paulista Alexandre Razera (viola), um dos mais respeitados instrumentistas brasileiros. As apresentações acontecem às 20h de sexta-feira (11), na Paróquia Bom Pastor, e às 18h30 de sábado (12), na Capela Santa Maria Espaço Cultural.
O espetáculo de abertura da temporada 2014 de concertos da Orquestra de Câmara de Curitiba, patrocinada pelo Ministério da Cultura e pela Volvo, conta ainda com palestra do compositor e arranjador paranaense Marco Aurélio Koentopp, que acontece às 17h45 de sábado (12), antecedendo a apresentação na Capela Santa Maria. Mestre em Música pela Universidade Federal do Paraná, Koentopp atualmente é professor da Escola de Música e Belas Artes do Paraná, além de coordenador do Curso Superior de Composição e Regência daquela instituição.
A conversa com a plateia é uma iniciativa da Camerata Antiqua de Curitiba e seus grupos - Orquestra de Câmara e Coro da Camerata - que teve início no ano passado com o objetivo de levar ao espectador comentários de especialistas na área musical, permitindo conhecer detalhes da produção de grandes compositores. O público também terá a oportunidade de conferir gratuitamente o ensaio geral da Orquestra de Câmara, às 10h de quinta-feira (10), na Capela Santa Maria Espaço Cultural.

O repertório – Dando sequência à proposta de executar obras marcantes na história da Camerata Antiqua de Curitiba - Coro e Orquestra -, quando o grupo completa 40 anos de existência, a Orquestra de Câmara selecionou peças que expressam a genialidade de compositores universais. “É sempre um desafio executar obras de alta complexidade, sem a presença de um maestro”, destaca o diretor musical Winston Ramalho, violinista curitibano que venceu vários concursos nacionais e internacionais, tendo sido aluno e assistente do consagrado professor e solista Tibor Varga, na Universität für Musik und darstellende Kunst Graz (Áustria).
Winston foi membro e violinista convidado de importantes orquestras brasileiras e estrangeiras, como a Orquestra Sinfônica do Paraná, Orquestra Sinfônica de São Paulo, Grazer Synphonishes Orchester, Recreation Orchester Graz, Orquestra Filarmônica de Viena e Orquestra de Câmara de Viena, além de ter atuado, durante 2011, como “spalla” ensaiador da Camerata Antiqua de Curitiba. Também participou como professor de violino em edições da Oficina de Música de Curitiba.
No programa deste concerto da Orquestra de Câmara de Curitiba estão “Serenata para cordas em Dó maior Op. 48”, de Tchaikovsky; “Serenata para cordas em Mi menor Op. 20”, de Edward Elgar; e “Concerto para viola e cordas”, de Radamés Gnattali. Aliás, sobre Radamé Gnattali, Wiston Ramalho comenta a importância de mostrar a produção de um grande nome da música nacional, especialmente uma composição pouco executada, que contará com solo do violista Alexandre Razera, paulista de Piracicaba, que estudou na Universidade de Artes de Berlim (Alemanha).
Razera acumula concertos, gravações e turnês ao lado de várias orquestras europeias. Atualmente radicado no Brasil, além de desenvolver intensa atividade musical por todo o país, Europa e Japão, atua como primeiro violista convidado da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp) e integra o trio de cordas francês Compass Trio, ao lado da violinista Sarah Nemtanu e do violoncelista Chistophe Morin.
Composto em 1967, o “Concerto para viola e cordas” foi dedicado por Radamés ao violista húngaro Perez Dworecki. Considerado um dos mais importantes concertos para viola do repertório brasileiro, é estruturado em três movimentos e tem características neoclássicas. A obra comprova a criatividade de Radamés, que transitou com segurança pelo erudito e pelo popular, unindo esses dois universos e criando um novo conceito na música brasileira.
“Serenata para cordas em Dó maior Op. 48”, de Tchaikovsky, foge da definição original de serenatas, que eram canções calmas ou serenas, tendo assumido, com o passar dos tempos, diferentes conotações. No sentido empregado pelo compositor, serenata é um gênero musical para formações instrumentais de médio porte, em vários movimentos, e situado musicalmente entre a complexidade de uma sinfonia e a simplicidade de um divertimento.
O russo Tchaikovsky, que se tornou conhecido do grande público principalmente por seus balés clássicos, como “O Lago dos Cisnes” e “O Quebra-Nozes”, é um dos poucos compositores aclamados que se sentia igualmente confortável escrevendo óperas, sinfonias, concertos e obras para piano.
Marcado como compositor de obras de grandes dimensões, Edward Elgar foi autodidata em música. Filho de um afinador de pianos, vivia rodeado de instrumentos musicais e, em seus passeios, levava música para estudar, estabelecendo uma forte ligação entre a arte musical e a natureza. Na “Serenata para cordas em Mi menor Op. 20”, Elgar mostra um domínio da orquestra raro na música inglesa do seu tempo, com simplicidade de recursos.

A apresentação da Orquestra de Câmara de Curitiba no dia 11 de abril de 2014 (sexta-feira), às 20h, na Paróquia Bom Pastor (Rua Victorio Viezzer, 810 – Vista Alegre), tem entrada franca; no dia 12 abril de 2014 (sábado),  às 18h30, na Capela Santa Maria Espaço Cultural (Rua Conselheiro Laurindo, 273 – Centro), tem ingressos a R$ 30,00 e R$ 15,00 (meia-entrada). 

Nenhum comentário:

Postar um comentário