O Museu Paranaense criou um canal no
Youtube para revelar seu acervo, mostrar como é o processo de montagem das
exposições, divulgar futuras mostras e novidades do espaço. O canal será
atualizado uma vez por semana e pode ser acessado neste link:
www.youtube.com/channel/UC6Z8xmNz2JCQrW6mIkoJl8A.
Entre os filmes já disponíveis no
canal, está a coleção cinematográfica de Vladimir Kozák. O artista assumiu a
coordenação da Seção de Cinema Educativo do Museu Paranaense em 1946.
Acompanhando os pesquisadores da instituição e da recém criada Faculdade de
Filosofia, Ciências e Letras, em viagens pelo Paraná, ele passou a registrar
suas pesquisas de campo utilizando filmes cinematográficos coloridos. Os
registros reúnem 36 horas de filmes em 16mm, coloridos e não sonorizados.
Destes, 17 horas constituem um registro único sobre o homem e o território
paranaense entre as décadas de 1940 e 1950, os quais constituem uma rica fonte
de pesquisas para estudantes, antropólogos, historiadores, cineastas,
geógrafos, biólogos e demais interessados.
Outro destaque do canal no Youtube é o
teaser do documentário “The Last Free Man”, com imagens registradas no noroeste
do Paraná em 1955 sobre o povo indígena Xetá. Há também um desfile em
comemoração ao fim da Segunda Guerra Mundial, realizado no dia 8 de maio de
1945 em Curitiba. As imagens captadas pelas lentes de Kozák revelam um Paraná
em pleno crescimento econômico, cujas atividades estavam relacionadas à
exploração da madeira, à pecuária e à agricultura, principalmente o plantio de
café. Este modelo econômico ao mesmo tempo em que garantiu o desenvolvimento e
urbanização de inúmeras cidades, também foi responsável pela destruição da
paisagem e das sociedades que viviam de forma tradicional, como pode ser
conferido no documentário “Terra Roxa, Norte do Paraná”.
Os vídeos, ao mesmo tempo em que
revelam as belezas do território como a Serra do Mar, trechos do Litoral, Vila
Velha, os rios Paraná e Iguaçu com as Sete Quedas e as Cataratas, mostram
também os danos ambientais provocados pelo desenvolvimento acelerado. São
marcantes as cenas que retratam a exploração e o transporte de madeiras pelo
rio Paraná, o desmatamento das florestas subtropicais do noroeste do estado e o
extermínio dos índios Xetá. Diante deste crescimento acelerado Kozák tinha como
preocupação registrar com urgência as tradições da nossa cultura popular, como
a pesca artesanal em Matinhos, o carnaval de Paranaguá e a Congada da Lapa.
Todos os arquivos completos estão
disponíveis na sede do Museu Paranaense. Quem se interessar por pesquisá-los, é
só ir até a Rua Kellers, 289, São Francisco. Funciona de terça a sexta-feira,
das 9h às 18h. Aos sábados, domingos e feriados, das 10h às 16h. A entrada é
gratuita. Mais informações: 3304-3300.
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